segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Hagag Rosh Hashanah

Hagag Rosh Hashanah
Rosh Hashaná (em hebraico ראש השנה , literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo judaico. Rosh Hashaná ocorre no primeiro dia do mês de Tishrei, primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico, sétimo mês no calendário bíblico e nono mês no calendário gregoriano.
A Torá refere-se a este dia como o Dia da Aclamação (Yom Teruá Levítico 23:24).
Já a literatura rabínica diz que foi neste dia que Adão e Eva foram criados e neste mesmo dia incorreram em erro ao tomar da árvore da ciência do bem e do mal. Também teria sido neste dia que Caim teria matado seu irmão Abel. Por isto considera-se este dia como Dia de Julgamento (Yom ha-Din) e Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron), o início de um período de introspecção e meditação de dez dias (Yamim Noraim) que culminará no Yom Kipur, um período no qual se crê que o Criador julga os homens.
Logo o que para nós brasileiros a passagem de um ano é simplesmente, festa e comemoração para os judeus é um dia de colocar na cabeça, ou seja no memorial, com ao menos cinco reflexões e é sobre isto que quero tratar.
Nossa festa só será perfeita se também fizermos esta reflexão.
1 – Yom Teruá (O dia da Aclamação): O calendário Bíblico/Caraíta também difere do Calendário Rabínico na observação do Novo Ano Judaico.
Yom Teruah (Dia de Aclamação), que cai no primeiro dia do Sétimo mês. Os Caraitas celebram o Ano Novo no mês da Festa dos Pães Ázimos. Sendo que a Torah afirma: "Este mês será para vós o principal entre os meses; será para vós o primeiro dos meses do ano" (Êxodo 12:2). Depois desta explícita declaração, a Torah procede a descrever a cerimônia do Sacrifício de Páscoa que tem que cair neste Primeiro mês. Da mesma forma, Levético 23 e Números 28 mencionam as festas e em ambas as passagens são descritas o Sacrifício de Páscoa no Primeiro mês e Yom Teruah no Sétimo mês.
Os Caraítas não fazem soar um Shofar em Yom Teruah. Isto é porque não há nenhum mandamento que ordene isto. Segundo a tradição Rabínica Teruah” (da Raiz Hebraica: ע)רו) se refere a um som criado por um Shofar (Corno de Carneiro).
Contudo, a mesma palavra da raiz (רוע) é usada em Números 23:21 para significar aclamação e em Números 10:5-6 onde nos é dito para fazermos soar trombetas prateadas.
É interessante que cinco versículos para frente Deus ordena fazermos soar as trombetas prateadas na Lua Nova, isto é, o primeiro dia de cada mês (veja Números 10:10). O que claramente se deduz de todos estes versículos é que a palavra Teruah, mencionada nesta ocasião após a palavra dia, é um termo geral que descreve um grande barulho feito tanto pelo corno de um Carneiro, como por uma trombeta prateada, por címbalos, ou inclusive por uma congregação orando a Deus.
Sendo que é feito soar um corno sob a forma de uma trombeta em cada primeiro dia de mês, devemos perguntar por que Yom Teruah, o primeiro dia do Sétimo Mês é deixado de lado como uma santa assembléia. Infelizmente, a própria Torah não nos diz por que este dia é deixado de lado como um Mo'ed (Tempo Indicado).  No entanto, sendo que é o inicio do mês em que Yom Kippur e Succot ocorrem, sua importância resulta evidente. Isto parece ser um dia nacional para que os Israelitas se prepararem para as próximas festas. Em uma sociedade agrícola, Succot, uma festa de agradecimento a Deus pela colheita e pedindo uma colheita saudável para o próximo ano, é de suma importância. Os Caraítas sempre tiveram Yom Teruah como um dia nacional de oração e preparação para as próximas festas do Sétimo Mês.
A historia conta que foi neste dia que Deus criou o homem, por isto a necessidade de aclamar e adorar a Deus, uma forma de agradecimento, uma forma de gratidão.Para nós o Youm Teruáh representa a necessidade de mesmo o ano estar terminando começarmos um clamor poderoso aclamando o Poderoso Nome de Jesus.
2 – Yom Há Din (Dia do Julgamento): também a cultura e a tradição nos informa que no Rosh Hashanah também foi o dia em que Caim teria matado a Abel, e dai este dia também é chamado de YOM HÁ DIM, dia do julgamento, isto quer dizer que neste dia sagrado de festas e passagens de ano, deve ser lembrado que também é o dia de julgamento, seremos julgados, por tudo aquilo que simplesmente não fizemos, ou pelo mal que fizemos. O mês de Tishrei é o sétimo no calendário judaico. Isso pode parecer estranho, pois Rosh Hashaná, o Novo Ano, é no primeiro e segundo dia de Tishrei. A razão é que a Torá fez o mês de Nissan o primeiro do ano, para enfatizar a importância histórica da libertação do Egito, que aconteceu no décimo quinto dia daquele mês, e que assinalou o nascimento de nossa nação.
Entretanto, de acordo com a tradição, o mundo foi criado em Tishrei, ou mais exatamente, Adam (Adão) e Chava (Eva) foram criados no primeiro dia de Tishrei, que foi o sexto dia da Criação, e é a partir deste mês que o ciclo anual se inicia. Por isso, Rosh Hashaná é celebrado nesta época.




Adão e Eva foram criados no primeiro dia de Tishrei, que foi o sexto dia da Criação




Há doze meses no ano, e há doze Tribos em Israel. Cada mês do ano judaico tem sua Tribo representativa. O mês de Tishrei é o mês da Tribo de Dan. Isto tem um significado simbólico, pois quando Dan nasceu, sua mãe Lea disse: "D'us julgou-me e também atendeu à minha voz." Dan e Din (Yom HaDin, Dia do Julgamento) são ambos derivados da mesma raiz, simbolizando que Tishrei é a época do Julgamento Divino e do perdão. Similarmente, cada mês do calendário judaico tem seu signo no Zodíaco (em hebraico mazal). O mazal de Tishrei é a Balança. Este é o símbolo do Dia do Julgamento, quando D'us pesa as boas e as más ações do ser humano.
Embora cada Lua Nova seja anunciada e abençoada na sinagoga no Shabat que a precede, a Lua Nova de Tishrei não é anunciada nem abençoada, pois o próprio D'us a abençoa. O aspecto místico de Rosh Hashaná é indicado nas Escrituras: "Soe o shofar na Lua Nova, em ocultamento do dia de nossa festa."
Satan, o Acusador, não deve perceber a chegada de Rosh Hashaná, o Dia do Julgamento. Esta é também uma das razões pelas quais a Lua Nova não é mencionada nas preces de Rosh Hashaná. É também um dos motivos pelos quais a primeira porção do livro Bereshit da Torá não é lida em Rosh Hashaná, embora seja apropriado lê-la, pois Rosh Hashaná é o aniversário do Homem, quando Adam foi criado.
O primeiro dia de Tishrei, que é o primeiro dia de Rosh Hashaná, jamais pode cair num domingo, quarta ou sexta-feira. Historicamente, entretanto, o primeiro Rosh Hashaná foi numa sexta-feira, o sexto dia da Criação. Neste dia, D'us criou os animais dos campos e das selvas, e todos os animais rastejantes e insetos, e finalmente - o homem. Assim, quando o homem foi criado, encontrou tudo pronto para ele.
Nossos sábios viram nisso a ordem da Criação, como a consideração do bom anfitrião que, antes de convidar um hóspede de honra, coloca a casa em ordem, prepara as lâmpadas mais brilhantes, uma refeição deliciosa, etc., para que seu convidado encontre tudo preparado. Mas também vêem nisto uma profunda lição: se o homem é merecedor, é tratado como um convidado de honra; se não o merece, dizem-lhe: "Não fique orgulhoso de si mesmo; até um inseto foi criado antes de você!"
3 – Yom Há Zikkaron (Dia da Lembrança): é o dia da lembrança dos soldados mortos de Israel e das vitimas de terrorismo. Em Yom Há Zikkaron a nação se lembra e expressa extrema gratidão a seus filhos e filhas que sacrificaram suas vidas pela independência e a existência do País. É um dia de angustia coletiva e pessoal combinada com reverencia e honra pelos caídos. Uma data em que os vivos se rededicam ao Estado de Israel, para fazer mais merecido o sacrifício daqueles que morreram por sua sobrevivência. Apesar de ser uma data festiva é uma data de luto, um feriado nacional e que foi estabelecido pelo Parlamento de Israel no ano de 5709 (1949 no calendário gregoriano\ocidental). Durante este dia, os locais de entretenimento permanecem fechado. O dia inclui cerimonias em respeito aos soldados mortos. No nosso Yom Há Zikkaron também deve ser assim, este é o ano que menos pessoas temos, muitos soldados se perderam pelo caminho, muitos irmãos perderam as esperanças, muitos desistiram de servir a Deus e outros decidiram sair, é lamentável, que em nossos corações tenha apenas um pensamento, o pensamento do JÁ VAI TARDE, não, não é assim que devemos pensar e sim tirarmos um minuto do nosso tempo e pensarmos será que fizemos de tudo para que ele ou ela permanecessem conosco? É o dia da lembrança é o dia de pensarmos mais sobre nossos irmãos estamos todos indo pra um mesmo céu.
Onde quer que esteja um judeu, ao soar a buzina em todo o País os carros param, as pessoas descem do carro e durante dois minutos, nenhuma palavra, nenhuma ação apenas a reverencia aos soldados mortos, com a chegada do final da tarde finaliza este dia triste dando passagem para mais um momento o: Yamim Noraim.
4 – Yamim Noraim (Dias temíveis): Dias temíveis”! Esse é a tradução das palavras em hebraico “Yamin Noraim” (םיארונ םימי) ‎, que representam o período entre Rosh HaShaná e Yom Kipur.
Mas por que “dias temíveis”? O que de tão terrível pode haver entre os dias que marcam o início do Ano Novo Judaico e o Dia do Perdão para dar medo?
No Judaísmo, Yom Kipur representa o dia em que Deus, após verificar todos os atos cometidos por uma pessoa durante o ano que passou, julga com retidão e dá Seu veredicto: punição ou perdão e a inscrição do nome dessa pessoa no Livro da Vida por mais um ano. Mas quando é que Deus averigua os atos realizados? Durante o período de 10 dias entre Rosh HaShaná e Yom Kipur. Por isso “dias terríveis”, pois durante esses dias tudo o que a pessoa fez no ano que passou está sendo analisada e julgada por Deus.
Mas esses dias também são conhecidos como Aseret Yemei Teshuvá (הבושת ימי תרשע) ou Dias de Arrependimento, pois também temos, durante esse período, a chance de esquadrinhar nosso coração e verificar se fizemos algo errado ou cometemos algum pecado contra alguém, podendo fazer Teshuvá (הבושת), que significa se arrepender dos pecados de maneira profunda e sincera e procurar repará-los (quando possível). São 10 dias para aprofundar-se dentro de si, afastar-se do mal, aproximar-se do bem. Isso é, na verdade, o que Deus espera de nós, pois “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó D’us, não desprezarás.” (Tehilim Sl.51:17).
Porém observa-se também que as más ações ou transgressões têm duas polaridades: 1  
          1 - Do homem em relação ao homem e a outra, é a da vida diária, exterior, social e inter-humana; é coisa de homens, e os homens têm de resolvê-la: As transgressões que vão de homem a homem, não são expiadas em Yom Kipur, se antes não forem perdoadas pelo próximo.
          2 - Do homem em relação à Deus. o âmbito da alma, é o segredo da consciência. Daí que se costuma pedir previamente o perdão de nossos semelhantes, se eles não perdoarem, Deus não poderá intervir. Se o pecado tiver sido cometido contra Deus, aí sim pedimos perdão ao Eterno.
Desta maneira o Yamim Noraim (dias temíveis) é uma comemoração bem pertinente nos dias da nossa celebração, quão interessante seria se tivéssemos uma reflexão sobre os dias temíveis, teremos que celebrar o TESHUVA, dias temíveis existiram neste ano e novos dias temíveis existirão no ano que se inicia, precisamos refletir, precisamos re-pensar nossa maneira de ser e agir, precisamos pedir urgentemente a Deus que venha o YOM KIPPUR, ultimo momento da celebração, e este dia será grandioso.

5 - Yom Kippur (dia do Perdão): O Yom Kypur é uma festa judaica que se comemora o dia do perdão, inspirado no episódio bíblico onde Moisés permaneceu 40 dias e noites no Sinai para receber de Deus os dos Dez Mandamentos e o povo, desacreditado por ele ter demorado 1 dia para retornar, fez um bezerro de ouro para adoração, 
É importante destacar aqui, que na doutrina judaica, a confecção do bezerro foi por imposição de 3 mil egípcios que acompanhavam a caravana de Moises para Canaã no propósisto de justificar a cólera divina por ciúmes e Deus, quando soube da adoração, determinou a Moises que escolhesse os filhos dos levitas para passar ao fio da espada os egípcios e depois subiu novamente ao monte para receber a Torah e negociou o perdão aos hebreus, dizendo que se o povo não fosse perdoado, não queria ter seu nome do livro de suas leis, quando então Deus se declinou de seu ódio e concedeu o perdão. 
Moisés permaneceu no Sinai 40 dias: “E ali esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; (Êxodo 34:28). Durante esse período, Deus ensinou a Moisés toda a Torá, uma vez mais. E então, indicando, finalmente, Seu perdão total para o povo judeu, Deus ordena que Moisés escreva as palavras dos Dez Mandamentos sobre as tábuas que ele lavrara e trouxera ao Monte Sinai. 
No 10.o dia do mês de Tishrei, (o sétimo mês judaico, equivalente entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro) Moisés retorna ao acampamento dos judeus levando consigo as novas Tábuas com os Dez Mandamentos. 
Aquele dia se tornou o primeiro Yom Kipur, o primeiro Dia do Perdão. Deus decidiu que, a partir de então, o 10.o dia de Tishrei seria o dia no ano em que Ele se dedicaria aos rogos, remorsos e preces pelo perdão. Assim como perdoara o pecado cometido através do bezerro de ouro, no futuro, nesse mesmo dia, Ele também perdoaria as futuras transgressões que o povo judeu cometesse contra Seu Nome. 
O Yom Kipur – o Dia do Perdão – é celebrado no 10.o dia do mês judaico de Tishrei. É o dia mais sagrado do calendário judaico, uma data mencionada na Torá como o “Sábado dos Sábados”, Shabat Shabaton. A Torá ordena guardá-lo de acordo com todas as leis que estipula, “...porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor” (Lv.16:30)
Estejamos nos preparando para o Dia do Perdão. Que possamos refletir e fazer teshuvá.

Só assim poderemos comemorar o TESHUVÁ:
6 - Retornando a Deus
Enfim a nossa celebração de aniversário deverá conter estes cinco elementos que descrevemos anteriormente:
1 – Yom Teruá (O dia da Aclamação):
2 – Yom Há Din (Dia do Julgamento):
3 – Yom Há Zikkaron (Dia da Lembrança):
4 – Yamim Noraim (Dias temíveis):
5 - Yom Kippur (dia do Perdão):
Agora podemos comemorar dizendo a cada um dos nossos irmãos e companheiros de ministério TESHUVÁ, mais o que é isto? Teshuvá, a palavra hebraica para ARREPENDIMENTO, possui três significados diferentes, embora entrelaçados.
Primeiro, denota "retorno" - uma volta a Deus e à Sua Vontade.
Segundo, significa "virar-se em direção", ou seja, tomar um rumo diferente e melhor na vida.
Terceiro, significa "resposta", uma reação a um chamado - que significa estar atento à Voz do Eterno.
Em Yom Kipur, além de fazer um balanço do ano que passou e de nos arrependermos das transgressões cometidas, devemos responder à pergunta Divina:
"Que tipo de pessoa você se tornou"?
Como cada homem contém dentro de si uma Centelha Divina, uma ínfima parte de Deus, é justo que o Criador nos desafie, perguntando:
"Por que você é apenas um ser humano?
E por que o mundo é apenas um mundo?
" Em outras palavras, Deus nos pergunta: por que você não almeja ser muito mais do que é, rompendo com suas limitações e falhas? E por que você permite que o mundo continue sendo o que é - repleto de problemas, injustiças e imperfeições - e não procura aperfeiçoá-lo, já que esta é a missão do homem na Terra?
O processo de Teshuvá deve, na verdade, ir além de simplesmente refletir em Yom Kipur e manifestar a vontade de melhorar no ano que se inicia. Devemos atingir um ponto no qual não nos satisfaz apenar ser "humanos", tão falíveis e imperfeitos. Isto se aplica a cada um de nós, pois o arrependimento de um único indivíduo é um processo que pode transformar o mundo. De fato, a tradição judaica ensina que o lamento que emana de uma única alma se junta ao lamento do mundo como um todo, para que este último alcance a auto-transformação. Como cada ato de cada um dos indivíduos influencia o mundo, como cada ação ultrapassa o seu contexto imediato, cada um de nós, independentemente de seu nível espiritual, é chamado a superar a si mesmo. Isto significa que mesmo um homem totalmente justo - inclusive alguém como Moisés - não está isento de fazer Teshuvá.
No seu nível mais simples, a Teshuvá, o arrependimento, significa retornar a Deus - isto se traduz por fortalecer nossa fé e nossa prática do cristianismo vivendo de acordo com as leis e o espírito da Bíblia. Mas, em sua essência, a Teshuvá requer muito mais do que um maior grau de observância religiosa. Requer o empenho e a força de romper com o passado, para assim atingir um nível espiritual mais elevado e poder chegar mais próximo a Deus. E, como o homem, criatura finita, jamais conseguirá alcançar o Criador Infinito, a Teshuvá é um empenho sem fim.
Essa busca infindável do Eterno é poeticamente descrita no "Cântico dos Cânticos", no versículo que diz "O Rei me introduziu na Suas câmaras" (1:14). Estar próximo a Deus não é certamente uma questão de distância física, mas de um relacionamento espiritual. O homem busca Deus chamando por Ele, aprendendo sobre Ele, Sua Sabedoria e Sua Vontade, e agindo de acordo com Seus Desejos. A Teshuvá acontece quando o homem vai de um nível espiritual a outro, procurando por Deus, pois é a busca contínua de Deus, dia após dia, e não apenas em ocasiões especiais como Rosh Hashaná e Yom Kipur.
O arrependimento é um dos pilares da fé unicista. É a mais elevada expressão da capacidade do homem de exercer seu livre-arbítrio. É, com efeito, a manifestação da Centelha Divina no homem. Através da Teshuvá um homem torna-se senhor de seu próprio destino: pode romper com o passado e começar vida nova. Isto explica por que, antes de criar o mundo, Deus criou o conceito de Teshuvá. Pois o mundo físico é um lugar onde o tempo flui e onde há uma relação constante entre causa e efeito. Mas como o conceito de se arrepender antecede o mundo, precede também o tempo. E assim, através da Teshuvá, o indivíduo pode não apenas definir seu futuro, mas também mudar seu passado. Entretanto, para voltar no tempo e romper com o ciclo de causa e efeito provocado por um pecado, a pessoa deve atingir o mais alto nível de arrependimento, chamado de Tikun. Tal patamar é atingido quando os pecados cometidos no passado são transformados em extraordinária força espiritual por fazer o bem. Isto ocorre quando o remorso por erros do passado se converte em força poderosa que impele o homem a realizar muito mais do que faria, habitualmente, caso jamais tivesse pecado.
Para que aconteça um Tikun, a retificação íntegra do passado, não é suficiente reconhecer que erramos; é preciso ir além. É por isso que a Torá, quando define um pecado, indica como expiá-lo. Meramente reconhecer o erro, sem fazer algo a respeito, gera em nós sentimentos de culpa e baixa auto-estima. Isto leva à passividade e à depressão.
Celebremos portanto, nosso Rosh Hashanah, com a certeza de que o bom Deus nos dará um ano incrível, se nossos corações estiverem dispostos a aclamar, receber o julgamento, lembrarmos dos que ficaram pra tras, os dias temíveis que passaram e que ainda virão e acima de tudo recebermos com humildade o perdão de Deus, só assim poderemos dizer TESHUVÁ.


Atte.


Pr.Dr. Wagner Teruel










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