Trocas e Negocios
Se alguem leu minha cronica A NECESSIDADE DE TRANSGREDIR, ou da TRANSGRESSÃO
Já sabe que estive na cidade, e aqui na minha cidade, que vivo não por opção e muito menos por amor a ela, mais que vivo tem algo peculiar na praça central, sim aquela da catedral onde o "bom velhinho" está vivendo enclausurado num cubiculo vergonhoso, é que desde e a minha infancia nesta praça sempre tem uns senhores idosos trocando relogios, radios, nesta era pós moderna, trocando celulares e um mais moderninho ainda trocando tablet, alguem certa ocasião chegou a dizer que era produto de furto, mais não acredito, voce olha na cara dos senhores, voce olha o produto que eles estão "comercializando" não é coisa de batedores de carteira, é apenas a necessidade de negociar, e quem não sente esta vontade? com certeza se voce pensar ai verá que tem algo na sua casa que comprou pensando, não conseguirei viver sem isto, é importante demais na minha vida, e agora, está jogado no canto cheio de poeira, e sua vontade é trocar, vender enfim negociar, é tão latente isto que aqui mesmo no face tem varias fan pages de compra, vende e troca, e é muito legal, os senhores que ficam na praça estão sendo consumidos pelos jovens negociantes que por fim encontraram uma boa utilidade pro face, fazer dele uma praça de negocios, livre comercio de quinquilharias e ficamos felizes não é verdade?
É interessante vermos, que a disposição dos senhores da praça da catedral é a mesma disposição dos jovens nas suas trocas e vendas na internet, mais tem algo que me preocupa.
No mundo cristão, estamos tambem realizando trocas absurdas, estamos trocando nossa fé até então imaculada, por projetos religiosos enfadonhos, estamos trocando de Igreja sem saber se ganharemos ou perderemos, simplesmente porque já não gosto mais, já não uso mais, nã existem mais cristãos convictos na fé e sim na situação, no momento, e com isto estamos montando uma praça de trocas e barganhas, e a pergunta é TENHO UMA ALMA AQUI PRA VENDER, QUAL IGREJA QUER COMPRAR? meu preço é baratinho, um cargo, um tapinha nas costas, etc...
A Bíblia diz, que nós não devemos nos assemelhar ao mundo, mais a verdade é que somos tão bons negociantes que temos o sotaque do mundo, os trejeitos do mundo, a cara do mundo, não da mais pra saber quem é crente e quem não é num calçadão qualquer da cidade.
Trocas e Negocios é o que o homem tem feito com sua fé, mais que fé é esta? se ela deve ser única, exclusiva e principalmente intriseca, particular.
Meu convite, valorize-se, não se venda, não negocie, sua fé seja frio ou seja quente, mais não seja corrompido pelos dizeres dos homens, se voce tiver que mudar, mude por causa da palavra Ela te leva a liberdade, e mais Ela é a propria verdade, absoluta e santa verdade que nos constrange a reconhecermos que somos pecadores e devedores. do que? do respeito aos nossos lideres, do amor a nossa familia e principalmente da valorização a nós mesmos.
Se formos vender algo, que seja os nossos sapatos, para que possam dizer QUÃO FORMOSOS SÃO OS PÉS DOS QUE ANUNCIAM AS BOAS NOVAS.
Se formos vender algo que seja as nossas bolsas, pois Jesus disse: QUANDO SAIREM NÃO LEVEM BOLSAS CONSIGO, DEUS PROVIDENCIARÁ TUDO.
Se formor vender algo que seja nosso cansaço fisico e mental e que possamos nos desgastar aos pés de Cristo
Atte.
Pr.Dr. Wagner Teruel
www.espacopentecosta.net
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
A Necessidade da Trasngressão
A Necessidade da transgressão
Deus abençoe meus amigos e irmãos, queridos leitores de minhas cronicas as vezes até absurdas fruto de uma mente divorciada do mundo e inteiramente ligada com as coisas de Deus.
Quero nesta manhã tratar de dois pontos que me deixou perplexo hoje, o brasileiro em especial tem uma necessidade desesperadora de transgredir.
Fui ao centro de onibus, normalmente não ando de onibus, mais fui, feliz vendo as ruas, as pessoas, seus trejeitos, suas falas e fiquei impressionado.
Mulheres falando palavrões como se fossem homens em botecos (não que isto seja louvavel a um homem falar)
Homens falando delicadamente como se fosse mulheres em lojas de lingeries
Mais o mais interessante eu notei quando a cobradora, que não parava de falar ao celular, realizou um troco de uma nota de 50,00 coisa que é proibido (ao menos na placa) mais para que a inconveniente transgressão de falar ao celular na hora de passar o troco não fosse notada, ela corruptivamente realiza o troco sem questionar.
Somos todos transgressores?
Bem ao retornar de pagar as contas, lá estou eu novamente no ponto de onibus, e ao parar o onibus, uma senhora de idade desce pela porta da frente, ora, só se justificaria tal ato infracionario, caso o onibus estivesse lotado, mais estava vazio, ao ponto que pude escolher um lugar que mais me agradava. Por que, esta bendita senhora não realizou o procedimento devido, uma vez que havia condição para tal procedimento? e mais o que passa na cabeça dos "legisladores de catraca" permitir tal absurdo?
Simples a necessidade de transgressão.
Para terminar esta parte, vi o papai noel do centro da cidade, saindo de seu casulo comercial e se dirigindo a Igreja católica, eu pensei deve estar indo pedir perdão por estar enganando as crianças, o que ao meu ver tambem é uma transgressão bi lateral, de um lado o "bom velhinho" e de outro lado os pais, eu o segui de perto, já sei voce deve estar pensando será que eu não tinha o que fazer? na verdade hoje estou tranquilo, bem, voltando o segui de perto, pensei, vai se ajoelhar, vai fazer uma penitencia pelo pecado de iludir as pobres crianças.... ahhh amigos que ledo engano ele foi ao banheiro, o que tambem é uma transgressão multi lateral, o pobre velhinho com incontinencia urinaria, usurpando a "santa sé" deixando ali seus dejetos, a prefeitura de mogi que não providenciou um local pro Noel poder fazer suas necessidades, o que alias o Noel em Mogi das Cruzes está em crise, nos anos que se passaram tinha uma verdadeira mansão na praça da catedral e hoje está em um kitnet muito do sem vergonha escorado nos muros da Escola Coronel Almeida. e por ultimo a propria Igreja Católica que transgride a fé e os bons costumes apoiando o Bispo de Mitra.
Será que somos todos transgressores?
Talvez sim, mais em Isaias o Senhor Deus nos diz que Ele levou sobre í as nossas transgressões e isto nos indica que podemos fazer um mundo melhor, sem acordo ou pacto como nossa Presidente Dilma Rousseff propos, nós temos que fazer pactos ou acordos, o que precisamos é orar pela nossa nação, votar com consciencia e acima de tudo viver este dia como se fosse o ultimo de nossas vidas, fazendo o melhor, corrompendo menos e deixando a hipocresia de lado.
Deus abençoe nossa Nação
Pr. Dr. Wagner Teruel
www.itsteologia.net
Deus abençoe meus amigos e irmãos, queridos leitores de minhas cronicas as vezes até absurdas fruto de uma mente divorciada do mundo e inteiramente ligada com as coisas de Deus.
Quero nesta manhã tratar de dois pontos que me deixou perplexo hoje, o brasileiro em especial tem uma necessidade desesperadora de transgredir.
Fui ao centro de onibus, normalmente não ando de onibus, mais fui, feliz vendo as ruas, as pessoas, seus trejeitos, suas falas e fiquei impressionado.
Mulheres falando palavrões como se fossem homens em botecos (não que isto seja louvavel a um homem falar)
Homens falando delicadamente como se fosse mulheres em lojas de lingeries
Mais o mais interessante eu notei quando a cobradora, que não parava de falar ao celular, realizou um troco de uma nota de 50,00 coisa que é proibido (ao menos na placa) mais para que a inconveniente transgressão de falar ao celular na hora de passar o troco não fosse notada, ela corruptivamente realiza o troco sem questionar.
Somos todos transgressores?
Bem ao retornar de pagar as contas, lá estou eu novamente no ponto de onibus, e ao parar o onibus, uma senhora de idade desce pela porta da frente, ora, só se justificaria tal ato infracionario, caso o onibus estivesse lotado, mais estava vazio, ao ponto que pude escolher um lugar que mais me agradava. Por que, esta bendita senhora não realizou o procedimento devido, uma vez que havia condição para tal procedimento? e mais o que passa na cabeça dos "legisladores de catraca" permitir tal absurdo?
Simples a necessidade de transgressão.
Para terminar esta parte, vi o papai noel do centro da cidade, saindo de seu casulo comercial e se dirigindo a Igreja católica, eu pensei deve estar indo pedir perdão por estar enganando as crianças, o que ao meu ver tambem é uma transgressão bi lateral, de um lado o "bom velhinho" e de outro lado os pais, eu o segui de perto, já sei voce deve estar pensando será que eu não tinha o que fazer? na verdade hoje estou tranquilo, bem, voltando o segui de perto, pensei, vai se ajoelhar, vai fazer uma penitencia pelo pecado de iludir as pobres crianças.... ahhh amigos que ledo engano ele foi ao banheiro, o que tambem é uma transgressão multi lateral, o pobre velhinho com incontinencia urinaria, usurpando a "santa sé" deixando ali seus dejetos, a prefeitura de mogi que não providenciou um local pro Noel poder fazer suas necessidades, o que alias o Noel em Mogi das Cruzes está em crise, nos anos que se passaram tinha uma verdadeira mansão na praça da catedral e hoje está em um kitnet muito do sem vergonha escorado nos muros da Escola Coronel Almeida. e por ultimo a propria Igreja Católica que transgride a fé e os bons costumes apoiando o Bispo de Mitra.
Será que somos todos transgressores?
Talvez sim, mais em Isaias o Senhor Deus nos diz que Ele levou sobre í as nossas transgressões e isto nos indica que podemos fazer um mundo melhor, sem acordo ou pacto como nossa Presidente Dilma Rousseff propos, nós temos que fazer pactos ou acordos, o que precisamos é orar pela nossa nação, votar com consciencia e acima de tudo viver este dia como se fosse o ultimo de nossas vidas, fazendo o melhor, corrompendo menos e deixando a hipocresia de lado.
Deus abençoe nossa Nação
Pr. Dr. Wagner Teruel
www.itsteologia.net
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
O Deus que diz “EU SOU” o mistério do nome hwhy YHWH
O Deus
que diz “EU SOU” o mistério do nome hwhy YHWH
Samuel
Josef Agnon, ganhador do premio Nobel de literatura, conta como Rafael, um
escriba da Torá cuja missão era copiar à mão os sagrados rolos, cada vez que
chegava a uma passagem do texto original que continha a palavra hwhy YHWH, deixava um espaço em
branco, o qual só completava depois de ter realizado uma serie de rituais
especiais de purificação. Um procedimento tão complicado pode soar estranho ao
ouvidos sul americanos, pois ilustra com perfeição a singular importância de hwhy YHWH, entre os demais
nomes divinos da Bíblia. Trata-se do mais sagrado de todos eles, aquele sobre o
qual o apostolo Paulo diz que é “O NOME QUE ESTÁ ACIMA DE TODO NOME” (Fp.2:9),
mas também o mais comumente empregado, pois aparece 6828 vezes na Bíblia independentemente
da versão.
Hoje
vamos estudar hwhy YHWH
sobre três aspectos:
1 – A parte histórica:
No que se refere ao origem do Nome,
2 – Aspectos Filológicos:
Relativos ao significado deste Nome Divino e,
3 – Questões Teológicas: O
que este Nome pode ter evocado no antigo Israel.
Naturalmente,
os três enfoques estão relacionados entre si de forma profunda, mas vou tentar
simplifica-los para que fiquem mais claros. Antes, porem, quero me deter em
alguns aspectos prévios, entre os quais incluem o caráter sagrado deste nome
divino, o empego de palavras substitutivas e os textos mais importantes
relativos à hwhy YHWH
(Ex.3 e 6).
1 – Um Nome Sagrado a
parte histórica: Por que encontramos “O SENHOR” nas
traduções da Bíblia?
À
medida que os Judeus começaram a considerar que o nome hwhy YHWH era sacrossanto,
deixaram de pronunciá-lo, até o ponto que sua dicção se tornou duvidosa e hoje
os estudiosos não entram em um acordo a esse respeito. Não se pode dar uma data
exata desse processo, mas parece ter ocorrido na época do exilio.
Pensemos
na santidade do Nome, no livro de Levitico encontramos um relato da briga entre
dois israelitas, durante a luta, um dos contendentes “BLASFEMOU E ALMALIDÇOOU O
NOME DO SENHOR”. A gravidade da falta fica evidente pelo castigo que acarretou,
o ofensor foi condenado, de acordo com os princípios da lei sagrada, sancionada
pela mesma divindade.
“...Aconteceu
que o filho de uma israelita e de um egípcio saiu e foi para o meio dos
israelitas. No acampamento houve uma briga entre ele e um israelita; O filho da
israelita blasfemou o Nome com uma maldição; então o levaram a Moisés. O nome
de sua mãe era Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã; Deixaram-no preso até
que a vontade do Senhor lhes fosse declarada; Então o Senhor disse a Moisés: "Leve
o que blasfemou para fora do acampamento. Todos aqueles que o ouviram colocarão
as mãos sobre a cabeça dele, e a comunidade toda o apedrejará; Diga aos
israelitas: Se alguém amaldiçoar seu Deus, será responsável pelo seu pecado; quem blasfemar o nome do Senhor terá que
ser executado. A comunidade toda o apedrejará. Seja estrangeiro, seja
natural da terra, se blasfemar o Nome, terá que ser morto...” (Lv.24:10-16
NVI).
A
consciência da Sagrada Santidade do nome se manifesta na tendência a se referir
a Deus empregando mihole Elohim em vez de hwhy YHWH.
O uso é claro nas passagens paralelas dos livros de Cronicas e de Reis e em um
grupo especial de Salmos tratamento
especial desse nome, que em alguns textos não aparece na caligrafia
contemporânea da cópia, uma maiúscula quadrada, mais sim em um alfabeto mais
antigo tipo epigráfico: o efeito é o mesmo de quando incluímos no meio de um
texto um impresso atual, isto quer dizer que os escritores últimos que
esconderam seus escritos nas cavernas de Qnram sequer citavam o nome sagrado
por medo de blasfemar, em alguns casos colocavam apenas quatro pontos .... para
memorar o nome sagrado.
Na
Mishná, a “TRADIÇÃO DOS ANTEPASSADOS”, se escreve acerca dos pecadores que
perderam o direito à vida futura, entre eles estão os que negam a ressurreição
dos mortos e o caráter divino da lei, mas também os que pronunciam o nome
santo. Essa recopilação da tradição legal é datada dos primeiros séculos da
nossa era.
O
que se fazia então quando na Sinagoga, lendo um texto em voz alta se chegava na
passagem que continha a palavra hwhy YHWH?
Naturalmente deveria ser substituído por outro nome menos “CARREGADO” do
significado, e a escolha comum era a palavra hebraica yanoda
ADONAY
que significa “O SENHOR”. Ou seja, cada vez que lendo se chegava a hwhy YHWH se substituía por yanoda ADONAY, o que
explica por que onde o texto hebraico simplesmente continha o nome sagrado, nas
traduções da Bíblia aparece “O SENHOR”.
Para
eliminar a possiblidade de leituras incorretas, os judeus começaram a vocalizar
o hwhy YHWH do texto
hebraico com as vogais da palavra yanoda ADONAY, este
processo ocorreu entre os séculos VI e X dC. sob a direção dos massoretas. É
importante, pois, ter claro que a vocalização de hwhy YHWH
que aparece na Bíbli hebraica não serve para elucidar o assunto da pronuncia,
já que pertence a outra palavra absolutamente diferente, yanoda
ADONAY.
Ainda assim, alguns estudiosos musturaram as consoantes do tetragrama com as
vogais de Adonay, e leram o resultado como JHEOVAH, um nome que teve notável
popularidade até o fim do século passado. Os israelitas nunca empregaram tal
nome.
Desta
forma podemos resumir que hwhy YHWH
termo usado na Bíblia hebraica. yanoda ADONAY entretanto,
era falado dado a santidade do nome. A mistura das vogais e consoantes para a
formação do nome JHEOVAH se deu na idade média, esta forma artificial nada tem
a ver com o nome bíblico do Deus de Israel.
Vimos
como, no curso do tempo hwhy YHWH
chegou a ser considerado muito sagrado para ser pronunciado e foi substituído
por yanoda
ADONAY,
“O SENHOR”. Ocasionalmente esta resistência ao uso de hwhy YHWH é claro no NT. Jesus
apresenta o filho prodigo dizendo: “...Pai,
pequei contra os céus e contra tí...” (Lc.15:21), uma frase em que o nome
sagrado foi substituído pela palavra “CÉU”, isto é chamado de recurso de formas
passivas. Chegando a esse ponto, convém tratar o emprego do termo grego: Kyrios Kyrios, referido a Jesus,
como sabemos, essa palavra significa “SENHOR”, e é de especial importância para
um correto entendimento da Cristologia do NT. comparar o uso Kyrios Kyrios, com a pratica do
AT. desde o momento em que parece clara a relação Kyrios
Kyrios
com yanoda
ADONAY
e, portanto, com o nome mais santo hwhy YHWH.
Um texto chave de Filipenses 2:5-11, que é descrito como um hino a Cristo ou
uma peça didática de caráter retorico-pedagógico. A passagem conta de três estrofes das quais a primeira descreve a
pre-existencia de Cristo, a segunda fala da encarnação de Cristo sua vida
humana e morte, e a terceira proclama a exaltação de Cristo de um modo
significativo para nossos propósitos.
“...Por isso
Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória
de Deus Pai...” (Fp.2:9-11 NVI).
Neste texto, para o escritor do sagrado não
bastou empregar a forma grega comum hypsóo hypsóo que significa “HONRAR”, “EXALTAR”, mais
ele preferiu uma palavra com o prefixo hyper hyper, um intensiva dor que nos
soa familiar em termos como: HIPERSENSIVEL, HIPERTENSO, entre outro. Costuma-se
dizer, além disso, que Cristo recebeu “O NOME QUE ESTÁ ACIMA DE TODO NOME”
(v.9), um comentário que se esclarece com a precisão de que toda a língua proclamará
que o Senhor é Jesus Cristo. Jesus, portanto, através da revelação
escrituristica do apostolo Paulo no referido texto, é o mesmo Deus do AT.
Que Jesus é Kyrios Kyrios,
ou seja, SENHOR, é uma das primeiras afirmações dos cristãos: “...Se você
confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, será salvo...” (Rm.10:9 NVI); “...Por isso,
eu lhes afirmo que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: "Jesus seja
amaldiçoado"; e ninguém pode dizer: "Jesus é Senhor", a não ser
pelo Espírito Santo...” (1Co.12:3 NVI).
É importante observar que a pista desta confissão de Jesus pode
ser seguida até as mais antigas comunidades judaico-cristãs da Palestina, e o
fio que nos leva até ela é a expressão MARANATA (do original em hebraico מרנא תא, maranâ tâ, "vem,
Senhor!") é uma expressão aramaica que ocorre duas vezes na Bíblia.
Em resumo: entre os nomes de Deus no AT. o nome hwhy YHWH é singular na medida
em que com o tempo foi considerado sagrado, e na pratica foi deixado de pronunciar,
substituindo-o pela palavra yanoda ADONAY, com o
sentido de “O SENHOR”. Isto explica porque as traduções modernas da Bíblia
remetem a “O SENHOR” “THE LORD”, “DER HERR”, “LE SEIGNEUR” naquelas passagens
da Bíblia Hebraica onde se menciona o mais sagrado dos nomes. É claro que esta
forma de “reproduzir” o nome de Deus só serve para ressaltar ainda mais seu
mistério e perpetuar o segredo que o nome divino encerra.
Na próxima semana daremos continuidade e nos aprofundaremos mais
nas perspectivas histórica, filológica e teológica. Deus os abençoe ricamente.
Atte.
Pr.Dr. Wagner Teruel
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Os nomes sagrados de Deus, ponto de partida da historia da Salvação
Os nomes sagrados de Deus, ponto
de partida da historia da Salvação
Quem és, Senhor? Quando
perguntamos por alguém desconhecido, o primeiro dado que se espera é o nome; só
depois vem os outros detalhes que desenham o retrato do individuo em questão. O
nome estabelece e manifesta a identidade pessoal.
Algo semelhante acontece
quando alguém se encontra pela primeira vez com o Deus de Israel e recebe o
privilegio de poder discernir alguma nova faceta do Ser Eterno. Tais momentos
decisivos da historia da salvação tem sido caracterizados às vezes porque Deus
se tem apresentado sob um novo nome. Em Genesis 17:1, relata o primeiro desses
encontros e Deu se apresenta a Abraão com um “sou EL SHADDAY”, um nome sagrado
que habitualmente se traduz como “DEUS TODO PODEROSO”, tempo depois, Deus se
revela a Moises e lhe diz: “...Disse Deus ainda a Moisés: "Eu sou o Senhor. Apareci a
Abraão, a Isaque e a Jacó como o Deus Todo-poderoso, mas pelo meu nome, o
Senhor, não me revelei a eles...” (Ex.6:2-3 NVI).
Existem
varias formas de abordar o estudo da ideia de Deus no AT. Mais escolhi os nomes
divinos como pontos de referencia para a nossa viagem na Bíblia.
Partirei
do principio de que os nomes sagrados são símbolos referidos a Deus em termos
de categorias tomadas do mundo da experiência humana e que tem, portanto, as
peculiaridades da linguagem metafórica. Max Vlack chamou a atenção sobre este
funcionamento de seleção, de filtragem, este filosofo, usando, por exemplo a
frase: “ O HOMEM É UM LOBO”, observa que tal afirmação metafórica carece de
sentido para quem não saiba o que são e como são os lobos. Não basta saber o
significado dessa palavra no dicionário; a forma correta de entender a metáfora
requer conhecimento de uma serie de tópicos que a palavra LOBO implica para o
HOMEM, o resulta é que o HOMEM se converte numa agressiva e habilidosa desta de
rapina. Portanto, a metáfora do lobo funciona como um filtro que
instantaneamente estrutura e modifica nossa percepção aos excluir das condições
humanas certas qualidades próprias tais
como: compaixão, preocupação, carinho etc... que ficam anuladas pela escolha
desta símile. A metáfora seleciona, suprime, ressalta e organiza os atributos
do sujeito secundário.
Se
aplicarmos o que citamos aos homens de Deus na Bíblia, isso significa que nossa
tarefa é dupla: primeiro; temos que tentar determinar o conteúdo linguístico de
cada nome, e depois, definir o sistema de tópicos associados a cada um. Para
faze-lo recorreremos ao estudo dos nomes divinos em seu mais amplo contexto
cultural, levando em conta que o objetivo final é permitir uma melhor
compreensão da ideia de Deus que cada um deles expressava. Emprego então o
termo: “IDEIA DE DEUS”, para expressar em sua totalidade a concepção que os
israelitas tinham das qualidades divinas, de suas atividades e de seu campo de
ação, por exemplo, se Deus influi ou não na natureza, se intervém ou não na
historia, se participa ou não na vida dos indivíduos e das nações etc...
1 – Os Nomes de Deus como principio de
Organização:
Quem
és, Senhor? Tal é, em essência, nossa pergunta. Consequentemente tratarei de
assinalar as diversas respostas que permitem os nomes sagrados do AT. Dessa
forma, os próprios nomes apelativos se transformam no principio organizador da
pesquisa. Cabe, porem, perguntar se essa forma de trabalho corresponde com a
pergunta inicial e com os dados que vamos empregar. Sem entrar na discussão
teórica dos problemas metodológicos que suscitam certos estudos recentes sobre
a teologia do AT. Tenho notado como os estudos da teologia veterotestamentária,
tem trazido o enfoque de eleição, pacto, salvação, reconciliação, escatologia,
etc... frutos apenas de uma teologia sistemática partidária, minha principal
objeção contra este proceder é que quem as pratica dá as costas para a
linguagem do AT. Essas noções podem ser reflexões tardias sobre assuntos que a
Bíblia trata com palavras muito mais comuns e precisas. C. Westermann recomenda
um enfoque alternativo: em vez de falar, por exemplo, da salvação como
requisito, tem maior interesse em pesquisar a estrutura verbal, neste caso, a
palavra utilizada “SALVAR” yãsã asayaassim,
ou ao menos pensa Westermann, a pesquisa não se centrará em condições
estáticas, mais em acontecimentos dinâmicos. A aplicação de tal método nos
permite descobrir que a grande eclipse que descreve a ideia do AT. Sobre Deus
tem dois focos, um deles é o Deus Salvador, o que Karl Barth descreveu como: “SENKRECHT VON OBEN” (O DIREITO DE CIMA), isto é, a
intervenção divina instantânea e inesperada; Deus toma parte ativa na historia
salvifica do povo. O outro foco é o Deus providente, a atividade criadora
divina, que nada tem a ver com intervenções dramáticas no acontecer humano ou
na historia da salvação; pelo contrario, trata-se da providencia constante e
inefável de Deus, que em todo momento conecta o criado com sua fonte e que
funciona “HORIZONTALMENTE” dentro do próprio curso da historia: a colheita
anual e a multiplicação da descendência, animal e humana, na tenda patriarcal
são mostras cotidianas desta providencia celestial. Esta concepção de Deus
aparece fundamentalmente nos livros sapienciais e nos salmos, enquanto que o
Deus salvador é próprio dos livros históricos, principalmente o pentateuco. A
postura de Westermann constitui uma saudável reação contra a estreiteza de
olhar que tem caracterizado os estudos teológicos do AT. Centrados em demasia
na perspectiva do desenvolvimento da historia da salvação, e recorda que o Deus
da Bíblia é algo mais que um Deus salvador. Westermann também toca num ponto
culminante ao denunciar a corrente de abstração que tem dominado a teologia
bíblica nestes tempos: diante do perigo de uma lenta asfixia no oceano díspar
de informações que são os livros sagrados, o gosto em resumir e generalizar,
mesmo correndo o risco de que o esforço acabe em abstrações sem força,
anêmicas.
O Deus Providente
Deus continua
provendo geração
Após geração
desde o começo dos
Tempos
Os Salmos e a
Literatura
Sapiencial (Pv.
Jó, Ecl)
|
O Deus Salvador
O Milagre da fuga
do Egito é um
Bom exemplo do
modo em que
Deus intervém na
Historia.
Os livros
Históricos do AT.
|
Definição teologal de Claus Westermann
Dessa, forma, a
contribuição de Westermann não deixa de ter valor, e partindo de diferentes
pontos de vista, outros autores tem chamado a atenção a respeito das diferentes
particularidades da ideia de Deus no AT. Uma das razões que tem levado a
centralizar meu estudo nos nomes de Deus é que se trata de um tema
frequentemente ignorado pelas pesquisas recentes sobre o AT. Além disso,
levantar a questão da ideia que Israel tinha por Deus por meio do estudo dos
nomes sagrados ajuda a esclarecer com seriedade como entender a Deus na Bíblia.
O primeiro desafio é
aceitar o texto sagrado em sua própria formulação, sem interpreta-la com o
auxilio das abstrações teológicas ; ocupar-se das designações de Deus é
trabalhar com elementos linguísticos próprios da linguagem divina da Bíblia,
isto é, trabalhar no plano da língua hebraica. E não é só isso; trataremos de
nomes próprios e para os antigos israelitas os nomes estavam repletos de
sugestões. O outro desafio é colocar a sí mesmo nas coordenadas históricas em
que se encontravam os protagonistas da Bíblia quando testificaram sobre Deus;
não bastam só os detalhes linguísticos, temos que nos preocupar também com as
situações históricas, especialmente se considerarmos que o AT. Nunca
proporciona um retrato completo das particularidades do Ser Divino, inteligível
num contexto abstrato fora do marco cronológico e dos detalhes de uma dada
situação histórica. Hoje precisamos aceitar que através do AT. Estamos
conhecendo todos os retratos possíveis, imagináveis do Pantocrator, quer seja
em momentos concretos nos quais narram as Escrituras, Deus se apresenta à
humanidade, segundo esta situação histórica, o povo é consciente de novos
traços e particularidades do Deus escondido. Essa observação nos conduz ao
importante ponto das relações mutuas entre teologia e acontecimento: a teologia
do antigo Israel, entendida no sentido de suas ideias sobre Deus, se desenvolve
como resposta aos contínuos mutáveis desafios da vida diária.
Os textos bíblicos
constituem um poderoso legado a favor de que, apesar de todas as mudanças, há
uma constante na revelação: O Deus que se manifestou a Abraão é o mesmo que
falou a Moisés, com Isaias e com Ezequiel (Ex.3:6; 6:3). Entretanto, isso não
significa que a ideia que Isaias tinha de Deus era a mesma dos patriarcas. Nos
próximos cultos veremos as divergentes ideias, porem, paradoxalmente as ideias
patriarcais sobre o monoteísmo restrito e a importância dos nomes de Deus para
revelar sua unidade estão perfeitamente atreladas as ideias do Profeta Isaias.
Uma lista completa dos
diversos nomes divinos empregados no AT. Seria muito extensa. Sem muito
esforço, os nomes que me vem a memoria são YHW (O SENHOR), EL SHADDAY (DEUS
TODO PODEROSO), ELOHIM (DEUS), YHWH TSEBAOT (SENHOR DOS EXERCITOS), além dos
epítetos como “O DEUS VIVO”, “O SANTO”, “O EXCELSO”, “O REDENTOR” entre outros,
caso o fizéssemos esta serie de mensagem seria por demais exaustiva e não
apontaria para a compreensão da importância, que é nosso verdadeiro foco. Tanto
ELOHIM, como ELOAH, ELOI, ELI, são apenas similares, alguns deles são vagos e
amorfos que será redundante estuda-los, ou alguns foram tão pouco empregados
que são um tanto suspeito por sua escassa representação.
2
– O Significado dos Nomes no Mundo Bíblico:
Primeiro devemos
considerar como o mundo bíblico concebe os nomes pessoais em geral e os de Deus
em particular. Alguns indícios apontam que, nesse ambiente, os nomes tinham
grande importância:
1.1 Nome e Realidade:
no mundo conceitual dos antigos semitas, nome e realidade caminhavam juntos. A
introdução ao poema épico babilônico da criação, o ENUMA ELISH, descreve como
era tudo antes que se criassem os céus e a terra, isto é, antes que as coisas
fossem “NOMEADAS”, logo nomes e existência são a mesma realidade. Algo similar
se encontra na narração bíblica do Paraiso: “...Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas
as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes
chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome...” (Gn.2:19 NVI). Dean
Mc Bride fez uma sagaz observação ressaltando que dar o nome às coisas é um
importante complemento do ato divino da criação, porque é assim que se organiza
tudo o que vive, se divide e se define em entidades reconhecíveis.
1.2 Nome e Personalidade: em
nosso mundo existe a tendência de considerar que os nomes próprios são
etiquetas que se aderem às coisas, isto é, que são banalmente utilizados para
identificar e distinguir objetos e indivíduos. Ao contrario disso, o que
sabemos mostra que o mundo bíblico existia uma ligação mais intima entre o nome
e o seu portador, em 1 Samuel 25 se conta a historia de um tal NABAL, que,
arrogantemente, se negou a dar alimentos a Davi e a seus homens, porem, a
mulher de Nabal percebe a estupida atitude de seu marido e diz a Davi:”... Meu senhor, não dês atenção
àquele homem mau, Nabal. Ele é insensato, conforme o seu nome significa; e a
insensatez o acompanha. Contudo, eu, tua serva, não vi os rapazes que meu
senhor enviou...” (1Sm.25:25 NVI). Possivelmente seus pais tinham dado a Nabal um nome que
significava “O NOBRE”, mais no hebraico o adjetivo NABAL, pode significar
igualmente o oposto, ou seja, “O ESTÚPIDO”, “O INSENSATO”, tal jogo de palavras
constitui o núcleo do relato anterior, na medida em que o caráter de Nabal fica
bem expresso por seu nome. Outro exemplo pertinente se encontra nos relatos
patriarcais, quando Esaú comenta o seguinte sobre a falta de escrúpulos do seu
irmão: “...E disse Esaú: "Não é com razão que o seu nome é Jacó? Já é a
segunda vez que ele me engana! Primeiro, tomou o meu direito de filho mais
velho e agora recebeu a minha bênção! " Então perguntou ao pai: "O
senhor não reservou nenhuma bênção para mim?... " (Gn.27:36 NVI).
Uma tradução de confiança sustenta que o nome
de Jacó significa “DEUS PROTEJA”, que “DEUS TE CONSERVE”, o que provavelmente
expressa a bem aventurança que os pais desejavam ao seu filho recém nascido,
outra tradução igualmente confiável, aponta para a ideia de “AQUELE QUE AGARRA
A OPORTUNIDADE”, ou “AGARRADO AO CALCANHAR”, Esaú, entretanto, nos remete a
outra etimologia, a derivada da raiz semítica AGABÓ (JACÓ) que significa
“SUPLANTADOR” ou “ENGANADOR”, desta forma, muitos pregadores, e até mesmo
teólogos definem Jacó simplesmente como enganador, pelo fato de que Jacó tinha
a capacidade de enganar. Enfim isto pode ajudar a compreender o porque da
mudança do nome de Jacó, que passa a ser chamado de “ISRAEL”, seu encontro
noturno com o Deus de Jaboque produziu tal mudança em sua forma de ser que deixou
de se comportar como antes (Gn.32:28). Esse vinculo entre o nome e a
personalidade – uma relação que é dificilmente definível, mais que não deixa de
existir – é o que permite compreender várias expressões. Uma delas aparece na
conversa entre Deus e Moisés, quando o primeiro diz: “EU TE CONHEÇO PELO TEU
NOME” (Ex.33:17). Diferentemente do uso contemporâneo, onde conhecer a alguém “pelo
nome” é sinônimo de uma relação superficial, no mundo bíblico a expressão
indica algo mais profundo: DEUS SABE QUEM É MOISES PORQUE CONHECE INTIMAMENTE O
SEU CARATER. A segunda expressão é bem conhecida: “EM HONRA DO SEU NOME”. O salmista
exclama: “...restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome...” (Sl.23:3 NVI); e existe também a expressão profética: “...Por
amor do meu próprio nome eu adio a minha ira; por amor de meu louvor eu a
contive, para que você não fosse eliminado...” (Is.48:9 NVI). A frase
parece se referir à essência de Deus: porque Deus é como é, porque Deus é Deus,
atua conforme a sua vontade pelo caminho do bem, é paciente, perdoa os pecados,
etc... para nossos propósitos, o interessante é que a Bíblia se refere a essas
realidades mediante o nome de Deus. Finalmente, a relação entre nome e pessoa
explica porque o AT. Às vezes se refere ao nome e não ao seu portador, como
acontece, por exemplo, em Isaias e nos Salmos: “...Vejam! De longe vem o Nome
do Senhor, com sua ira em chamas, e densas nuvens de fumaça; seus lábios
estão cheios de ira, e sua língua é fogo consumidor...” (Is.30:27
NVI); “...Que o Senhor te responda no
tempo da angústia; o nome do Deus de
Jacó te proteja!...” (Sl.20:1 NVI).
1.3 Nome e Presença:
Até agora falamos da associação entre nome e realidade e entre nome e presença:
por presença se entende obviamente, à de Deus, isto é, suas manifestações, as
teofanias. No antigo “CÓDIGO DA ALIANÇA” transmitido no livro do Exodo, o texto
original hebraico contem uma afirmação difícil de interpretar, mas que em minha
opinião deve entender-se deste modo: “...Façam-me um altar de terra e nele
sacrifiquem-me os seus holocaustos e as suas ofertas de comunhão, as suas
ovelhas e os seus bois. Onde quer que eu
faça celebrar o meu nome, virei a vocês e os abençoarei...” (Ex.20:24 NVI).
Em outras palavras: Deus proclama seu nome no santuário, manifestando, desse
modo, Sua presença (Dt.4:7). O AT. Contem um numero de passagens em que se
descreve o que, com bastante exatidão, pode ser chamado uma teofania, uma
manifestação de Deus. Tais textos apresentam duas características comuns. Primeiro,
se referem habitualmente à “VINDA” da divindade, seja do Sinai, seja de Arã ou
de outro lugar, e o verbo do movimento implica que Deus se aproxima. Em segundo
lugar, a vinda de Deus acontece em meio de fenômenos naturais, a terra treme e
as montanhas se movem, derretendo-se como a cera. Uma passagem como a de Juizes
5:4-5 pertence a este grupo de descrições de teofanias; Arthur Weiser e outros
estudiosos sustentaram que a teofania formava parte da liturgia do templo de
Salomão, onde um rito assim harmonizaria bem com o caráter dramático da
liturgia: é muito provável que as tochas e o som das trombetas foram – podemos assim
pensar – parte do ritual da teofania (Ex.19:16 e 20:18); além disso, é logico
que o anuncio do nome sagrado fosse o momento crucial da cerimonia e indicaria
a especial presença de Deus; essa proclamação podia ser feita, talvez, pelo
sumo sacerdote ou por outro profeta que participasse no serviço divino. Entretanto,
isso é uma hipótese e assim deve ser considerada.
1.4 O Valor Legal do Nome: Quando
se compra ou se vende uma propriedade, costumamos registra-la por escrito para
que conste futuramente. No antigo Israel, anunciar o nome do novo proprietário
era o colofão de qualquer trato; assim, por exemplo, quando se vendia uma
propriedade, o nome do comprador era chamado diante das testemunhas no lugar em
questão enquanto se fechava a compra e venda e o dinheiro mudava de mãos; Kurt
Galling enumerou uma série de passagens do AT. Que devem ser entendidas em
relação a esta pratica (Sl.49:11-12) se refere aqueles que davam o próprio nome
as suas propriedades; em Isaias 4:1, o texto em hebraico relata como sete
mulheres dizem ao mesmo homem, em ordem: ‘QUE NOS SEJA PERMITIDO USAR O TEU
NOME’. As expressões legais são também empregadas em sentido teológico como por
exemplo, quando alguém ou algo se é conhecido como o nome do Senhor. Jeremias não
recebeu seu nome de Deus, como frequentemente se traduz: “...Achando-se as
tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do
meu coração; porque pelo teu nome sou
chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos...” (Jr.15:16
ARCFIEL); em outras palavras é o escravo de Deus. Da mesma maneira em Jeremias
14:9 nos diz: “...Por que serias como
homem surpreendido, como poderoso que não pode livrar? Mas tu estás no meio de
nós, ó Senhor, e nós somos chamados pelo
teu nome; não nos desampares...” (Jr.14:9 ARCFIEL). Não por
causa da dedicação do Templo, Salomão afirma que: “ESTE TEMPLO QUE EDIFIQUEI
TRAZ O TEU NOME” (1Rs.8:43); e finalmente, em Amós 9:12; é o “POVO” sobre quem
se pronuncia o nome de Deus. É obvio, mais vale a pena repetir que o AT. É a
Bíblia de Jesus, e, portanto, o NT precisa de seu contexto justo se não pudesse
ser interpretado a luz dos livros anteriores.
Nossa serie de
mensagens nos permitirá que falemos mais sobre isso, mais agora para terminar
quero citar um texto do Novo Testamento: “...Não
são eles que difamam o bom nome que
sobre vocês foi invocado?...” (Tg.2:7 NVI). A forma de Thiago se
expressar lembra a proclamação do direito de propriedade, tal e como aparece no
AT., e testemunha que o nome de Jesus era proclamado sobre aqueles que recebiam o batismo:
qualquer pessoa batizada entrava numa nova relação com Jesus, porque passava a
ser propriedade de Jesus, por isto batizamos em Nome de Jesus.
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Hagag Rosh Hashanah
Hagag
Rosh Hashanah
Rosh Hashaná (em hebraico ראש השנה , literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo judaico. Rosh Hashaná ocorre
no primeiro dia do mês de Tishrei,
primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico, sétimo mês no calendário
bíblico e nono mês no calendário gregoriano.
Já a literatura rabínica diz que foi
neste dia que Adão e Eva foram criados e neste mesmo dia incorreram em erro ao tomar da
árvore da ciência do bem e do mal. Também teria sido neste dia que Caim teria matado seu irmão Abel. Por isto considera-se este dia como
Dia de Julgamento (Yom ha-Din) e Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron),
o início de um período de introspecção e meditação de dez dias (Yamim Noraim)
que culminará no Yom Kipur,
um período no qual se crê que o Criador julga os homens.
Logo o que para nós brasileiros a
passagem de um ano é simplesmente, festa e comemoração para os judeus é um dia
de colocar na cabeça, ou seja no memorial, com ao menos cinco reflexões e é
sobre isto que quero tratar.
Nossa festa só será perfeita se
também fizermos esta reflexão.
1 – Yom Teruá (O dia da Aclamação): O calendário Bíblico/Caraíta também difere do Calendário Rabínico
na observação do Novo Ano Judaico.
Yom Teruah (Dia de Aclamação), que cai
no primeiro dia do Sétimo mês. Os Caraitas celebram
o Ano Novo no mês da Festa dos Pães Ázimos. Sendo que a Torah afirma:
"Este mês será para vós o principal entre os meses; será para vós o
primeiro dos meses do ano" (Êxodo 12:2). Depois desta explícita
declaração, a Torah procede a descrever a cerimônia do Sacrifício de Páscoa que
tem que cair neste Primeiro mês. Da mesma forma, Levético 23 e Números 28
mencionam as festas e em ambas as passagens são descritas o Sacrifício de
Páscoa no Primeiro mês e Yom Teruah no Sétimo mês.
Os Caraítas não fazem soar um Shofar
em Yom Teruah. Isto é porque não há nenhum mandamento que ordene isto. Segundo
a tradição Rabínica Teruah” (da Raiz Hebraica: ע)רו) se refere a um som criado por um Shofar (Corno de Carneiro).
Contudo, a mesma palavra da raiz (רוע) é usada em Números 23:21 para significar aclamação e em Números
10:5-6 onde nos é dito para fazermos soar trombetas prateadas.
É interessante que cinco versículos
para frente Deus ordena fazermos soar as
trombetas prateadas na Lua Nova, isto é, o primeiro dia de cada mês (veja
Números 10:10). O que claramente se deduz de todos estes versículos é que a
palavra Teruah, mencionada nesta ocasião após a palavra dia, é um termo geral
que descreve um grande barulho feito tanto pelo corno de um Carneiro, como por
uma trombeta prateada, por címbalos, ou inclusive por uma congregação orando a
Deus.
Sendo que é feito soar um corno sob a
forma de uma trombeta em cada primeiro dia de mês, devemos perguntar por que
Yom Teruah, o primeiro dia do Sétimo Mês é deixado de lado como uma santa
assembléia. Infelizmente, a própria Torah não nos diz por que este dia é
deixado de lado como um Mo'ed (Tempo Indicado). No entanto, sendo que é o
inicio do mês em que Yom Kippur e Succot ocorrem, sua importância resulta
evidente. Isto parece ser um dia nacional para que os Israelitas se prepararem
para as próximas festas. Em uma sociedade agrícola, Succot, uma festa de
agradecimento a Deus pela colheita e pedindo uma colheita saudável para o
próximo ano, é de suma importância. Os Caraítas sempre tiveram Yom Teruah como
um dia nacional de oração e preparação para as próximas festas do Sétimo Mês.
A historia conta que foi
neste dia que Deus criou o homem, por isto a necessidade de aclamar e adorar a
Deus, uma forma de agradecimento, uma forma de gratidão.Para nós o Youm Teruáh
representa a necessidade de mesmo o ano estar terminando começarmos um clamor
poderoso aclamando o Poderoso Nome de Jesus.
2 – Yom Há Din (Dia
do Julgamento):
também a cultura e a tradição nos informa que no Rosh Hashanah também foi o dia
em que Caim teria matado a Abel, e dai este dia também é chamado de YOM HÁ DIM,
dia do julgamento, isto quer dizer que neste dia sagrado de festas e passagens
de ano, deve ser lembrado que também é o dia de julgamento, seremos julgados, por
tudo aquilo que simplesmente não fizemos, ou pelo mal que fizemos. O mês de Tishrei é o sétimo no calendário judaico. Isso pode
parecer estranho, pois Rosh Hashaná, o Novo Ano, é no primeiro e segundo dia de
Tishrei. A razão é que a Torá fez o mês de Nissan o primeiro do ano, para
enfatizar a importância histórica da libertação do Egito, que aconteceu no
décimo quinto dia daquele mês, e que assinalou o nascimento de nossa nação.
Entretanto, de acordo com a tradição, o mundo foi criado em Tishrei, ou
mais exatamente, Adam (Adão) e Chava (Eva) foram criados no primeiro dia de
Tishrei, que foi o sexto dia da Criação, e é a partir deste mês que o ciclo
anual se inicia. Por isso, Rosh Hashaná é celebrado nesta época.
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Adão e Eva foram criados no primeiro dia de
Tishrei, que foi o sexto dia da Criação
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Há doze meses no ano, e há doze Tribos em Israel. Cada mês do ano
judaico tem sua Tribo representativa. O mês de Tishrei é o mês da Tribo de Dan.
Isto tem um significado simbólico, pois quando Dan nasceu, sua mãe Lea disse:
"D'us julgou-me e também atendeu à minha voz." Dan e Din (Yom HaDin,
Dia do Julgamento) são ambos derivados da mesma raiz, simbolizando que Tishrei
é a época do Julgamento Divino e do perdão. Similarmente, cada mês do
calendário judaico tem seu signo no Zodíaco (em hebraico mazal). O mazal de
Tishrei é a Balança. Este é o símbolo do Dia do Julgamento, quando D'us pesa as
boas e as más ações do ser humano.
Embora cada Lua Nova seja anunciada e abençoada na sinagoga no Shabat
que a precede, a Lua Nova de Tishrei não é anunciada nem abençoada, pois o
próprio D'us a abençoa. O aspecto místico de Rosh Hashaná é indicado nas
Escrituras: "Soe o shofar na Lua Nova, em ocultamento do dia de nossa
festa."
Satan, o Acusador, não deve perceber a chegada de Rosh Hashaná, o Dia do
Julgamento. Esta é também uma das razões pelas quais a Lua Nova não é
mencionada nas preces de Rosh Hashaná. É também um dos motivos pelos quais a
primeira porção do livro Bereshit da Torá não é lida em Rosh Hashaná, embora
seja apropriado lê-la, pois Rosh Hashaná é o aniversário do Homem, quando Adam
foi criado.
O primeiro dia de Tishrei, que é o primeiro dia de Rosh Hashaná, jamais
pode cair num domingo, quarta ou sexta-feira. Historicamente, entretanto, o
primeiro Rosh Hashaná foi numa sexta-feira, o sexto dia da Criação. Neste dia,
D'us criou os animais dos campos e das selvas, e todos os animais rastejantes e
insetos, e finalmente - o homem. Assim, quando o homem foi criado, encontrou
tudo pronto para ele.
Nossos sábios viram nisso a ordem da Criação, como a consideração do bom
anfitrião que, antes de convidar um hóspede de honra, coloca a casa em ordem,
prepara as lâmpadas mais brilhantes, uma refeição deliciosa, etc., para que seu
convidado encontre tudo preparado. Mas também vêem nisto uma profunda lição: se
o homem é merecedor, é tratado como um convidado de honra; se não o merece,
dizem-lhe: "Não fique orgulhoso de si mesmo; até um inseto foi criado
antes de você!"
3
– Yom Há Zikkaron (Dia da Lembrança): é o dia da
lembrança dos soldados mortos de Israel e das vitimas de terrorismo. Em Yom Há
Zikkaron a nação se lembra e expressa extrema gratidão a seus filhos e filhas
que sacrificaram suas vidas pela independência e a existência do País. É um dia
de angustia coletiva e pessoal combinada com reverencia e honra pelos caídos.
Uma data em que os vivos se rededicam ao Estado de Israel, para fazer mais
merecido o sacrifício daqueles que morreram por sua sobrevivência. Apesar de
ser uma data festiva é uma data de luto, um feriado nacional e que foi
estabelecido pelo Parlamento de Israel no ano de 5709 (1949 no calendário
gregoriano\ocidental). Durante este dia, os locais de entretenimento permanecem
fechado. O dia inclui cerimonias em respeito aos soldados mortos. No nosso Yom
Há Zikkaron também deve ser assim, este é o ano que menos pessoas temos, muitos
soldados se perderam pelo caminho, muitos irmãos perderam as esperanças, muitos
desistiram de servir a Deus e outros decidiram sair, é lamentável, que em
nossos corações tenha apenas um pensamento, o pensamento do JÁ VAI TARDE, não,
não é assim que devemos pensar e sim tirarmos um minuto do nosso tempo e
pensarmos será que fizemos de tudo para que ele ou ela permanecessem conosco? É
o dia da lembrança é o dia de pensarmos mais sobre nossos irmãos estamos todos
indo pra um mesmo céu.
Onde quer que esteja um
judeu, ao soar a buzina em todo o País os carros param, as pessoas descem do
carro e durante dois minutos, nenhuma palavra, nenhuma ação apenas a reverencia
aos soldados mortos, com a chegada do final da tarde finaliza este dia triste
dando passagem para mais um momento o: Yamim Noraim.
4 – Yamim Noraim
(Dias temíveis):
Dias temíveis”! Esse é a tradução das
palavras em hebraico “Yamin Noraim” (םיארונ
םימי) , que
representam o período entre Rosh HaShaná e Yom Kipur.
Mas por que “dias temíveis”? O que de
tão terrível pode haver entre os dias que marcam o início do Ano Novo Judaico e
o Dia do Perdão para dar medo?
No Judaísmo, Yom Kipur representa o dia
em que Deus, após verificar todos os atos cometidos por uma pessoa durante o
ano que passou, julga com retidão e dá Seu veredicto: punição ou perdão e a
inscrição do nome dessa pessoa no Livro da Vida por mais um ano. Mas quando é
que Deus averigua os atos realizados? Durante o período de 10 dias entre Rosh
HaShaná e Yom Kipur. Por isso “dias terríveis”, pois durante esses dias tudo o
que a pessoa fez no ano que passou está sendo analisada e julgada por Deus.
Mas esses dias também são conhecidos
como Aseret Yemei
Teshuvá (הבושת ימי תרשע) ou Dias de
Arrependimento, pois também temos, durante esse
período, a chance de esquadrinhar nosso coração e verificar se fizemos algo
errado ou cometemos algum pecado contra alguém, podendo fazer Teshuvá
(הבושת), que
significa se arrepender dos pecados de maneira profunda e sincera e procurar
repará-los (quando possível). São 10 dias para aprofundar-se dentro de si,
afastar-se do mal, aproximar-se do bem. Isso é, na verdade, o que Deus espera
de nós, pois “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito
quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó D’us, não desprezarás.” (Tehilim
Sl.51:17).
Porém observa-se também que as más
ações ou transgressões têm duas polaridades: 1
1 - Do homem em relação ao homem e a
outra, é a da vida diária, exterior, social e inter-humana; é coisa de homens,
e os homens têm de resolvê-la: As transgressões que vão de homem a
homem, não são expiadas em Yom Kipur, se antes não forem perdoadas pelo próximo.
2 - Do homem em relação à Deus. o
âmbito da alma, é o segredo da consciência. Daí que se costuma pedir
previamente o perdão de nossos semelhantes, se eles não perdoarem, Deus não
poderá intervir. Se o pecado tiver sido cometido contra Deus, aí sim
pedimos perdão ao Eterno.
Desta maneira o Yamim Noraim (dias temíveis) é uma comemoração bem
pertinente nos dias da nossa celebração, quão interessante seria se tivéssemos
uma reflexão sobre os dias temíveis, teremos que celebrar o TESHUVA, dias
temíveis existiram neste ano e novos dias temíveis existirão no ano que se
inicia, precisamos refletir, precisamos re-pensar nossa maneira de ser e agir,
precisamos pedir urgentemente a Deus que venha o YOM KIPPUR, ultimo momento da
celebração, e este dia será grandioso.
5 - Yom Kippur (dia do Perdão): O Yom Kypur é uma festa judaica que se comemora o dia do
perdão, inspirado no episódio bíblico onde Moisés permaneceu 40 dias e noites
no Sinai para receber de Deus os dos Dez Mandamentos e o povo, desacreditado
por ele ter demorado 1 dia para retornar, fez um bezerro de ouro para adoração,
É importante destacar aqui, que na doutrina judaica, a confecção do bezerro foi por imposição de 3 mil egípcios que acompanhavam a caravana de Moises para Canaã no propósisto de justificar a cólera divina por ciúmes e Deus, quando soube da adoração, determinou a Moises que escolhesse os filhos dos levitas para passar ao fio da espada os egípcios e depois subiu novamente ao monte para receber a Torah e negociou o perdão aos hebreus, dizendo que se o povo não fosse perdoado, não queria ter seu nome do livro de suas leis, quando então Deus se declinou de seu ódio e concedeu o perdão.
Moisés permaneceu no Sinai 40 dias: “E ali esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; (Êxodo 34:28). Durante esse período, Deus ensinou a Moisés toda a Torá, uma vez mais. E então, indicando, finalmente, Seu perdão total para o povo judeu, Deus ordena que Moisés escreva as palavras dos Dez Mandamentos sobre as tábuas que ele lavrara e trouxera ao Monte Sinai.
No 10.o dia do mês de Tishrei, (o sétimo mês judaico, equivalente entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro) Moisés retorna ao acampamento dos judeus levando consigo as novas Tábuas com os Dez Mandamentos.
Aquele dia se tornou o primeiro Yom Kipur, o primeiro Dia do Perdão. Deus decidiu que, a partir de então, o 10.o dia de Tishrei seria o dia no ano em que Ele se dedicaria aos rogos, remorsos e preces pelo perdão. Assim como perdoara o pecado cometido através do bezerro de ouro, no futuro, nesse mesmo dia, Ele também perdoaria as futuras transgressões que o povo judeu cometesse contra Seu Nome.
O Yom Kipur – o Dia do Perdão – é celebrado no 10.o dia do mês judaico de Tishrei. É o dia mais sagrado do calendário judaico, uma data mencionada na Torá como o “Sábado dos Sábados”, Shabat Shabaton. A Torá ordena guardá-lo de acordo com todas as leis que estipula, “...porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor” (Lv.16:30)
É importante destacar aqui, que na doutrina judaica, a confecção do bezerro foi por imposição de 3 mil egípcios que acompanhavam a caravana de Moises para Canaã no propósisto de justificar a cólera divina por ciúmes e Deus, quando soube da adoração, determinou a Moises que escolhesse os filhos dos levitas para passar ao fio da espada os egípcios e depois subiu novamente ao monte para receber a Torah e negociou o perdão aos hebreus, dizendo que se o povo não fosse perdoado, não queria ter seu nome do livro de suas leis, quando então Deus se declinou de seu ódio e concedeu o perdão.
Moisés permaneceu no Sinai 40 dias: “E ali esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; (Êxodo 34:28). Durante esse período, Deus ensinou a Moisés toda a Torá, uma vez mais. E então, indicando, finalmente, Seu perdão total para o povo judeu, Deus ordena que Moisés escreva as palavras dos Dez Mandamentos sobre as tábuas que ele lavrara e trouxera ao Monte Sinai.
No 10.o dia do mês de Tishrei, (o sétimo mês judaico, equivalente entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro) Moisés retorna ao acampamento dos judeus levando consigo as novas Tábuas com os Dez Mandamentos.
Aquele dia se tornou o primeiro Yom Kipur, o primeiro Dia do Perdão. Deus decidiu que, a partir de então, o 10.o dia de Tishrei seria o dia no ano em que Ele se dedicaria aos rogos, remorsos e preces pelo perdão. Assim como perdoara o pecado cometido através do bezerro de ouro, no futuro, nesse mesmo dia, Ele também perdoaria as futuras transgressões que o povo judeu cometesse contra Seu Nome.
O Yom Kipur – o Dia do Perdão – é celebrado no 10.o dia do mês judaico de Tishrei. É o dia mais sagrado do calendário judaico, uma data mencionada na Torá como o “Sábado dos Sábados”, Shabat Shabaton. A Torá ordena guardá-lo de acordo com todas as leis que estipula, “...porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor” (Lv.16:30)
Estejamos nos preparando para o Dia do Perdão.
Que possamos refletir e fazer teshuvá.
Só assim poderemos
comemorar o TESHUVÁ:
6 - Retornando a Deus
Enfim a nossa celebração de aniversário deverá
conter estes cinco elementos que descrevemos anteriormente:
1 – Yom Teruá (O dia da Aclamação):
2
– Yom Há Din (Dia do Julgamento):
3 – Yom Há Zikkaron (Dia da Lembrança):
4 – Yamim Noraim (Dias temíveis):
5
- Yom Kippur (dia do Perdão):
Agora podemos
comemorar dizendo a cada um dos nossos irmãos e companheiros de ministério
TESHUVÁ, mais o que é isto? Teshuvá, a palavra
hebraica para ARREPENDIMENTO, possui três significados diferentes, embora
entrelaçados.
Primeiro,
denota "retorno"
- uma volta a Deus e à Sua Vontade.
Segundo,
significa "virar-se em direção",
ou seja, tomar um rumo diferente e melhor na vida.
Terceiro,
significa "resposta",
uma reação a um chamado - que significa estar atento à Voz do Eterno.
Em Yom Kipur, além de fazer um balanço do ano que
passou e de nos arrependermos das transgressões cometidas, devemos responder à
pergunta Divina:
"Que tipo de pessoa você se
tornou"?
Como cada homem contém dentro de si uma Centelha
Divina, uma ínfima parte de Deus, é justo que o Criador nos desafie,
perguntando:
"Por que você é apenas um ser
humano?
E por que o mundo é apenas um mundo?
" Em outras palavras, Deus nos
pergunta: por que você não almeja ser muito mais do que é, rompendo com suas
limitações e falhas? E por que você permite que o mundo continue sendo o que é
- repleto de problemas, injustiças e imperfeições - e não procura
aperfeiçoá-lo, já que esta é a missão do homem na Terra?
O processo de Teshuvá deve, na verdade, ir além de
simplesmente refletir em Yom Kipur e manifestar a vontade de melhorar no ano
que se inicia. Devemos atingir um ponto no qual não nos satisfaz apenar ser
"humanos", tão falíveis e imperfeitos. Isto se aplica a cada um de
nós, pois o arrependimento de um único indivíduo é um processo que pode
transformar o mundo. De fato, a tradição judaica ensina que o lamento que emana
de uma única alma se junta ao lamento do mundo como um todo, para que este
último alcance a auto-transformação. Como cada ato de cada um dos indivíduos
influencia o mundo, como cada ação ultrapassa o seu contexto imediato, cada um
de nós, independentemente de seu nível espiritual, é chamado a superar a si
mesmo. Isto significa que mesmo um homem totalmente justo - inclusive alguém
como Moisés - não está isento de fazer Teshuvá.
No seu nível mais simples, a Teshuvá, o arrependimento,
significa retornar a Deus - isto se traduz por fortalecer nossa fé e nossa
prática do cristianismo vivendo de acordo com as leis e o espírito da Bíblia.
Mas, em sua essência, a Teshuvá requer muito mais do que um maior grau de
observância religiosa. Requer o empenho e a força de romper com o passado, para
assim atingir um nível espiritual mais elevado e poder chegar mais próximo a Deus.
E, como o homem, criatura finita, jamais conseguirá alcançar o Criador Infinito,
a Teshuvá é um empenho sem fim.
Essa busca infindável do Eterno é poeticamente
descrita no "Cântico dos Cânticos", no versículo que diz "O Rei
me introduziu na Suas câmaras" (1:14). Estar próximo a Deus não é
certamente uma questão de distância física, mas de um relacionamento
espiritual. O homem busca Deus chamando por Ele, aprendendo sobre Ele, Sua
Sabedoria e Sua Vontade, e agindo de acordo com Seus Desejos. A Teshuvá
acontece quando o homem vai de um nível espiritual a outro, procurando por Deus,
pois é a busca contínua de Deus, dia após dia, e não apenas em ocasiões
especiais como Rosh Hashaná e Yom Kipur.
O arrependimento é um dos pilares da fé unicista. É
a mais elevada expressão da capacidade do homem de exercer seu livre-arbítrio.
É, com efeito, a manifestação da Centelha Divina no homem. Através da Teshuvá
um homem torna-se senhor de seu próprio destino: pode romper com o passado e
começar vida nova. Isto explica por que, antes de criar o mundo, Deus criou o
conceito de Teshuvá. Pois o mundo físico é um lugar onde o tempo flui e onde há
uma relação constante entre causa e efeito. Mas como o conceito de se
arrepender antecede o mundo, precede também o tempo. E assim, através da
Teshuvá, o indivíduo pode não apenas definir seu futuro, mas também mudar seu
passado. Entretanto, para voltar no tempo e romper com o ciclo de causa e
efeito provocado por um pecado, a pessoa deve atingir o mais alto nível de
arrependimento, chamado de Tikun. Tal patamar é atingido quando os pecados
cometidos no passado são transformados em extraordinária força espiritual por
fazer o bem. Isto ocorre quando o remorso por erros do passado se converte em
força poderosa que impele o homem a realizar muito mais do que faria,
habitualmente, caso jamais tivesse pecado.
Para que aconteça um Tikun, a retificação íntegra
do passado, não é suficiente reconhecer que erramos; é preciso ir além. É por
isso que a Torá, quando define um pecado, indica como expiá-lo. Meramente
reconhecer o erro, sem fazer algo a respeito, gera em nós sentimentos de culpa
e baixa auto-estima. Isto leva à passividade e à depressão.
Celebremos portanto, nosso Rosh Hashanah, com a
certeza de que o bom Deus nos dará um ano incrível, se nossos corações
estiverem dispostos a aclamar, receber o julgamento, lembrarmos dos que ficaram
pra tras, os dias temíveis que passaram e que ainda virão e acima de tudo
recebermos com humildade o perdão de Deus, só assim poderemos dizer TESHUVÁ.
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