quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Perdas e Ganhos


Perdas e ganhos
“...A perda e o ganho são efêmeras, o que valorizamos demais hoje amanhã não tem valor...”
Como é difícil conviver com a perda não é mesmo?
Nós nascemos para ser vencedores, nossos pais, tios e avós ainda no berçário profetizaram sobre nós as maiores riquezas e bênçãos inimagináveis. Falaram que seriamos engenheiros, médicos advogados etc...
Mas a vida é uma sequência de perdas, aquilo que trouxe alegria para nossos parentes na verdade foi a maior perda que jamais poderemos comparar a nada.
Na fecundação nossa primeira e talvez verdadeiramente nossa única vitória, mais tarde dissertaremos sobre as outras vitorias e voce verá que é possível que esta seja realmente a única. É obvio que estou falando apenas do projeto humano, pois a maior de todas as vitorias foi alcançada no calvário para que nós pudéssemos ter vida eterna.
Sua primeira vitória: Parabéns, você é um vencedor. Já nasceu com essa condição. Para ser o que é, ganhou a primeira e a mais importante competição de toda a sua existência, uma disputa mais concorrida do que qualquer vestibular. Você contrariou estatísticas, desafiou regras matemáticas de probabilidade e zombou da sorte. Derrotou outros 300 milhões de concorrentes.
Esse é o número de espermatozóides lançados no canal da vagina durante um ato sexual. Todos sabem qual o caminho a tomar. Nadam freneticamente em direção ao útero, onde – durante apenas dois dias por mês – podem encontrar um óvulo à espera da união capaz de gerar um novo ser humano. Não é fácil. Somente um deles é bem-sucedido nessa corrida de obstáculos. Foi um espermatozóide específico, de seu pai, que levou a um óvulo de sua mãe as moléculas de DNA que, misturadas ao DNA dela, deram as instruções genéticas para fabricar você. Imagine se ele tivesse morrido na praia. Você não existiria.
Metade de todos os espermatozóides morre rapidamente no interior da vagina, um ambiente, por incrível que pareça, inóspito para eles. Os sobreviventes que chegam à entrada do útero deparam com um muco que só permite a passagem dos espermatozóides quando a mulher está prestes a ovular. Caso contrário, morrem todos. Com a entrada permitida, eles atravessam todo o útero em direção às tubas uterinas, que pela nova nomenclatura anatômica, este passa a ser o nome das trompas de Falópio, os dois estreitos canais que levam aos ovários. É em uma das tubas que vai ocorrer a fecundação. O final dessa corrida é eletrizante. Os espermatozóides usam sua longa cauda para nadar vigorosamente contra a correnteza de um fluido que traz o óvulo. Passaram-se, até aqui, apenas cinco minutos. Muitos chegam ao óvulo – uma célula desproporcionalmente grande, a única do organismo humano que pode ser vista a olho nu. Todos lutam desesperadamente para forçar a sua entrada. Quando o vencedor consegue, o óvulo desencadeia imediatamente uma reação bioquímica e altera sua composição externa, fechando definitivamente a passagem para os demais. É o fim da corrida. Mais quatro dias e o óvulo fecundado, chamado ovo, chega ao útero. Nove meses depois, nascerá mais um bebê, o resultado desse irresistível processo biológico que hoje espalha mais de 7 bilhões de vencedores sobre a superfície do planeta Terra.
Mas, ao nascer o ruído de festa e alegria começa a contagem regressiva da sua morte, parece tétrico não é mesmo? Mas a vida é tétrica por excelência.
Nossa primeira perda se dá no fato de que estamos guardados e protegidos no útero de nossa mãe, o alimento nos chega, o soninho vem, é claro que vez ou outra uma mão um tanto estranha alisa nossa “casa temporal” que é a barriga da mamãe, e também em meio ao nosso sono uma voz insiste em nos chamar, mais tarde o chamaremos de papai.
Em uma manhã destas lindas de verão começa acontecer algo estranho na casa temporal, um “terremoto” mobiliza todos da família e vem nossa primeira perda, todos reinávamos em nossa bolha, a placenta era tudo que tínhamos e perdemos. Em meio a dores e choro, nos expulsaram jogaram a placenta em uma lixeira e jamais retornamos para nosso antigo lar. Deve ser por esta situação que Nicodemos perguntou: “...Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer...” (Jo.3:4 NVI).
Nos deram roupinhas, chupetas, fraldas e tudo mais seguimos crescendo e entre ganhos e perdas, logo perdemos a roupinha que usamos apenas uma única vez, nós engordamos, nós crescemos e perdemos, e entre novas conquistas, começamos a andar, e, ao andar, perdemos o nosso colo, ora, nós não precisávamos caminhar, íamos de um lado para o outro carregados, todos paravam a nossa frente sorriam, mas agora ahhh agora temos que caminhar.
A caminhada a princípio foi incrível, corríamos freneticamente pela casa, na rua soltávamos a mão da mamãe e do papai e corríamos como se fossemos fugir do mundo. Mas para onde ir? Se o nosso mundo era somente o que conhecíamos? O que postulamos como ganho, aprender a andar e correr, agora parece ser uma perda. Perda? Sim, perda, porque quem nos levará para a escola? E quando eu quiser ir ao banheiro? Se agora acabamos de perder a nossa fralda. Poxa a fralda não né. Estão me tirando tudo. Mas estamos aprendendo a conviver com esta perda.
Na escola, nossos pais nos “depositaram”, viraram as costas e se foram, nós choramos muito, logo minha mãe? Como pode me abandonar aqui com estes amadores iguais a eu? Que recentemente deixaram a mamadeira... na escola tivemos que conviver dividindo as coisas, tivemos que entender que diferentemente da nossa casa, aqui na escola não somos os donos da razão e os pequenos senhores da verdade, a tia nos diz o que fazer a hora de dormir, e o que comer, parece ser que perdemos o que nos prometeram de livre arbítrio.
Nossa liberdade parece ser utópica, ela não vai além do ambiente social em que estamos inseridos, nosso direito de ir e vir, esta restringido até onde nossa mãe deixar.
Numa tarde de outono ao retornarmos para nossa casa, havíamos conquistado o direito de andar sozinho, os amigos brincando, apertando campainha e correndo, na mesma casa, com as mesmas pessoas, parece ser que havíamos chegado ao ápice da nossa liberdade e dos nossos ganhos, mas de repente, um dos infantes passou dos limites, uma pedrada na janela da dona Marta, colocou tudo a perder, entre broncas, tapas, cintadas e prejuízo econômico, percebemos que mais uma vez perdemos. Perdemos o direito de caminhar, perdemos o direito de gritar e brincar, pois estávamos de castigo...
Chegamos a nossa adolescência nosso corpo em mutação voz engrossando, as meninas ficam bonitas corpos torneados, os meninos ficam alvoroçados parece ser que voltamos a ganhar novamente, porém, ai vem as perdas novamente, a menina que gostávamos não gostou de nós o menino que as meninas suspiravam por ele nem olhava para elas, o sentimento de abandono, complexo de inferioridade, síndrome do patinho feio e tantos outros complexos, começam a de novo nos escravizar, sentimos que nosso mundo lindo e florido do nada desaba em uma manhã chuvosa e fria. Pra que sair? Pra que enfrentar o mundo lá fora?
Mas enfim, ela aparece, a garota dos nossos sonhos, a mulher perfeita, casamos e a ideia do casamento é liberdade enfim, mas que ledo engano, muitos se casam para proclamar a libertação opressora dos pais, mas se veem encerrados na infelicidade do matrimonio, a liberdade que almejávamos e nos levaria ao pódio da vitória e do ganho, na verdade é apenas mais um cárcere emocional, agora passamos a viver para o nosso cônjuge.
Entre as conquistas que a vida nos proporcionou, percebemos que ganhos e perdas são correlatas, passamos todo o tempo ganhando e perdendo, eu poderia seguir nesta história até o leito da morte, porém, quero parar aqui e fazer uma análise.
Nestes nossos passos, por várias vezes nos deparamos com a velha igrejinha que canta as mesmas canções desde a nossa infância. Paramos diante dela, e naquele instante, em meio a hesitação de entrar ou ir para casa, o coração dispara, vem toda a história que te relatei até aqui, será que estamos diante de uma verdadeira possibilidade de ganho?
Mas que ganho poderemos ter em uma igrejinha como esta?
O velho pastor, começa sua pregação, inteligentemente começa a dissertar sobre um homem que veio para romper paradigmas, para provocar um verdadeiro tsunami mental na cabeça das pessoas, inexplicavelmente parece ser que a história de ganhos e perdas se repete na vida daquele homem, ainda um tanto desconhecido, mas ao escutarmos e estudarmos sobre a vida deste homem fica a sensação de que Ele Jesus não pode ser apenas um homem qualquer, sua impressionante capacidade em reverter o mal tempo, e transformar em calmaria apontava para Ele como Deus manifestado em carne, quando de repente chegamos a milagres de cura, ressurreição, como uma plateia assustada em um ato, demonstrando o magnifico poder criador o mesmo poder da tihsereb Bereshit, ao declarar HAJA, HAJA, HAJA, foi incrível, ao chegar na cruz, nada mais importava, Ele era um vencedor, agora parecia que chegou seu maior oponente, a morte, mas como parar Deus, Ele mesmo disse: DESTRUAM ESTE TEMPLO (falando do seu corpo) E EM TRES DIAS EU RECONSTRUIREI (Jo.2:19).
A morte, prepara sua maior arma, o poder bélico é ativado, o primeiro disparo um beijo do traidor Judas, o segundo, as falsas acusações, disparos após disparos, quando os inimigos acreditavam que Ele estava vencido, foi colocado como estandarte em um mastro, para que todos vissem. No inferno, tudo estava preparado, a festa da vitória, morre Jesus. Na celebração, do inferno, todos bebendo, fumando quando de repente bateram na porta, o porteiro confere a lista dos convidados, todos estavam presentes, quem seria? Ao abrir a porta uma forte luz entra no ambiente, era Ele, Jesus, toma as chaves da morte e do inferno, aprisiona o inimigo e ressuscita ao terceiro dia. Que espetáculo poderoso e grandioso. A morte perde a batalha, entre ganhos e perdas, nós os que somos de Cristo podemos afirmar que SOMOS MAIS QUE VENCEDORES.


Seu amigo e irmão
Wagner Teruel
Shalom Adonay
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