terça-feira, 13 de setembro de 2016

Coroas reservadas para os salvos

Coroa é uma insígnia, uma recompensa. As coroas eram dadas aos vencedores de competições atléticas, ou a um rei quando galgava uma posição de majestade. Após os jogos ou corridas, na Grécia, os atletas vencedores reuniam-se defronte ao palanque chamado “bema”, onde o juiz distribuía os prêmios. Havia alegria e tristeza. Da mesma forma o apostolo Paulo descreve na primeira carta aos Corintios, os tipos de obras dos cristãos que hão de herdar galardões: feno, palha e madeira (obras feitas por motivos indignos), ou ouro, prata e pedras preciosas ( obras feitas por amor a Deus e pelas almas).
Receber galardão ou não é tão certo quanto comparecer diante do tribunal de Cristo (2Co.5:10) para os salvos, ou o Grande Trono Branco (Ap.20:11), para os perdidos.
Nosso Senhor Jesus Cristo recebeu uma “coroa de espinho” , feita mais para escarnecer do que para fazê-lo sofrer, realmente foi cravada em sua cabeça até o sangramento. Ele porém, foi um vencedor em sua missão, e agora tem em suas mãos coroas que pode oferecer aos santos. São coroas irressecáveis, que não murcham, não enferrujam, incorruptíveis. Coroas que serão entregues somente aos vencedores deste mundo, e para aqueles que cumpriram fielmente suas missões. Vencendo a batalha da carne, nos tornamos reis e sacerdotes de Deus para sermos devidamente coroados naquele grande dia, após o julgamento do Grande Tribunal de Cristo (1Co.3:10-15; 2Co.5:10). Russel N. Champlin nos apresenta o simbolismo das coroas, com detalhes, como podemos anotar abaixo:

ü  “Corona Triumphalis” para coroar os generais triunfantes;
ü  “Corona Obsidionalis” feita de grama ou de outro material que pudesse ser encontrado no campo de vitória, também chamada de “corona gramínea” dada aos generais que salvassem o seu exercito do cerco ou da rendição vergonhosa;
ü  “Corona Myrtes ou Corona Ovalis” feita de louro, de folhas lustrosas e espessas era dadas a generais que celebrassem triunfo militares de maior ou de menor envergadura;
ü  “Corona Muralis” (dourada) dada aos lideres militares que atacassem alguma muralha;
ü  “Corona castrensis” era feita de ouro, com ornamentos imitando fortificações , dada ao primeiro soldado que escalasse o terrapleno (terreno aplainado) do inimigo.

É bom frisar que estas coroas não são possessões físicas, como se fossem materiais. Trata-se de resultados espirituais transformados em “graus de gloria” , embutidos na nossa glorificação quando do arrebatamento. Essas coroas são os nossos galardões integralizados na possessão da vida eterna, e na participação definitiva da própria natureza de Jesus Cristo.


Esta condecoração diferenciada nos dotará de poder para cumprimento de tarefas magníficas nos lugares eternos, numa nova dimensão de vida inimaginável nesta.
Para os que tiverem suas obras queimadas, ao passarem pela prova do fogo (1Co.3:13), obviamente hão de se lembrar de que não se importaram nesta vida, com as realidades espirituais, antes viveram para a carne, e que o pouco que imaginaram ser de grande valia foi consumido pelo fogo, envergonhando-se diante de todos os demais salvos. Isso não implica em perder a salvação, mas perda de recompensa (1Co.3:15).
Segundo o ensino bíblico, coroas estão reservadas aos salvos; são elas:

1.    Coroas de Gloria: A referencia de 1 Pedro 5:4 nos fala de um tipo de coroa para os salvos: “...E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória...”  esta coroa esta reservada para os fiéis servos do Senhor que trabalharam para Deus não por amor ao lucro, por vantagens pessoais nem tampouco para poder exercer domínio sobre o rebanho; antes “...apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho...” (1Pe.5:2-3). Esta reservada para os que labutaram por amor a Deus e às almas perdidas, esforçando-se sem medida, não cuidando dos seus próprios interesses. A gloria dessa coroa para os que vierem possuir, será também a participação da gloria, da majestade, de poder, dos atributos e da própria natureza de Jesus Cristo com graus variados de gloria, ou maior ou menor. Verdade é que as coroas podem ser perdidas, como aprendemos em Apocalipse 3:11. Aqueles a quem Deus destinar esta “coroa de gloria”, receberão um serviço mais exaltado (1Ts.2:19-20; Fp.4:1; Dn.12:3; Pv.11:30).
2.    Coroa incorruptível: é coroa que aponta para a vida eterna (1Co.9:25), incluindo as vantagens e perfeições como recompensa pela fidelidade dos crentes. É destinado aos que não se curvaram perante a carne e nem viveram segundo suas concupiscências, mas viveram para Cristo e no Espírito (Gl.6:8). A coroa incorruptível vem a significar os mais elevados níveis de glorificação. Paulo exorta a Timoteo a tomar posse da vida eterna (1Tm.6:12), o que é o objetivo do bom combate. É a posse de uma vida imortal, para a qual nos dirigimos, e que não pode deixar de existir jamais. É a vida imanente do Senhor Jesus, é a própria vida do Pai que será transmitida para os remidos por Cristo Jesus (Jô.5:25; 1Co15:53; Ap.2:10b).
3.    Coroa de Justiça: O apostolo Paulo aguardava esta coroa de justiça que lhe esta reservada (2Tm.4:8), certamente dentre tantas outras. Será dada para os que amam e aguardam a vinda de Cristo. É uma coroa reservada para os que viveram uma vida de retidão neste mundo, por causa de serviço fiel, tornando-os, na eternidade, seres celestiais de pureza e bondade notáveis, e retidão perfeita como perfeito é nosso Pai Celestial. Amar a vinda é amar a volta de Jesus, o seu advento no rapto da Igreja, tanto para os que já dormiram no Senhor com esta esperança como para os que em vida terão os seus corpos ressurretos nesse glorioso momento.

Amar a volta do Senhor Jesus pode subentender os seguintes pontos:
v  Amor incondicional a Jesus Cristo; a quem agradamos em vida;
v  O amor às coisas celestiais em contraste pelo que é terreno (Jô.15:19);
v  Ausência completa de temor perante aquele que há de julgar nossas obras perante o Seu tribunal (2Co.5:10); é um amor que resiste ao teste divino; um amor confiante;
v  Um amor que pode esperar recompensa pelos feitos em vida.
4     Coroa da Vida: Ao vencedor das provações reservadas a coroa da vida: “...Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam...” Tg. 1:12. (Ap.2:10). Ser testemunha de Jesus a tal ponto de estar pronto para morrer pela sua causa é uma condição daqueles que estiverem consagrados inteiramente a Deus. É para o que estiver na condição de mártir (At.1:8). Esta vida é a vida eterna, uma vida de participação “na própria espécie de vida divina”, uma vida que os remidos do Senhor poderão participar.









Por: Pr.Dr. Wagner Teruel

Phd.Db.Dee.Thb.Lic

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