quinta-feira, 24 de março de 2016

Do Gólgota ao Horto



Do Gólgota ao horto

Do pretório até o Golgota menos de um quilômetro, as dores da via crucis deveria nos paralisar por horas, ver aquele homem bom carregar o patibulum, a dor depois das chicotadas que levou, a fragilidade, a queda e o apoio de Simão o Cireneu, a subida ao monte chamado a Caveira.
Tudo isto nos faria pensar por que?
Por que o bem feitor da humanidade estava ali agora?
Por que subimos ao Gólgota junto com ele? Qual a nossa motivação?
Vejamos alguns casos:
“...Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram com os criminosos, um à sua direita e o outro à sua esquerda...” (Lc.23:33 NVI).
Não é necessário falar da dor e do sofrimento você sabe muito bem que foi terrível. O que precisamos pensar é por que subimos ao Golgota? O que te leva a ir a um lugar chamado Caveira?
1 – Pessoas que foram a favor do governo Romano: o grupo do crucifica-o estava ali, condenando, ordenando, seus olhos exalavam sarcasmo e ódio. Espera ai ódio? Por que se ele só fez o bem? É que a bondade também gera ódio.
1.1        Fariseus, saduceus, sacerdotes, ignorantes, religiosos: não eram pessoas desocupadas, estavam com “bíblias” nas mãos, conheciam a Toráh, conheciam tudo sobre a lei não estavam diretamente a favor de Roma estavam era contra Jesus.
1.2       Pessoas contrarias a fé: Muitos subiram ao Golgota contrários a fé em Cristo Jesus, foram apenas para mostrar sua indignação.
2 – Pessoas que estavam ali apenas por causa dos outros dois malfeitores: Ao contrario do que cremos ou pensamos a repercussão da morte de Jesus não foi tão intensa ou comentada, se fosse nos dias de hoje poucos jornais comentariam sobre o assunto, ali, no gólgota estava os familiares, os acusadores e os amigos dos malfeitores.
3 – Profissionais trabalhando: Muitos soldados, alguns carrascos, os que mantinham a ordem e a “decência”, nos dias de hoje: psicólogos, defensores de direitos humanos, sociólogos, antropólogos, alguns repórteres, todos apenas “fazendo seu trabalho”, como disse em outra ocasião perto da cruz, mas longe de Cristo.
4 – Ali estava eu e você: sim figuradamente, posso me ver neste momento no Gólgota, mas o que estou pensando? O que está pensando você? Por que subimos aqui?
4.1 Apenas para olhar o escarnio e o vitupério da cruz: Quantos de nós olhamos a cruz hoje sem um sentido, quantos de nós olhamos a morte e pensamos quão desnecessária foi aquela cena, apenas observando, um pássaro morto caído no chão, porem, não nos dignamos a recolher ele. Afinal não é o nosso problema. Quantas conjecturas poderiam ser formadas: AHH ELE PROVOCOU A IRA DE PODEROSOS, AHH ELE NÃO SE LIMITOU A FICAR NO NORDESTE DE ISRAEL, ELE PODERIA TER SIDO MELHOR ASSESSORADO.
4.2 Estávamos ali para chorar a perda de um amigo: você pode estar atarefado agora pensando sobre os preparativos de feriado, correrias, ideias, porem, se chega um telefonema indicando a perda de um ente querido você irá parar imediatamente todos os seus planos e irá dar o ultimo adeus. A despedida, de Cristo não foi diferente, era a festa da pascoa, o cordeiro imolado indicava que todas as famílias deveriam estar reunidas para comer o cordeiro, de Nazaré, de Belem, até mesmo do Egito vieram caravanas rumo ao gólgota para presenciar o momento do ultimo suspiro. Nada além de um amigo moribundo morrendo, justa ou injustamente divagaríamos em pensamentos. Mas nada além disto.
4.3 Estávamos ali por causa do Salvador: Poucos realmente subiram ou subiriam no Golgota por causa do Salvador, para prestar a ultima adoração, para cantar uma ultima canção, não amigos a súbida ao Gólgota não era para receber perdão, apesar de que os sangue ali derramado perdoaria os pecados, a ideia era ouvir as blasfêmias do Cristo crucificado, mas nas suas sete falas somente paz, ordem e vitória.
Mas o mais grave de todos os problemas é continuarmos no Golgota, irmãos, o Golgota nos trouxe perdão, em Isaias fala que Ele (Jesus) levou sobre sí nossas dores, nossos fracassos, nossos traumas, porem, o verticulum está vazio, o patibulum jogado em um canto qualquer esquecido, eles não se lembram que carregaram e suportaram o salvador. Eles sequer sabem o valor que tiveram. Minha pergunta é: vamos continuar no gólgota vazio? Vamos continuar olhando a cena da cruz ou vamos descer? E ir para o horto?
Assim que o Mestre faleceu, depois dos efeitos geográficos que ocorreram, como tremer a terra e a escuridão, tiraram o Senhor Jesus da cruz sem quebrar nenhum de seus ossos para que a profecia predita pelo Salmista (Sl.34:20).
Começaram descer o rochedo do gólgota, mas onde colocariam um homem, sem posses? Onde colocariam um homem, sem valor econômico?
Segundo os evangelhos, Jesus foi sepultado no túmulo familiar da família de José de Arimateia. Esse túmulo foi fechado com a ajuda de uma grande pedra redonda. Na Palestina, foram encontrados muitos túmulos deste tipo, datados do tempo dos romanos. Pertencendo a famílias ricas, eles eram talhados na rocha. Depois de terem rolado a pedra, para o que era necessária a força de várias pessoas, o corpo era introduzido num túmulo retangular. As paredes tinham várias cavidades profundas, os ´loculi´, onde os corpos eram colocados. Um túmulo podia conter entre nove e dezoito destes ´loculi´. Os sepulcros da famílias ricas podiam ser compostos por vários túmulos, com vários ´loculi´ cada um e formando uma espécie de catacumba. Foi provavelmente numa sepultura desse tipo que Jesus foi depositado. Se imaginarmos o peso das pedras que fechavam os túmulos, podemos compreender o espanto dos guardas quando constataram que a pedra tinha sido rolada e que o corpo tinha desaparecido. Uma vez que essa ação necessitava da intervenção de várias pessoas, os guardas teriam, necessariamente, de acordar. Esse pormenor confirma indiretamente o aspecto sobrenatural da ´evasão´ de Jesus.
Ao longo dos séculos, a localização do túmulo de Cristo foi objeto de infindáveis discussões. Desde o século IV e da época da rainha Helena, mãe do imperador Constantino, a maioria dos cristãos achava que o túmulo de Jesus estava situado perto da Igreja do Santo Sepulcro, construída pelos Cruzados no interior da cidade velha de Jerusalém. No século XIX, os estudiosos deram-se conta de que a Bíblia dizia que o lugar do suplício, o monte Gólgota, era fora da cidade.

Uma distancia relativamente pequena, menos de 800 metros mas a descida era assustadora, a descida era constrangedora, as pessoas comentando você viu como ele se comportou com as dores e os ataques?
José de Arimatéia e Nicodemos levam Jesus ao tumulo emprestado, depositam ele ai e encerram com uma pedra que seria necessário muitos homens para remove-la.
Alguns ficaram ali por uns minutos mas logo chegaria a pascoa e era momento de outro tipo de reflexão, eles não entendiam que o cordeiro já havia sido imolado.

Devemos descer o gólgota rumo ao horto. Mas por que?

1 – Porque nossa salvação está no Golgota, mas nossa esperança de vida eterna esta no sepulcro vazio: Se por um lado a salvação está no sangue, a esperança da ressurreição está no tumulo vazio. Pessoas passam tempos atrás de disputar um lugar no Golgota esquecendo que temos que avançar, rumo ao tumulo, depois rumo ao encontro com o Senhor Jesus na sala de reuniões e por ultimo no aposento alto.

2 – Porque a localização era conhecida por todos quer seja cristãos ou não cristãos:  Embora seja verdade que a maioria das vítimas de crucificação ou era jogada em um cemitério reservado para criminosos comuns ou simplesmente deixada na cruz como alimento a pássaros e outros catadores, o caso de Jesus era diferente. O registro histórico indica que Jesus foi enterrado no túmulo de José de Arimateia, um membro do Sinédrio, o mesmo grupo que havia orquestrado a sua execução. Muitos estudiosos céticos do Novo Testamento estão convencidos de que seria improvável que o sepultamento de Jesus por José de Arimateia tivesse sido uma invenção cristã. Dada a hostilidade compreensível dos primeiros cristãos pelo Sinédrio, os quais achavam que a associação era em grande parte responsável pela morte de seu Mestre, é improvável que os seguidores de Jesus teriam inventado uma tradição sobre um membro do Sinédrio usando o seu próprio túmulo para fornecer a Jesus um enterro respeitável.

Além disso, descobertas arqueológicas recentes têm demonstrado que o estilo do túmulo descrito nas narrativas a respeito do sepultamento nos Evangelhos (um acrosolia ou banco túmulo) foi largamente utilizado pelos ricos e outras pessoas de destaque. Tal descrição se encaixa muito bem com o que sabemos de José de Arimateia. Além disso, Arimateia era uma cidade de pouca importância que não tinha qualquer tipo de simbolismo bíblico, e não há nenhuma outra tradição de sepultamento que compita com a narrativa bíblica. Qualquer dúvida séria sobre se Jesus foi enterrado no túmulo de José é eliminada.

O significado destes fatos não deve ser negligenciado, já que o Sinédrio teria, então, certamente conhecido o local do túmulo de José e, portanto, onde Jesus fora enterrado. E se a localização da tumba de Jesus era conhecida pelas autoridades judaicas, teria sido quase impossível que o movimento cristão ganhasse qualquer tração em Jerusalém, a mesma cidade onde Jesus era conhecido por ter sido enterrado. Não teria qualquer um dos líderes religiosos judeus dado uma curta caminhada até o túmulo de José para verificar esta afirmação? Não teria o Sinédrio toda a motivação para expor o cadáver de Jesus (se estivesse disponível) e pôr fim a esses rumores de um Jesus ressuscitado de uma vez por todas? O fato de que o Cristianismo começou a ganhar adeptos em Jerusalém nos diz que nenhum cadáver tinha sido encontrado, apesar da liderança religiosa judaica ter toda a motivação para fazê-lo. Se o corpo crucificado de Jesus tivesse sido achado, o movimento cristão, com sua ênfase em um Jesus ressuscitado, teria recebido um golpe letal.

3 – Por causa da historicidade:
o sepulcro vazio está implícito na antiga fórmula oral citada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 15. Embora todos os quatro Evangelhos atestem a vacância do túmulo de Jesus, a nossa mais antiga sugestão ao túmulo vazio vem do apóstolo Paulo. Escrevendo para a igreja em Corinto em aproximadamente 55 d.C., Paulo cita uma fórmula oral (ou credo) que a maioria dos estudiosos acredita que ele recebeu dos apóstolos Pedro e Tiago apenas cinco anos após a crucificação de Jesus (Gálatas 1:18-19). Paulo declara: "Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze" (1 Coríntios 15:3-5). Quando Paulo escreve: "... que foi sepultado e ressuscitou...", é fortemente implicado (dada a experiência farisaica de Paulo) que o túmulo em que Jesus foi sepultado estava vazio. Para um fariseu como Paulo, o que baixa na sepultura surge na ressurreição. Dado que a fonte de Paulo para esse credo provavelmente foi os apóstolos de Jerusalém e sua proximidade com os acontecimentos em questão, a citação de Paulo desta fórmula oral fornece fortes evidências de que o túmulo de Jesus foi encontrado vazio e que este fato era amplamente conhecido na comunidade cristã primitiva. A objeção muitas vezes repetida de que Paulo não tinha conhecimento de um túmulo vazio é respondida quando vemos que em outro lugar Paulo ensinou que a ressurreição de Jesus era corporal por natureza (Romanos 8:11; Filipenses 3:21). Para Paulo, uma ressurreição que não tivesse produzido uma tumba vazia teria sido uma contradição em termos.

4 – Porque há um atestado forte de negação da ressurreição dos inimigos de Cristo:  parece haver uma forte atestação inimiga da existência de um túmulo vazio. A primeira delas vem de dentro das páginas do Evangelho de Mateus, onde Mateus relata que houve um reconhecimento da tumba vazia pelos próprios líderes judeus (Mateus 28:13-15). Eles estavam reivindicando que os discípulos vieram e roubaram o corpo de Jesus. Dada a proximidade da escrita do Evangelho de Mateus ao evento em questão, tal afirmação teria sido fácil de refutar se falsa. Pois se Mateus estivesse mentindo, o seu relatório da resposta judaica à proclamação do túmulo vazio poderia facilmente ter sido desconsiderada, já que muitos dos contemporâneos dos eventos em questão ainda estariam vivos quando o Evangelho de Mateus começou a circular. Mas por que acusariam os discípulos de roubar o corpo de Jesus se o túmulo ainda tivesse o corpo morto de Jesus? A contra-acusação feita pelos judeus pressupõe que o túmulo estava vazio.

Que os judeus acusaram os discípulos de roubar o corpo de Jesus é corroborado pelo apologista cristão Justino Mártir no meio do segundo século (Diálogo com Trifão, 108) e, em seguida, novamente em torno de 200 d.C. pelo pai da Igreja Tertuliano (De Spectaculis, 30). Ambos Justin e Tertuliano estavam interagindo com os debatedores judeus de sua época e estavam em posição de saber o que os seus oponentes judeus estavam dizendo. Eles não estavam simplesmente confiando no Evangelho de Mateus como fonte de sua informação, pois tanto Justin quanto Tertuliano mencionam detalhes específicos que não são encontrados no Evangelho de Mateus. Na verdade, todos esses três escritores citam detalhes não mencionados pelos outros. Com base nestas considerações, verifica-se que houve um reconhecimento judaico imediato de um túmulo vazio.

5 – Todos os evangelhos relatam que o tumulo estava vazio: todos os quatro Evangelhos relatam que o túmulo de Jesus foi encontrado vazio por mulheres. Este ponto é particularmente significativo, dada a natureza patriarcal da Palestina do primeiro século. Embora seja verdade que, em circunstâncias muito limitadas, as mulheres tenham sido autorizadas a testemunhar em um tribunal de justiça, é também o caso de que, na sociedade judaica do primeiro século, o testemunho de uma mulher valia muito menos do que o de um homem. Se alguém estivesse inventando uma história na tentativa de persuadir os outros de que Jesus havia ressuscitado, nunca se teria usado mulheres como suas principais testemunhas. Qualquer relato inventado teria caracterizado discípulos homens como Pedro, João ou André como os descobridores do túmulo vazio, já que o testemunho deles teria fornecido uma credibilidade tão necessária ao que estava sendo contado.

No entanto, os Evangelhos relatam que, embora os discípulos homens de Jesus estivessem se encolhendo de medo e se escondendo das autoridades, foram as mulheres que foram as primeiras testemunhas do túmulo vazio. Não teria simplesmente nenhuma razão para que a igreja primitiva relatasse tal cenário a menos que fosse verdade. Por que os primeiros cristãos retratariam a sua liderança masculina como covardes e dessem lugar a fêmeas no papel de testemunhas primárias? Diz-se que uma das principais dessas testemunhas femininas (Maria Madalena) tinha sido possuída de sete demônios mais cedo em sua vida, fazendo dela uma testemunha ainda menos confiável aos olhos de muitos. Ainda assim, apesar dessas desvantagens nas evidências, os primeiros cristãos insistiram que as primeiras testemunhas do túmulo vazio eram, de fato, mulheres. A explicação mais provável dessa insistência é que elas de fato foram as testemunhas iniciais do túmulo vazio e que os primeiros cristãos não estavam dispostos a mentir sobre isso apesar de sua natureza potencialmente embaraçosa.

Todos estes argumentos ajudam a fornecer uma prova cumulativa de que o túmulo de Jesus Cristo estava vazio na primeira Páscoa. Particularmente revelador é a conclusão do historiador Michael Grant, ele próprio um cético da ressurreição de Jesus: "... se aplicarmos o mesmo tipo de critérios que seriam aplicáveis a quaisquer outras fontes literárias antigas, então a evidência é firme e plausível o suficiente para exigir a conclusão de que o túmulo foi, de fato, encontrado vazio."

Claro, há mais para a história do que meramente um túmulo vazio. A razão pela qual ele foi encontrado vazio foi a de que o homem enterrado lá tinha ressuscitado dos mortos. Jesus não só desocupou a sua sepultura, mas apareceu para várias pessoas individuais (Lucas 24:34) e em grupos (Mateus 28:9; João 20: 26-30; 21: 1-14; Atos 1:3-6; 1 Coríntios 15: 3-7). E a sua ressurreição dos mortos seria a prova segura de que era quem afirmava ser (Mateus 12: 38-40; 16: 1-4) - Deus ressuscitado, a nossa única esperança de salvação. 


Vamos descer do Golgota? Vamos dar uma bela olhada no Tumulo vazio e gritar em alto bom som: ELE VIVE!!!


Deus os abençoe ricamente


Pr.Dr. Wagner Teruel
www.itsteologia.net 

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