A
familia e o Ministério
Introdução:
Quando
tratamos do ministério devemos entender que o ministro, tem uma família que é
afetada positiva ou negativamente por causa deste oficio. Muitas esposas e
filhos de ministros tem sentido ou sentem ainda hoje o peso da pressão que é
exercido sobre eles para que sejam pessoas diferentes do que realmente são.
É
necessário que nós reconheçamos que apesar de apenas um membro da família ser o
pastor, toda a família está investida com a vestimenta imaginaria ministerial,
as vezes acertadamente as vezes equivocadamente.
Os cristãos tendem a
esperar que a esposa do pastor seja co-pastora, e que os filhos de pastor sejam
pastorzinhos. Isto é a parte da vestimenta imaginaria ministerial.
A esposa do ministro deve
comportar-se como esposa, mãe e membro ativo da Igreja. Não se deve esperar que
ela seja uma pastora, a não ser nos casos que deliberadamente ela assim assuma
este papel.
Os filhos dos ministros
não tem que ser necessariamente um ministro aspirante, eles devem exercitar a
sua função de criança, adolescente ou jovem. Eles são seres humanos e não
semideuses.
O ministro deve ministrar
a sí mesmo e também a sua família, e ao faze-lo deve estabelecer um equilíbrio
entre duas atitudes:
A EXCESSIVA RIGIDEZ
CONSIGO MESMO E COM OS SEUS E,
O FAVORITISMO MUITAS VEZES
ACUSANDO SUA FAMILIA PARA PROTEGER UM OUTRO MEMBRO DA IGREJA.
É um absurdo que o
ministro seja pastor para todos, exceto para sí mesmo e para sua família.
1
– A Familia Judia nos Tempos de Jesus:
Jesus nasceu e viveu em
povoado e em uma cultura onde a família tinha uma importância de primeira
ordem. Porque, como bem sabemos, para os judeus a familia sempre foi o centro
da vida. Porem, nos tempos de Jesus, a família tinha uma importância ainda
maior. Para os rabinos, que eram os teólogos daquela época, o pai e a mãe eram
considerados como: “COMPANHEIROS DE DEUS NA PROCRIAÇÃO”. E por isto, os judeus
daquela época pensavam que ter filhos era uma obrigação. Até o ponto de que
aquele que faltasse com as obrigações era considerado um homicida. Por isto ninguém
poderia ficar solteiro. O homem não casado, não é homem, diziam os rabinos
daquela época. Isto quer dizer, é óbvio, que todos estavam obrigados a formar a
sua própria família. Um homem sem família era um homem sem alegria, sem bênçãos
e sem felicidade, segundo os documentos históricos daquela época.
A vida familiar estava
organizada segundo o modelo “PATRIARCAL”, ou seja, o eixo central de tudo no
seio familiar era o “PAI DE FAMILIA”, desta forma se falava comumente a casa do
pai, naquelas famílias o senhor absoluto era o pai, com direito a tudo na casa,
decidir por seus filhos e esposas, dar toda classe de ordens, e também castigar.
O pai poderia repudiar uma mulher e manda-la para fora da casa, por uma serie
de razoes que hoje seria assombroso pensar desta forma. A esposa estava sempre
a mercê do marido e em tudo dependia dele.
Com respeito ao domínio do
pai sobre os filhos, se sabe que ele tinha direito de decidir como, quando e
com quem o filho iria se casar quer seja menino, quer seja menina. A família era
um grupo tão fechado que ninguém poderia intervir, muito mais fechado que
qualquer família tradicional que você possa conhecer.
O grupo familiar constituía
o centro da vida religiosa dos Israelitas. A festa da pascoa, a celebração
religiosa mais importante dos judeus, era celebrada na casa com a família. E algo
parecido esta situação intriseca familiar era conhecida também no momento da
circuncisão, que não era praticada por um sacerdote, mais o pai da família. Para
os judeus o pai da família era considerado o sacerdote e o mestre, que
ministrava cultos e ensinava os seus a lei de Deus (Pv.1:8; 4:1-3; Ecl.7:23-30;
30:1-13).
Nas ideias e nas leis
daquele tempo a unidade da família era tão importante que, por exemplo, se o
cabeça da família cometesse algum delito, ele iria preso e também toda a sua família
(Mt.18:25). Como também era frequente que as decisões importantes da casa era
tomada pelo cabeça da família (o pai). No evangelho de João capitulo 4:53 nos
conta que um prosélito se converte a fé e desta forma ele o faz com toda a sua família,
e ainda mais, acreditava-se que os pecados do pai da família passava para os filhos
(Jo.9:2-3) havia um profundo conhecimento e convencimento de que quando
acontecesse alguma coisa com o Pai de Familia, obrigatoriamente aconteceria a
toda a família (Mt.10:25).
2
– A importância da Familia para Jesus:
Jesus homem, nasceu no
seio de uma família piedosa em Israel, sobre José o pai (adotivo) nos é
informado expressamente na Bíblia que ele era um homem honrado (Mt.1:19) e de
sua mãe Maria temos os melhores louvores de honra a ela (Lc.1:28, 42-45).
Era uma família unida, que
souberam suportar a adversidade em silencio e com fé (Mt.1:19-20), se
mantiveram firmes e unidos na perseguição (Mt.2:13-21) e, sempre se comportaram
como pessoas piedosas e observantes da lei (Lc.2:21-24, 41). Nesta família nasceu,
cresceu, se educou o Senhor Jesus (Lc.2:39-40, 50-52). Sempre sob a autoridade
dos pais (Lc.2:51). Criado e educado neste ambiente, não é de se admirar que
Jesus frequentemente no ministério fazia alusão à família. Jesus emprega
comparações familiares para explicar a doutrina do reino de Deus e a bondade inexplicável
de Deus. Deus é como um pai que está sempre disposto a escutar os seus filhos
(Mt.7:9; Lc.11:11-13) ou, ao receber e perdoar um filho que vai embora da casa
e acaba com todos os recursos (Lc.15:20-32).
Quase todas as situações
familiares as relações humanas que
implicam familiaridade, são assumidas por Jesus para explicar aos ouvintes o
significado da mensagem. Porem, os ensinamentos de Jesus sobre as famílias vão
muito além. Porque nos evangelhos existe uma serie de afirmações nas que Jesus
defende as relações familiares ou as assume como modelo de comportamento para
seus discípulos.
Desta forma, Jesus defende
a estabilidade do matrimonio ao afirmar que o que Deus uniu não separe o homem
(Mt.19:4-6; Mc.10:6-9) ou, quando disse que aquele que repudia a sua mulher
comete adultério (Mt.5:31-32), e mais, Jesus afirmou que aquele que olha a
mulher do próximo com desejo comete adultério no seu interior (Mt.5:28) porque
é próprio do coração brotar as mas ações, concretamente o adultério (Mc.7:21-22).
Jesus apresenta também o
modelo do Pai que quer tanto os seus filhos que coloca a disposição deles tudo
o que ele tem (Lc.15:31-32), e o modelo do filho que sempre faz o que o seu pai
quer (Jo.5:19-20), censura o comportamento dos filhos que se desentendem com
seus pais e os que prestam ajuda (Mt.15:3-6; Mc.7:10-13). Elogia os que são
conscientes de suas obrigações familiares (Mt.19:19; Mc.10:19; Lc.18:20); e
envia aquele que foi curado que anunciasse a sua família as maravilhas que o
Senhor realizou (Mc.5:19; Lc.8:38-39).
E ainda há algo mais,
Jesus não se cansa de apresentar as relações mutuas dos cristãos como
relacionamento entre irmãos que são capazes de superar a tudo (Mt.5:22), que se
perdoam sempre (Mt.18:21;Lc.17:3) e se aceitam mutuamente (Mt.5:23-24), sem
ficarem presos nos defeitos e falhas pessoais (Mt.7:3-5; Lc.6:41-42). Jesus nos
fez sinal de que a relação familiar deve ser a mesma relação que devemos ter
com Deus.
3
– Conflitos Familiares segundo Jesus:
Temos visto como o Senhor
Jesus falou da família de formas positivas, porem, por mais que pareça ser
surpreendente nos evangelhos aparecem uma serie de atos e palavras de Jesus
para aqueles que já não acreditavam em uma realidade familiar positiva.
Algumas palavras de Jesus
e alguns de seus comportamentos parecem estranhos e as vezes incompreensíveis,
porem, isto merece uma atenção especial dos ministros de hoje para logo
tirarmos as nossas conclusões.
O seguir e servir a Jesus
provoca conflitos familiares. Nos evangelhos temos uma serie de afirmações de
Jesus nas que se dizem coisas sobre a família que soa como inacreditável.
Jesus afirma que veio ao
mundo para trazer divisões e enfrentamentos, e isto precisamente entre os
membros mais chegados da família: “...Vocês
pensam que vim trazer paz à terra? Não, eu lhes digo. Ao contrário, vim trazer
divisão! De agora em diante haverá cinco numa família divididos uns contra os
outros: três contra dois e dois contra três; Estarão divididos pai contra filho
e filho contra pai, mãe contra filha e filha contra mãe, sogra contra nora e
nora contra sogra”...” (Lc.12:51-53 NVI), e mais, Jesus chega a dizer que: “...O irmão entregará à morte o seu irmão, e
o pai, o seu filho; filhos se rebelarão contra seus pais e os matarão...”
(Mt.10:21NVI), quer dizer que seguir ou servir a Jesus provoca enfrentamentos
entre os membros mais íntimos da família. Isto pode ser perfeitamente aplicável
na família de cada ministro aqui hoje.
Quando Jesus fala da
relação que os servidores devem ter com Ele em contra ponto estará a família. “...os inimigos do homem serão os da sua
própria família’; “Quem ama seu pai ou
sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha
mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e não me
segue, não é digno de mim... (Mt.10:36-38 NVI). Todos conhecemos bem o
texto pois Jesus levou ao extremo que um discípulo pede Senhor me deixe ir
enterrar meus pais, e Jesus responde que os mortos enterrem os próprios mortos
(Mt.8:21-22). Ainda outro discípulo que estava disposto a seguir-Lhe e que
obviamente queria se despedir da família teve que ouvir do Senhor, que aquele
que coloca a mão no arado e olha pra tras não está apto para o reino de Deus
(Lc.9:61-62). Jesus não tolera que nada ou ninguém interponha-se no caminho da
fé e do serviço, nem sequer o pastor a quem Deus chamou para seu Santo
Ministerio.
O evangelho de Marcos nos
informa que os parente de Jesus, quando se enteraram da vida que Jesus levava,
entregue as pessoas ao ponto que não tinha sequer tempo para comer. “...Então Jesus entrou numa casa, e
novamente reuniu-se ali uma multidão, de modo que ele e os seus discípulos não
conseguiam nem comer; Quando seus familiares ouviram falar disso, saíram para
trazê-lo à força, pois diziam: “Ele está fora de si”...” (Mc.3:20-21 NVI). Reclamações
iguais são vistas frequentemente pelos familiares dos ministros, quando ele se
dedica inteiramente à obra.
Não se deve pensar que o
conflito entre Jesus e sua família foi simplesmente uma questão de males
entendimentos entre parentes. O problema foi sério. E isto se vê claramente no
evangelho de João: “...Depois disso Jesus
percorreu a Galiléia, mantendo-se deliberadamente longe da Judéia, porque ali
os judeus procuravam tirar-lhe a vida; Mas, ao se aproximar a festa judaica das
cabanas, os irmãos de Jesus lhe disseram: “Você deve sair daqui e ir para a
Judéia, para que os seus discípulos possam ver as obras que você faz; Ninguém
que deseja ser reconhecido publicamente age em segredo. Visto que você está
fazendo estas coisas, mostre-se ao mundo”...” (Jo.7:1-4 NVI) ou seja, o que
os parentes de Jesus queriam era a publicidade, o triunfo, na província rica da
Judeia e na capital Jerusalem. As vezes a família do pastor assume uma posição
similar pretendendo que o chefe da família e por conseguinte o pastor esteja em
uma posição privilegiada de honra e dignidade, em uma grande congregação ou
ainda em uma cidade principal.
As pessoas mais chegadas
de sua própria família sentiam orgulho de ter um familiar famoso, triunfador na
vida, para poder assim aproveitarem dele. Jesus não buscou publicidade e êxito,
mais sim que se lançou na vida, porem, muitos dos seus parentes não estavam
dispostos a criar inimizades com o sistema, já que suas ideias iam exatamente
contra todo e qualquer sistema.
O que isto está nos
dizendo hoje? Qual a nossa postura comparada com a postura de Jesus? Como adaptar
as exigências de Cristo a nossa realidade hoje? Esta deve ser a nossa meta.
4
– A Estrutura da Familia:
O que é estrutura familiar
cristã? É esta intangível, que se percebe e que se pode valorizar, porem, não
se pode tocar, é o espirito da família, é sua integridade, sua idiossincrasia (comportamento
peculiar de um individuo ou família), sua dignidade, seu caráter, seus
costumes, seus hábitos, seus valores morais e seus valores espirituais.
Podemos dizer que a
estrutura familiar está marcada por vários aspectos tais como:
4.1 Integrantes e
hierarquia
4.2 Funções e atribuições
4.3 Conduta e disciplina
4.4 Responsabilidades
4.5 Habitos
4.6 Valores Morais
4.7 Valores Espirituais
Cada integrante da família
recebe e aporta para a estrutura familiar, porque este é o selo da família: “...Quem obedece aos mandamentos preserva a
sua vida, mas quem despreza os seus caminhos morrerá...” (Pv.19:16 NVI).
Cada família tem um
membrete ou uma característica que é a somatória de todas as características,
tanto físicas, sociais, econômicas, moral ou espiritual; porem, que todos eles
de alguma forma ressaltam de maneira especial, e são estas marcas que
identificam a família.
Os padrões de conduta são
outro aspecto que devem tomar-se em conta na estrutura familiar cristã; num
estudo sociológico percebe-se que as mudanças de padrões familiares
repercutiram diretamente na desenvoltura da sociedade.
A vida cristã é a alma do
lar, todo costume, tradição, função, padrão, identidade ou caráter, devem estar
prensados na palavra de Deus, e mergulhados no Espirito Santo.
A estrutura da família é, além
do mais, a personalidade da família, vem a ser a herança, o bem intocável da família,
por isto que ela tem um valor inestimável, não é a estirpe, não são os bens,
não é a relação social, nem o status profissional.
O lar do ministro deve ser
um grande laboratório experimental da Palavra de Deus. O primeiro ministério da
educação cristã deve ser a família. “...O
menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus
estava sobre ele...” (Lc.2:40 NVI)
No lar
do ministro deve morar o Espirito Santo, para que ele dirija a vida do lar e a
educação cristã da família
As tradições e os costumes
culturais tendem ocupar um lugar na estrutura familiar, e passa a fazer parte
da idiossincrasia da família, sua maneira de pensar, de atuar, quando esta
idiossincrasia é herdada e não está em comunhão com a palavra de Deus, então a
mente, a conduta da família fica torcida e destoa; estes hábitos e costumes
terão que ser deixados de lado porque não aportam para o progresso ou caráter cristão
da família. E devem ser substituídos por novos costumes que se amparem na
verdade bíblica.
Teremos que ter perspicácia
e cuidado para discernirmos que coisas podem e devem ter conotação em nossas
vidas familiares. (Gl.5:9).
Como fazer para formarmos
uma estrutura familiar? Bem a resposta é começando e terminando dentro de sua própria
casa, no calor da família, não precisa ser complexo, comece aos poucos,
estruture seu lar, mostre seu valor, modifique hábitos como televisão, horários,
almoce e jante na mesa da cozinha juntos, e acima de tudo suiga estes pequenos
conselhos:
1 – Ore junto com sua família
2 – Leia a Bíblia com sua família,
que esta leitura tenha relevância familiar e testemunhal.
3 – Façam da casa de vocês
um centro e discussões bíblicas,
4 – Que suas argumentações
sejam baseadas nas sagradas letras.
Atte
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