sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom


Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom
Nossa história começa com um jovem casal, o nome dele Elimeleque sua esposa chamava-se Noemi, durante um período de escassez, fome e seca em Israel, o casal decide juntamente com seus filhos descerem para Moabe.

Era um dia de sol, pela manhã com uma brisa suave, Elimeleque vai até os parentes próximos e arrenda suas terras, prática muito comum em Israel, volta pra casa com o dinheiro do arrendamento das terras, albarda os animais, com um beijo suave na testa dos velhos anciãos da aldeia se despede de todos e la se vai, Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom, uma família agora com um pouco de dinheiro nos bolsos, e um coração cheio de sonhos e idéias, ao escrever este texto me lembra as palavras da canção do Gonzagão Asa Branca, acho que não teríamos trilha sonora melhor para descrever esta cena.
“...Quando olhei a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de prantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu Meu coração...”
Só que havia uma diferença na canção de Luiz Gonzaga e na realidade da Familia de Elimeleque; o nome.

O nome que eles tinham, o lugar que eles vinham traziam consigo a dignidade de uma familia prospera, abençoada mais que decidiram sair da proteção de Deus.

Vamos conhecer um pouco a vida de cada um membro da família?
Elimeleque seu nome significa MEU DEUS É REI, uma afirmação contundente de que o Deus-Rei é o Deus dele, portanto, se o seu Deus é o Rei, haveria mesmo a necessidade de se ter um fundo musical tão triste e depreciativo como a ASA BRANCA?

Um homem de posses da família hezronita, que habitava em Efrata de Belem, viveu no tempo dos Juizes, logo da descendência daquele que viria ser rei em Israel, da descendência de Davi, Salomão, homens marcado por experiências inteligíveis, mais agora, estava indo rumo a Moabe, e o pior, com sua família Belem que significa CASA DO PÃO, uma cena inusitada, a casa do pão estava vazia, não saciava mais a fome, o povo estava carente do pão e não havia, qual o resultado? Descer a Moabe.

Moabe significa TERRA DOS DESEJOS, quem de nós em algum momento não sonhou com a terra dos desejos, onde seus sonhos, seus ideais, tornam-se “realidade”? todos nós mais o que acontece é que a terra dos desejos guardam surpresas nada agradáveis para nós, vem sofrimento, vem dor, vem tristeza, vem constrangimento e por último a morte.
“... é melhor pouco pão e água na terra de Deus, que fartura na terra dos desejos...”
Trazendo para nossos dias, constantemente somos confrontados também com esta mesma realidade, encontramos que estamos em seca na terra do pão, decidimos sair da nossa posição, ligamos nosso ipad, iphone na canção ASA BRANCA, e vamos rumo a terra dos desejos, com uma promessa, de que quando o verde dos seus olhos se espalhar na plantação, eu te asseguro não chore não, eu voltarei, viu meu coração. Mais a pergunta é será que vai dar tempo para o retorno?

E Noemi, quem era? Seu nome significa AGRADAVEL, SUAVE, ENCANTADORA, como pode um homem que tem Deus como rei, uma esposa de nome encantadora abandonar a casa de Deus? Abandonar o altar por falta de pão? Mais a frente seu nome passa a ser MARA que significa AMARGA, pois a vida na terra dos desejos a tornou assim. Noemi uma mulher que tem muito que ensinar as nossas mulheres hoje em dia o que é submissão, ela poderia ter falado, brigado, discutido, esperneado com o marido, porém, o arrendo da terra estava em suas mãos, era necessário sair, era necessário ouvir, e em um momento só, mesmo com os filhos ao seu lado, ela coloca um saco nas costas e sai solfejando a triste canção: Que braseiro que fornalha, nem um pé sede prantação, por falta dágua perdi meu gado, morreu de sede meu alazão.

Seus filhos Malom e Quiliom, quem eram? Filhos de um relacionamento lindo, adolescentes recém formado em seus ensinos médios, dá prazer de lembrar sua iniciação diante do sacerdote, primeiro Malom recitando a Torá como nenhum outro jovem jamais havia declamado, seus olhos castanhos brilhavam pela sede de tornar-se prospero na terra do pão, seria ele o homem que se tornaria o próximo Juiz? Quem sabe? Mais de repente numa noite de frio diante da fogueira que fizeram no quintal, seu pais se aproximam e diz meu filho vou arrendar nossas terras, iremos partir amanhã, seus sonhos de adolescentes, seus ideais, tornaram-se poeira, sua viagem seria sem volta seu próprio nome já diz DOENÇA, sim tirar Malom da casa do pão não era muito inteligente, pois o único lugar onde há cura é na casa do pão, na terra dos desejos vai se  agravar ainda mais a enfermidade, não haverá esperança pra ele, seu irmão Quiliom fica aterrorizado com o fato da mudança, haviam sido criados ali, seus amigos, parentes, estavam todos ali, a escola era perto, o sacerdote estava a postos para receber o recital da Torá, ele havia estado nas montanhas de Gileade, corrido, perto do Jordão, ele sabia o valores daqueles lugares e mais Quiliom significa MORTE, era certo que pra ele só havia uma esperança estar em Belem, estar na casa do pão, lá na terra dos desejos haveria morte na certa, mais o arrendamento das terras estava acertado os valores pagos, o contrato assinado. É hora de ir.


trecho extraido do livro: RUTE A MOABITA
disponivel em www.itsteologia.com.br 

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