terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Capitulo Quatro De Noemi à Mara

De Noemi à Mara

Vamos fazer uma resenha de quem era esta Noemi? Era uma manhã linda, os pássaros cantavam nas copas das arvores, quando Rute acorda Noemi e diz, olha está tudo pronto pra viagem, alguns poucos abraços de despedida e a matriarca se despede de uma amiga que conheceu naquela terra, a amiga ao pronunciar o nome dela e chama-la de Noemi ela responde, não me chame mais de Noemi (AGRADAVEL, SUAVE, ENCANTADORA) chamem-me de MARA (AMARGA), era isto que ela havia se tornado.
Uma mulher chamada Noemi, sua historia começa da seguinte maneira:“Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá saiu a habitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois filhos.  Este homem se chamava Elimeleque, e sua mulher, Noemi; os filhos se chamavam Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; vieram à terra de Moabe e ficaram ali. Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com seus dois filhos, os quais casaram com mulheres moabitas; era o nome de uma Orfa, e o nome da outra, Rute; e ficaram ali quase dez anos. Morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando, assim, a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.  Então, se dispôs ela com as suas noras e voltou da terra de Moabe, porquanto, nesta, ouviu que o SENHOR se lembrara do seu povo, dando-lhe pão. Saiu, pois, ela com suas duas noras do lugar onde estivera; e, indo elas caminhando, de volta para a terra de Judá.” (Rt.1:1-7).
A vida de Noemi foi marcada de sofrimento e dor. Viveu em um tempo de grande fome e escassez pelas quais passou sua terra,  Belém (significa: casa de pão) de Judá, em Israel. Sua terra passava por um tempo de juízo de Deus. Faltava o suprimento básico para  a sobrevivência familiar. Casada com o homem chamado Elimeleque, (significa: Meu Deus é Rei), gerou dele dois filhos e colocou os nomes de Malom (fraqueza, doença) e Quiliom (definhamento, tristeza). Os significados desses nomes já demonstram o drama que havia atingido  sua vida pessoal e familiar. Foi um tempo de tomar decisões difíceis e infelizmente, erradas. Saiu de sua terra, Belém com seu marido e filhos e foi habitar em uma terra distante Moabe, com um povo que sistematicamente fazia guerra contra Israel, em busca de trabalho e provisão. Nunca é bom tomar decisões em tempo de crise, se não for por absoluta direção de Deus. Não é bom habitar em terra de inimigos e opositores, pois é terra de maldição. Sempre, o melhor é estar no lugar e com pessoas que Deus quer que estejamos, mesmo que passemos por sofrimento e dor. O tempo da escassez passará e virá o tempo de bênção e prosperidade. Nos dez anos em Moabe, Noemi experimenta grandes tragédias em sua vida. Seu marido e seus dois filhos morrem. Perder seus entes queridos em terra estranha, longe da sua pátria, aumentou mais sua dor e o sofrimento. Quantas mulheres têm perdidos seus maridos em pleno apogeu de suas vidas, tornando-se viúvas, órfãs do destino? Quantas mães vêem seus filhos serem ceifados no pleno vigor de sua mocidade. Quantas mães têm chorado por causa de tragédias familiares? Para Noemi, o drama fica maior, quando uma de suas noras, Orfa, resolve também abandoná-la para seguir sua vida. Quando as tragédias nos alcançam são poucos aqueles que ficam ao nosso lado para chorar conosco as nossas dores. No momento da dor e do fracasso, Deus nos dá um fio de esperança. Rute (significa: plena de beleza ou amiga) sua outra nora, diz para Noemi: ‘você não está só eu estou contigo e ficarei contigo em todo o tempo, nunca me afastarei de ti.’ “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o SENHOR o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.” (Rt.1:16-17); O nosso amado Deus sempre provê um consolador, para está conosco nos momentos mais difíceis de nossas vidas. Ele próprio está ao nosso lado para nos amparar e consolar. “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.  Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.” (Jo.14:16-18); As virtudes de Noemi são bem evidenciadas no livro de Rute, demonstrando vários aspectos e decisões que passamos  tomar em tempo de  lutas e provações.

Ela decide enfrentar a sua dor frente a frente, sem sucumbir e nem estremecer. Retorna a sua terra, a Belém de Judá, terra na qual, mais tarde, nasceria o Salvador da Humanidade. Agora, procura refazer sua vida no centro da vontade de Deus. O melhor lugar para ficarmos é onde Deus está. Noemi, não sucumbe diante das adversidades, não se paralisa, não morre e não se deixa abater. Uma mulher que acredita no recomeço. Uma mulher de fibra, forte para suportar os ventos contrários e acreditar que a bonança viria soprar novamente. Alguns atributos podem ser reputados a essa mulher: Bravura em meio às lutas, fidelidade ao seu Deus mesmo em face às perdas, não teme o recomeço, uma sogra exemplar, esperança quando tudo eram trevas. Boa conselheira, tenacidade para prosseguir cuidando do único tesouro que julgava ter: sua nora Rute.

Muitos dos sofrimentos tentam ocultar as riquezas que Deus tem para cada um dia nós. Noemi voltando com Rute a Belém, à casa do pão, lugar do centro da vontade de Deus, volta com o pseudônimo de MARA (AMARGA), que mudança que radicalismo.

A mulher de Elimeleque que era agradável, suave, encantadora, agora cheia de traumas, de dores, de flagelos que a vida lhe atribuiu transformara-se e Mara, que triste fim para uma senhora que havia saído cheia da terra do pão (Belem) e agora voltava vazia, as oportunidades de retorno, todas foram perdidas pela arrogância do marido, e a mesquinhez do filho, não havia sobrado nada, apenas a moabita Rute que a acompanhava.

 

MARA – AMARGA, amarga vem por causa da amargura pense um pouco nisto que trato de apresentar a vocês:

“...Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor; Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando a muitos; Não haja nenhum imoral ou profano, como Esaú, que por uma única refeição vendeu os seus direitos de herança como filho mais velho; Como vocês sabem, posteriormente, quando quis herdar a bênção, foi rejeitado; e não teve como alterar a sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrimas...”  (Hb.12.14-17).

É possível um crente como Noemi viver uma vida de amargura e, mesmo assim, crescer em santidade? É possível ser amargo e feliz ao mesmo tempo?
É próprio do ser humano fugir da dor (Belém)e buscar o prazer (Moabe), como é próprio gostar mais daquilo que é doce do que é amargo. Razão disto é que, normalmente, serve-se doce nos aniversários, nunca jiló. Por isso, não nos soa bem aos ouvidos palavras como: amargura, amargura, amargo, amargar, amargamente, amargor, amargoso, amargurado... Porém elas existem e, às vezes, é difícil evitá-las. Na Bíblia, tais palavras aparecem cerca de 80 vezes, a maioria delas no Antigo Testamento.
De acordo com o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, Michaelis, a palavra “amargura” significa: “Sabor amargo, aflição, angústia, desgosto, dor moral, azedumes... dissabores”. etc. Não nos restam duvidas que a amargura é uma questão que desafia, a cada dia, pessoas como Noemi, Rute, eu e voce, na busca da santidade. Ela apresenta uma serie de reações adversas no comportamento humano, alterando as atitudes, aguçando o temperamento e causando danos na vida do ser humano. Por este motivo, devemos estar sempre vigilante quanto às coisas que geram amargura na alma. Vejamos algumas delas, a partir do texto bíblico de Hebreus 12.14-17.
A amargura é um ressentimento guardado, que adoece a alma. Só os loucos fazem do peito um deposito de amargura. Os que buscam uma vida de santificação, são aconselhados pelo autor sagrado a não se contaminarem com esse veneno: “ nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”  (v.15).
Em poucas palavras, o autor fala de algo pernicioso que, quando não é tratado e cresce dentro da igreja, pode causar um grande mal.
Os comentaristas bíblicos são unânimes em afirmar que o autor de Hebreus cita o texto de Deuteronômio 29.18, onde lemos: “ para que entre vós não haja homem, nem mulher... cujo coração hoje se desvie do Senhor nosso Deus, e vá servir aos deuses destas nações; para que não haja entre vós raiz que produza erva venenosa e amarga”.

Em Hebreus, “amargura” é o termo usado para se referir à “erva venenosa e amarga” dita por Moises. Mas o propósito, diz Calvino, é o de apontar uma raiz venenosa e fatal, que brota no meio da igreja e tenta crescer no seu seio, devendo ser cortada para não contaminar o povo.

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