Coroas reservadas para os salvos
Coroa é uma insígnia,
uma recompensa. As coroas eram dadas aos vencedores de competições atléticas,
ou a um rei quando galgava uma posição de majestade. Após os jogos ou corridas,
na Grécia, os atletas vencedores reuniam-se defronte ao palanque chamado
“bema”, onde o juiz distribuía os prêmios. Havia alegria e tristeza. Da mesma
forma o apostolo Paulo descreve na primeira carta aos Corintios, os tipos de
obras dos cristãos que hão de herdar galardões: feno, palha e madeira (obras
feitas por motivos indignos), ou ouro, prata e pedras preciosas ( obras feitas
por amor a Deus e pelas almas).
Receber galardão ou não
é tão certo quanto comparecer diante do tribunal de Cristo (2Co.5:10) para os
salvos, ou o Grande Trono Branco (Ap.20:11), para os perdidos.
Nosso Senhor Jesus
Cristo recebeu uma “coroa de espinho”
, feita mais para escarnecer do que para fazê-lo sofrer, realmente foi cravada
em sua cabeça até o sangramento. Ele porém, foi um vencedor em sua missão, e
agora tem em suas mãos coroas que pode oferecer aos santos. São coroas
irressecáveis, que não murcham, não enferrujam, incorruptíveis. Coroas que
serão entregues somente aos vencedores deste mundo, e para aqueles que
cumpriram fielmente suas missões. Vencendo a batalha da carne, nos tornamos
reis e sacerdotes de Deus para sermos devidamente coroados naquele grande dia,
após o julgamento do Grande Tribunal de Cristo (1Co.3:10-15; 2Co.5:10). Russel
N. Champlin nos apresenta o simbolismo das coroas, com detalhes, como podemos
anotar abaixo:
ü
“Corona Triumphalis” para coroar os generais triunfantes;
ü
“Corona Obsidionalis” feita de grama ou de outro material que
pudesse ser encontrado no campo de vitória, também chamada de “corona
gramínea” dada aos generais que salvassem o seu exercito do cerco ou da
rendição vergonhosa;
ü
“Corona Myrtes ou Corona Ovalis” feita de louro, de folhas lustrosas e espessas
era dadas a generais que celebrassem triunfo militares de maior ou de menor
envergadura;
ü
“Corona Muralis” (dourada) dada aos lideres militares que atacassem alguma
muralha;
ü
“Corona castrensis” era feita de ouro, com ornamentos imitando
fortificações , dada ao primeiro soldado que escalasse o terrapleno (terreno
aplainado) do inimigo.
É bom frisar que estas
coroas não são possessões físicas, como se fossem materiais. Trata-se de
resultados espirituais transformados em “graus
de gloria” , embutidos na nossa glorificação quando do arrebatamento. Essas
coroas são os nossos galardões integralizados na possessão da vida eterna, e na
participação definitiva da própria natureza de Jesus Cristo.
Esta condecoração
diferenciada nos dotará de poder para cumprimento de tarefas magníficas nos
lugares eternos, numa nova dimensão de vida inimaginável nesta.
Para os que tiverem suas
obras queimadas, ao passarem pela prova do fogo (1Co.3:13), obviamente hão de
se lembrar de que não se importaram nesta vida, com as realidades espirituais,
antes viveram para a carne, e que o pouco que imaginaram ser de grande valia
foi consumido pelo fogo, envergonhando-se diante de todos os demais salvos.
Isso não implica em perder a salvação, mas perda de recompensa (1Co.3:15).
Segundo o ensino
bíblico, coroas estão reservadas aos salvos; são elas:
1. Coroas de Gloria: A referencia de 1 Pedro
5:4 nos fala de um tipo de coroa para os salvos: “...E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória...” esta coroa esta reservada para os fiéis
servos do Senhor que trabalharam para Deus não por amor ao lucro, por vantagens
pessoais nem tampouco para poder exercer domínio sobre o rebanho; antes “...apascentai o rebanho de Deus que está
entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por
torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de
Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho...” (1Pe.5:2-3). Esta reservada
para os que labutaram por amor a Deus e às almas perdidas, esforçando-se sem
medida, não cuidando dos seus próprios interesses. A gloria dessa coroa para os
que vierem possuir, será também a participação da gloria, da majestade, de
poder, dos atributos e da própria natureza de Jesus Cristo com graus variados
de gloria, ou maior ou menor. Verdade é que as coroas podem ser perdidas, como
aprendemos em Apocalipse 3:11. Aqueles a quem Deus destinar esta “coroa de
gloria”, receberão um serviço mais exaltado (1Ts.2:19-20; Fp.4:1; Dn.12:3;
Pv.11:30).
2. Coroa incorruptível: é coroa que aponta para a vida eterna (1Co.9:25), incluindo as
vantagens e perfeições como recompensa pela fidelidade dos crentes. É destinado
aos que não se curvaram perante a carne e nem viveram segundo suas
concupiscências, mas viveram para Cristo e no Espírito (Gl.6:8). A coroa
incorruptível vem a significar os mais elevados níveis de glorificação. Paulo
exorta a Timoteo a tomar posse da vida eterna (1Tm.6:12), o que é o objetivo do
bom combate. É a posse de uma vida imortal, para a qual nos dirigimos, e que
não pode deixar de existir jamais. É a vida imanente do Senhor Jesus, é a
própria vida do Pai que será transmitida para os remidos por Cristo Jesus
(Jô.5:25; 1Co15:53; Ap.2:10b).
3. Coroa de Justiça: O apostolo Paulo
aguardava esta coroa de justiça que lhe esta reservada (2Tm.4:8), certamente
dentre tantas outras. Será dada para os que amam e aguardam a vinda de Cristo.
É uma coroa reservada para os que viveram uma vida de retidão neste mundo, por
causa de serviço fiel, tornando-os, na eternidade, seres celestiais de pureza e
bondade notáveis, e retidão perfeita como perfeito é nosso Pai Celestial. Amar
a vinda é amar a volta de Jesus, o seu advento no rapto da Igreja, tanto para
os que já dormiram no Senhor com esta esperança como para os que em vida terão
os seus corpos ressurretos nesse glorioso momento.
Amar a volta do Senhor
Jesus pode subentender os seguintes pontos:
v
Amor incondicional a Jesus Cristo; a quem agradamos em vida;
v
O amor às coisas celestiais em contraste pelo que é terreno
(Jô.15:19);
v
Ausência completa de temor perante aquele que há de julgar
nossas obras perante o Seu tribunal (2Co.5:10); é um amor que resiste ao teste
divino; um amor confiante;
v
Um amor que pode esperar recompensa pelos feitos em vida.
4
Coroa da Vida: Ao vencedor das provações reservadas a coroa da vida: “...Bem-aventurado o varão que sofre a
tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor
tem prometido aos que o amam...” Tg. 1:12. (Ap.2:10). Ser testemunha de
Jesus a tal ponto de estar pronto para morrer pela sua causa é uma condição
daqueles que estiverem consagrados inteiramente a Deus. É para o que estiver na
condição de mártir (At.1:8). Esta vida é a vida eterna, uma vida de
participação “na própria espécie de vida divina”, uma vida que os remidos do
Senhor poderão participar.
Por: Pr.Dr. Wagner Teruel
Phd.Db.Dee.Thb.Lic
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