sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Trocas e Negocios

Trocas e Negocios

Se alguem leu minha cronica A NECESSIDADE DE TRANSGREDIR, ou da TRANSGRESSÃO
Já sabe que estive na cidade, e aqui na minha cidade, que vivo não por opção e muito menos por amor a ela, mais que vivo tem algo peculiar na praça central, sim aquela da catedral onde o "bom velhinho" está vivendo enclausurado num cubiculo vergonhoso, é que desde e a minha infancia nesta praça sempre tem uns senhores idosos trocando relogios, radios, nesta era pós moderna, trocando celulares e um mais moderninho ainda trocando tablet, alguem certa ocasião chegou a dizer que era produto de furto, mais não acredito, voce olha na cara dos senhores, voce olha o produto que eles estão "comercializando" não é coisa de batedores de carteira, é apenas a necessidade de negociar, e quem não sente esta vontade? com certeza se voce pensar ai verá que tem algo na sua casa que comprou pensando, não conseguirei viver sem isto, é importante demais na minha vida, e agora, está jogado no canto cheio de poeira, e sua vontade é trocar, vender enfim negociar, é tão latente isto que aqui mesmo no face tem varias fan pages de compra, vende e troca, e é muito legal, os senhores que ficam na praça estão sendo consumidos pelos jovens negociantes que por fim encontraram uma boa utilidade pro face, fazer dele uma praça de negocios, livre comercio de quinquilharias e ficamos felizes não é verdade?

É interessante vermos, que a disposição dos senhores da praça da catedral é a mesma disposição dos jovens nas suas trocas e vendas na internet, mais tem algo que me preocupa.

No mundo cristão, estamos tambem realizando trocas absurdas, estamos trocando nossa fé até então imaculada, por projetos religiosos enfadonhos, estamos trocando de Igreja sem saber se ganharemos ou perderemos, simplesmente porque já não gosto mais, já não uso mais, nã existem mais cristãos convictos na fé e sim na situação, no momento, e com isto estamos montando uma praça de trocas e barganhas, e a pergunta é TENHO UMA ALMA AQUI PRA VENDER, QUAL IGREJA QUER COMPRAR? meu preço é baratinho, um cargo, um tapinha nas costas, etc...

A Bíblia diz, que nós não devemos nos assemelhar ao mundo, mais a verdade é que somos tão bons negociantes que temos o sotaque do mundo, os trejeitos do mundo, a cara do mundo, não da mais pra saber quem é crente e quem não é num calçadão qualquer da cidade.

Trocas e Negocios é o que o homem tem feito com sua fé, mais que fé é esta? se ela deve ser única, exclusiva e principalmente intriseca, particular.

Meu convite, valorize-se, não se venda, não negocie, sua fé seja frio ou seja quente, mais não seja corrompido pelos dizeres dos homens, se voce tiver que mudar, mude por causa da palavra Ela te leva a liberdade, e mais Ela é a propria verdade, absoluta e santa verdade que nos constrange a reconhecermos que somos pecadores e devedores. do que? do respeito aos nossos lideres, do amor a nossa familia e principalmente da valorização a nós mesmos.

Se formos vender algo, que seja os nossos sapatos, para que possam dizer QUÃO FORMOSOS SÃO OS PÉS DOS QUE ANUNCIAM AS BOAS NOVAS.

Se formos vender algo que seja as nossas bolsas, pois Jesus disse: QUANDO SAIREM NÃO LEVEM BOLSAS CONSIGO, DEUS PROVIDENCIARÁ TUDO.

Se formor vender algo que seja nosso cansaço fisico e mental e que possamos nos desgastar aos pés de Cristo


Atte.


Pr.Dr. Wagner Teruel
www.espacopentecosta.net

A Necessidade da Trasngressão

A Necessidade da transgressão

Deus abençoe meus amigos e irmãos, queridos leitores de minhas cronicas as vezes até absurdas fruto de uma mente divorciada do mundo e inteiramente ligada com as coisas de Deus.
Quero nesta manhã tratar de dois pontos que me deixou perplexo hoje, o brasileiro em especial tem uma necessidade desesperadora de transgredir.
Fui ao centro de onibus, normalmente não ando de onibus, mais fui, feliz vendo as ruas, as pessoas, seus trejeitos, suas falas e fiquei impressionado.
Mulheres falando palavrões como se fossem homens em botecos (não que isto seja louvavel a um homem falar)
Homens falando delicadamente como se fosse mulheres em lojas de lingeries
Mais o mais interessante eu notei quando a cobradora, que não parava de falar ao celular, realizou um troco de uma nota de 50,00 coisa que é proibido (ao menos na placa) mais para que a inconveniente transgressão de falar ao celular na hora de passar o troco não fosse notada, ela corruptivamente realiza o troco sem questionar.

Somos todos transgressores?
Bem ao retornar de pagar as contas, lá estou eu novamente no ponto de onibus, e ao parar o onibus, uma senhora de idade desce pela porta da frente, ora, só se justificaria tal ato infracionario, caso o onibus estivesse lotado, mais estava vazio, ao ponto que pude escolher um lugar que mais me agradava. Por que, esta bendita senhora não realizou o procedimento devido, uma vez que havia condição para tal procedimento? e mais o que passa na cabeça dos "legisladores de catraca" permitir tal absurdo?

Simples a necessidade de transgressão.

Para terminar esta parte, vi o papai noel do centro da cidade, saindo de seu casulo comercial e se dirigindo a Igreja católica, eu pensei deve estar indo pedir perdão por estar enganando as crianças, o que ao meu ver tambem é uma transgressão bi lateral, de um lado o "bom velhinho" e de outro lado os pais, eu o segui de perto, já sei voce deve estar pensando será que eu não tinha o que fazer? na verdade hoje estou tranquilo, bem, voltando o segui de perto, pensei, vai se ajoelhar, vai fazer uma penitencia pelo pecado de iludir as pobres crianças.... ahhh amigos que ledo engano ele foi ao banheiro, o que tambem é uma transgressão multi lateral, o pobre velhinho com incontinencia urinaria, usurpando a "santa sé" deixando ali seus dejetos, a prefeitura de mogi que não providenciou um local pro Noel poder fazer suas necessidades, o que alias o Noel em Mogi das Cruzes está em crise, nos anos que se passaram tinha uma verdadeira mansão na praça da catedral e hoje está em um kitnet muito do sem vergonha escorado nos muros da Escola Coronel Almeida. e por ultimo a propria Igreja Católica que transgride a fé e os bons costumes apoiando o Bispo de Mitra.

Será que somos todos transgressores?
Talvez sim, mais em Isaias o Senhor Deus nos diz que Ele levou sobre í as nossas transgressões e isto nos indica que podemos fazer um mundo melhor, sem acordo ou pacto como nossa Presidente Dilma Rousseff propos, nós temos que fazer pactos ou acordos, o que precisamos é orar pela nossa nação, votar com consciencia e acima de tudo viver este dia como se fosse o ultimo de nossas vidas, fazendo o melhor, corrompendo menos e deixando a hipocresia de lado.


Deus abençoe nossa Nação


Pr. Dr. Wagner Teruel
www.itsteologia.net

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O Deus que diz “EU SOU” o mistério do nome hwhy YHWH

O Deus que diz “EU SOU” o mistério do nome  hwhy YHWH
Samuel Josef Agnon, ganhador do premio Nobel de literatura, conta como Rafael, um escriba da Torá cuja missão era copiar à mão os sagrados rolos, cada vez que chegava a uma passagem do texto original que continha a palavra hwhy YHWH, deixava um espaço em branco, o qual só completava depois de ter realizado uma serie de rituais especiais de purificação. Um procedimento tão complicado pode soar estranho ao ouvidos sul americanos, pois ilustra com perfeição a singular importância de hwhy YHWH, entre os demais nomes divinos da Bíblia. Trata-se do mais sagrado de todos eles, aquele sobre o qual o apostolo Paulo diz que é “O NOME QUE ESTÁ ACIMA DE TODO NOME” (Fp.2:9), mas também o mais comumente empregado, pois aparece 6828 vezes na Bíblia independentemente da versão.
Hoje vamos estudar hwhy YHWH sobre três aspectos:
1 – A parte histórica: No que se refere ao origem do Nome,
2 – Aspectos Filológicos: Relativos ao significado deste Nome Divino e,
3 – Questões Teológicas: O que este Nome pode ter evocado no antigo Israel.
Naturalmente, os três enfoques estão relacionados entre si de forma profunda, mas vou tentar simplifica-los para que fiquem mais claros. Antes, porem, quero me deter em alguns aspectos prévios, entre os quais incluem o caráter sagrado deste nome divino, o empego de palavras substitutivas e os textos mais importantes relativos à hwhy YHWH (Ex.3 e 6).
1 – Um Nome Sagrado a parte histórica: Por que encontramos “O SENHOR” nas traduções da Bíblia?
À medida que os Judeus começaram a considerar que o nome hwhy YHWH era sacrossanto, deixaram de pronunciá-lo, até o ponto que sua dicção se tornou duvidosa e hoje os estudiosos não entram em um acordo a esse respeito. Não se pode dar uma data exata desse processo, mas parece ter ocorrido na época do exilio.
Pensemos na santidade do Nome, no livro de Levitico encontramos um relato da briga entre dois israelitas, durante a luta, um dos contendentes “BLASFEMOU E ALMALIDÇOOU O NOME DO SENHOR”. A gravidade da falta fica evidente pelo castigo que acarretou, o ofensor foi condenado, de acordo com os princípios da lei sagrada, sancionada pela mesma divindade.
“...Aconteceu que o filho de uma israelita e de um egípcio saiu e foi para o meio dos israelitas. No acampamento houve uma briga entre ele e um israelita; O filho da israelita blasfemou o Nome com uma maldição; então o levaram a Moisés. O nome de sua mãe era Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã; Deixaram-no preso até que a vontade do Senhor lhes fosse declarada; Então o Senhor disse a Moisés: "Leve o que blasfemou para fora do acampamento. Todos aqueles que o ouviram colocarão as mãos sobre a cabeça dele, e a comunidade toda o apedrejará; Diga aos israelitas: Se alguém amaldiçoar seu Deus, será responsável pelo seu pecado; quem blasfemar o nome do Senhor terá que ser executado. A comunidade toda o apedrejará. Seja estrangeiro, seja natural da terra, se blasfemar o Nome, terá que ser morto...” (Lv.24:10-16 NVI).
A consciência da Sagrada Santidade do nome se manifesta na tendência a se referir a Deus empregando mihole  Elohim em vez de hwhy YHWH. O uso é claro nas passagens paralelas dos livros de Cronicas e de Reis e em um grupo especial de Salmos  tratamento especial desse nome, que em alguns textos não aparece na caligrafia contemporânea da cópia, uma maiúscula quadrada, mais sim em um alfabeto mais antigo tipo epigráfico: o efeito é o mesmo de quando incluímos no meio de um texto um impresso atual, isto quer dizer que os escritores últimos que esconderam seus escritos nas cavernas de Qnram sequer citavam o nome sagrado por medo de blasfemar, em alguns casos colocavam apenas quatro pontos .... para memorar o nome sagrado.
Na Mishná, a “TRADIÇÃO DOS ANTEPASSADOS”, se escreve acerca dos pecadores que perderam o direito à vida futura, entre eles estão os que negam a ressurreição dos mortos e o caráter divino da lei, mas também os que pronunciam o nome santo. Essa recopilação da tradição legal é datada dos primeiros séculos da nossa era.
O que se fazia então quando na Sinagoga, lendo um texto em voz alta se chegava na passagem que continha a palavra hwhy YHWH? Naturalmente deveria ser substituído por outro nome menos “CARREGADO” do significado, e a escolha comum era a palavra hebraica yanoda ADONAY que significa “O SENHOR”. Ou seja, cada vez que lendo se chegava a hwhy YHWH  se substituía por yanoda ADONAY, o que explica por que onde o texto hebraico simplesmente continha o nome sagrado, nas traduções da Bíblia aparece “O SENHOR”.
Para eliminar a possiblidade de leituras incorretas, os judeus começaram a vocalizar o hwhy YHWH do texto hebraico com as vogais da palavra yanoda ADONAY, este processo ocorreu entre os séculos VI e X dC. sob a direção dos massoretas. É importante, pois, ter claro que a vocalização de hwhy YHWH que aparece na Bíbli hebraica não serve para elucidar o assunto da pronuncia, já que pertence a outra palavra absolutamente diferente, yanoda ADONAY. Ainda assim, alguns estudiosos musturaram as consoantes do tetragrama com as vogais de Adonay, e leram o resultado como JHEOVAH, um nome que teve notável popularidade até o fim do século passado. Os israelitas nunca empregaram tal nome.
Desta forma podemos resumir que hwhy YHWH termo usado na Bíblia hebraica. yanoda ADONAY entretanto, era falado dado a santidade do nome. A mistura das vogais e consoantes para a formação do nome JHEOVAH se deu na idade média, esta forma artificial nada tem a ver com o nome bíblico do Deus de Israel.
Vimos como, no curso do tempo hwhy YHWH chegou a ser considerado muito sagrado para ser pronunciado e foi substituído por yanoda ADONAY, “O SENHOR”. Ocasionalmente esta resistência ao uso de hwhy YHWH é claro no NT. Jesus apresenta o filho prodigo dizendo: “...Pai, pequei contra os céus e contra tí...” (Lc.15:21), uma frase em que o nome sagrado foi substituído pela palavra “CÉU”, isto é chamado de recurso de formas passivas. Chegando a esse ponto, convém tratar o emprego do termo grego: Kyrios Kyrios, referido a Jesus, como sabemos, essa palavra significa “SENHOR”, e é de especial importância para um correto entendimento da Cristologia do NT. comparar o uso Kyrios Kyrios, com a pratica do AT. desde o momento em que parece clara a relação Kyrios Kyrios com yanoda ADONAY e, portanto, com o nome mais santo hwhy YHWH. Um texto chave de Filipenses 2:5-11, que é descrito como um hino a Cristo ou uma peça didática de caráter retorico-pedagógico. A passagem conta de três estrofes  das quais a primeira descreve a pre-existencia de Cristo, a segunda fala da encarnação de Cristo sua vida humana e morte, e a terceira proclama a exaltação de Cristo de um modo significativo para nossos propósitos.
“...Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai...” (Fp.2:9-11 NVI).
Neste texto, para o escritor do sagrado não bastou empregar a forma grega comum hypsóo  hypsóo que significa “HONRAR”, “EXALTAR”, mais ele preferiu uma palavra com o prefixo hyper hyper, um intensiva dor que nos soa familiar em termos como: HIPERSENSIVEL, HIPERTENSO, entre outro. Costuma-se dizer, além disso, que Cristo recebeu “O NOME QUE ESTÁ ACIMA DE TODO NOME” (v.9), um comentário que se esclarece com a precisão de que toda a língua proclamará que o Senhor é Jesus Cristo. Jesus, portanto, através da revelação escrituristica do apostolo Paulo no referido texto, é o mesmo Deus do AT.
Que Jesus é Kyrios Kyrios, ou seja, SENHOR, é uma das primeiras afirmações dos cristãos: “...Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo...”  (Rm.10:9 NVI); “...Por isso, eu lhes afirmo que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: "Jesus seja amaldiçoado"; e ninguém pode dizer: "Jesus é Senhor", a não ser pelo Espírito Santo...” (1Co.12:3 NVI).
É importante observar que a pista desta confissão de Jesus pode ser seguida até as mais antigas comunidades judaico-cristãs da Palestina, e o fio que nos leva até ela é a expressão MARANATA (do original em hebraico מרנא תא, maranâ tâ, "vem, Senhor!") é uma expressão aramaica que ocorre duas vezes na Bíblia.
Em resumo: entre os nomes de Deus no AT. o nome hwhy YHWH é singular na medida em que com o tempo foi considerado sagrado, e na pratica foi deixado de pronunciar, substituindo-o pela palavra yanoda ADONAY, com o sentido de “O SENHOR”. Isto explica porque as traduções modernas da Bíblia remetem a “O SENHOR” “THE LORD”, “DER HERR”, “LE SEIGNEUR” naquelas passagens da Bíblia Hebraica onde se menciona o mais sagrado dos nomes. É claro que esta forma de “reproduzir” o nome de Deus só serve para ressaltar ainda mais seu mistério e perpetuar o segredo que o nome divino encerra.   
Na próxima semana daremos continuidade e nos aprofundaremos mais nas perspectivas histórica, filológica e teológica. Deus os abençoe ricamente.


Atte.


Pr.Dr. Wagner Teruel

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Os nomes sagrados de Deus, ponto de partida da historia da Salvação


Os nomes sagrados de Deus, ponto de partida da historia da Salvação
Quem és, Senhor? Quando perguntamos por alguém desconhecido, o primeiro dado que se espera é o nome; só depois vem os outros detalhes que desenham o retrato do individuo em questão. O nome estabelece e manifesta a identidade pessoal.
Algo semelhante acontece quando alguém se encontra pela primeira vez com o Deus de Israel e recebe o privilegio de poder discernir alguma nova faceta do Ser Eterno. Tais momentos decisivos da historia da salvação tem sido caracterizados às vezes porque Deus se tem apresentado sob um novo nome. Em Genesis 17:1, relata o primeiro desses encontros e Deu se apresenta a Abraão com um “sou EL SHADDAY”, um nome sagrado que habitualmente se traduz como “DEUS TODO PODEROSO”, tempo depois, Deus se revela a Moises e lhe diz: “...Disse Deus ainda a Moisés: "Eu sou o Senhor. Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como o Deus Todo-poderoso, mas pelo meu nome, o Senhor, não me revelei a eles...” (Ex.6:2-3 NVI).
Existem varias formas de abordar o estudo da ideia de Deus no AT. Mais escolhi os nomes divinos como pontos de referencia para a nossa viagem na Bíblia.
Partirei do principio de que os nomes sagrados são símbolos referidos a Deus em termos de categorias tomadas do mundo da experiência humana e que tem, portanto, as peculiaridades da linguagem metafórica. Max Vlack chamou a atenção sobre este funcionamento de seleção, de filtragem, este filosofo, usando, por exemplo a frase: “ O HOMEM É UM LOBO”, observa que tal afirmação metafórica carece de sentido para quem não saiba o que são e como são os lobos. Não basta saber o significado dessa palavra no dicionário; a forma correta de entender a metáfora requer conhecimento de uma serie de tópicos que a palavra LOBO implica para o HOMEM, o resulta é que o HOMEM se converte numa agressiva e habilidosa desta de rapina. Portanto, a metáfora do lobo funciona como um filtro que instantaneamente estrutura e modifica nossa percepção aos excluir das condições humanas certas  qualidades próprias tais como: compaixão, preocupação, carinho etc... que ficam anuladas pela escolha desta símile. A metáfora seleciona, suprime, ressalta e organiza os atributos do sujeito secundário.
Se aplicarmos o que citamos aos homens de Deus na Bíblia, isso significa que nossa tarefa é dupla: primeiro; temos que tentar determinar o conteúdo linguístico de cada nome, e depois, definir o sistema de tópicos associados a cada um. Para faze-lo recorreremos ao estudo dos nomes divinos em seu mais amplo contexto cultural, levando em conta que o objetivo final é permitir uma melhor compreensão da ideia de Deus que cada um deles expressava. Emprego então o termo: “IDEIA DE DEUS”, para expressar em sua totalidade a concepção que os israelitas tinham das qualidades divinas, de suas atividades e de seu campo de ação, por exemplo, se Deus influi ou não na natureza, se intervém ou não na historia, se participa ou não na vida dos indivíduos e das nações etc...
1 – Os Nomes de Deus como principio de Organização:
Quem és, Senhor? Tal é, em essência, nossa pergunta. Consequentemente tratarei de assinalar as diversas respostas que permitem os nomes sagrados do AT. Dessa forma, os próprios nomes apelativos se transformam no principio organizador da pesquisa. Cabe, porem, perguntar se essa forma de trabalho corresponde com a pergunta inicial e com os dados que vamos empregar. Sem entrar na discussão teórica dos problemas metodológicos que suscitam certos estudos recentes sobre a teologia do AT. Tenho notado como os estudos da teologia veterotestamentária, tem trazido o enfoque de eleição, pacto, salvação, reconciliação, escatologia, etc... frutos apenas de uma teologia sistemática partidária, minha principal objeção contra este proceder é que quem as pratica dá as costas para a linguagem do AT. Essas noções podem ser reflexões tardias sobre assuntos que a Bíblia trata com palavras muito mais comuns e precisas. C. Westermann recomenda um enfoque alternativo: em vez de falar, por exemplo, da salvação como requisito, tem maior interesse em pesquisar a estrutura verbal, neste caso, a palavra utilizada “SALVAR” yãsã asayaassim, ou ao menos pensa Westermann, a pesquisa não se centrará em condições estáticas, mais em acontecimentos dinâmicos. A aplicação de tal método nos permite descobrir que a grande eclipse que descreve a ideia do AT. Sobre Deus tem dois focos, um deles é o Deus Salvador, o que Karl Barth descreveu como: SENKRECHT VON OBEN (O DIREITO DE CIMA), isto é, a intervenção divina instantânea e inesperada; Deus toma parte ativa na historia salvifica do povo. O outro foco é o Deus providente, a atividade criadora divina, que nada tem a ver com intervenções dramáticas no acontecer humano ou na historia da salvação; pelo contrario, trata-se da providencia constante e inefável de Deus, que em todo momento conecta o criado com sua fonte e que funciona “HORIZONTALMENTE” dentro do próprio curso da historia: a colheita anual e a multiplicação da descendência, animal e humana, na tenda patriarcal são mostras cotidianas desta providencia celestial. Esta concepção de Deus aparece fundamentalmente nos livros sapienciais e nos salmos, enquanto que o Deus salvador é próprio dos livros históricos, principalmente o pentateuco. A postura de Westermann constitui uma saudável reação contra a estreiteza de olhar que tem caracterizado os estudos teológicos do AT. Centrados em demasia na perspectiva do desenvolvimento da historia da salvação, e recorda que o Deus da Bíblia é algo mais que um Deus salvador. Westermann também toca num ponto culminante ao denunciar a corrente de abstração que tem dominado a teologia bíblica nestes tempos: diante do perigo de uma lenta asfixia no oceano díspar de informações que são os livros sagrados, o gosto em resumir e generalizar, mesmo correndo o risco de que o esforço acabe em abstrações sem força, anêmicas. 

O Deus Providente
Deus continua provendo geração
Após geração desde o começo dos
Tempos


Os Salmos e a Literatura
Sapiencial (Pv. Jó, Ecl)
O Deus Salvador
O Milagre da fuga do Egito é um
Bom exemplo do modo em que
Deus intervém na Historia.


Os livros Históricos do AT.

Definição teologal de Claus Westermann



Dessa, forma, a contribuição de Westermann não deixa de ter valor, e partindo de diferentes pontos de vista, outros autores tem chamado a atenção a respeito das diferentes particularidades da ideia de Deus no AT. Uma das razões que tem levado a centralizar meu estudo nos nomes de Deus é que se trata de um tema frequentemente ignorado pelas pesquisas recentes sobre o AT. Além disso, levantar a questão da ideia que Israel tinha por Deus por meio do estudo dos nomes sagrados ajuda a esclarecer com seriedade como entender a Deus na Bíblia.
O primeiro desafio é aceitar o texto sagrado em sua própria formulação, sem interpreta-la com o auxilio das abstrações teológicas ; ocupar-se das designações de Deus é trabalhar com elementos linguísticos próprios da linguagem divina da Bíblia, isto é, trabalhar no plano da língua hebraica. E não é só isso; trataremos de nomes próprios e para os antigos israelitas os nomes estavam repletos de sugestões. O outro desafio é colocar a sí mesmo nas coordenadas históricas em que se encontravam os protagonistas da Bíblia quando testificaram sobre Deus; não bastam só os detalhes linguísticos, temos que nos preocupar também com as situações históricas, especialmente se considerarmos que o AT. Nunca proporciona um retrato completo das particularidades do Ser Divino, inteligível num contexto abstrato fora do marco cronológico e dos detalhes de uma dada situação histórica. Hoje precisamos aceitar que através do AT. Estamos conhecendo todos os retratos possíveis, imagináveis do Pantocrator, quer seja em momentos concretos nos quais narram as Escrituras, Deus se apresenta à humanidade, segundo esta situação histórica, o povo é consciente de novos traços e particularidades do Deus escondido. Essa observação nos conduz ao importante ponto das relações mutuas entre teologia e acontecimento: a teologia do antigo Israel, entendida no sentido de suas ideias sobre Deus, se desenvolve como resposta aos contínuos mutáveis desafios da vida diária.
Os textos bíblicos constituem um poderoso legado a favor de que, apesar de todas as mudanças, há uma constante na revelação: O Deus que se manifestou a Abraão é o mesmo que falou a Moisés, com Isaias e com Ezequiel (Ex.3:6; 6:3). Entretanto, isso não significa que a ideia que Isaias tinha de Deus era a mesma dos patriarcas. Nos próximos cultos veremos as divergentes ideias, porem, paradoxalmente as ideias patriarcais sobre o monoteísmo restrito e a importância dos nomes de Deus para revelar sua unidade estão perfeitamente atreladas as ideias do Profeta Isaias.
Uma lista completa dos diversos nomes divinos empregados no AT. Seria muito extensa. Sem muito esforço, os nomes que me vem a memoria são YHW (O SENHOR), EL SHADDAY (DEUS TODO PODEROSO), ELOHIM (DEUS), YHWH TSEBAOT (SENHOR DOS EXERCITOS), além dos epítetos como “O DEUS VIVO”, “O SANTO”, “O EXCELSO”, “O REDENTOR” entre outros, caso o fizéssemos esta serie de mensagem seria por demais exaustiva e não apontaria para a compreensão da importância, que é nosso verdadeiro foco. Tanto ELOHIM, como ELOAH, ELOI, ELI, são apenas similares, alguns deles são vagos e amorfos que será redundante estuda-los, ou alguns foram tão pouco empregados que são um tanto suspeito por sua escassa representação.
2 – O Significado dos Nomes no Mundo Bíblico:
Primeiro devemos considerar como o mundo bíblico concebe os nomes pessoais em geral e os de Deus em particular. Alguns indícios apontam que, nesse ambiente, os nomes tinham grande importância:
1.1       Nome e Realidade: no mundo conceitual dos antigos semitas, nome e realidade caminhavam juntos. A introdução ao poema épico babilônico da criação, o ENUMA ELISH, descreve como era tudo antes que se criassem os céus e a terra, isto é, antes que as coisas fossem “NOMEADAS”, logo nomes e existência são a mesma realidade. Algo similar se encontra na narração bíblica do Paraiso: “...Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome...” (Gn.2:19 NVI). Dean Mc Bride fez uma sagaz observação ressaltando que dar o nome às coisas é um importante complemento do ato divino da criação, porque é assim que se organiza tudo o que vive, se divide e se define em entidades reconhecíveis.
1.2       Nome e Personalidade: em nosso mundo existe a tendência de considerar que os nomes próprios são etiquetas que se aderem às coisas, isto é, que são banalmente utilizados para identificar e distinguir objetos e indivíduos. Ao contrario disso, o que sabemos mostra que o mundo bíblico existia uma ligação mais intima entre o nome e o seu portador, em 1 Samuel 25 se conta a historia de um tal NABAL, que, arrogantemente, se negou a dar alimentos a Davi e a seus homens, porem, a mulher de Nabal percebe a estupida atitude de seu marido e diz a Davi:”... Meu senhor, não dês atenção àquele homem mau, Nabal. Ele é insensato, conforme o seu nome significa; e a insensatez o acompanha. Contudo, eu, tua serva, não vi os rapazes que meu senhor enviou...” (1Sm.25:25 NVI). Possivelmente seus pais tinham dado a Nabal um nome que significava “O NOBRE”, mais no hebraico o adjetivo NABAL, pode significar igualmente o oposto, ou seja, “O ESTÚPIDO”, “O INSENSATO”, tal jogo de palavras constitui o núcleo do relato anterior, na medida em que o caráter de Nabal fica bem expresso por seu nome. Outro exemplo pertinente se encontra nos relatos patriarcais, quando Esaú comenta o seguinte sobre a falta de escrúpulos do seu irmão: “...E disse Esaú: "Não é com razão que o seu nome é Jacó? Já é a segunda vez que ele me engana! Primeiro, tomou o meu direito de filho mais velho e agora recebeu a minha bênção! " Então perguntou ao pai: "O senhor não reservou nenhuma bênção para mim?... " (Gn.27:36 NVI). Uma tradução de confiança sustenta que o nome de Jacó significa “DEUS PROTEJA”, que “DEUS TE CONSERVE”, o que provavelmente expressa a bem aventurança que os pais desejavam ao seu filho recém nascido, outra tradução igualmente confiável, aponta para a ideia de “AQUELE QUE AGARRA A OPORTUNIDADE”, ou “AGARRADO AO CALCANHAR”, Esaú, entretanto, nos remete a outra etimologia, a derivada da raiz semítica AGABÓ (JACÓ) que significa “SUPLANTADOR” ou “ENGANADOR”, desta forma, muitos pregadores, e até mesmo teólogos definem Jacó simplesmente como enganador, pelo fato de que Jacó tinha a capacidade de enganar. Enfim isto pode ajudar a compreender o porque da mudança do nome de Jacó, que passa a ser chamado de “ISRAEL”, seu encontro noturno com o Deus de Jaboque produziu tal mudança em sua forma de ser que deixou de se comportar como antes (Gn.32:28). Esse vinculo entre o nome e a personalidade – uma relação que é dificilmente definível, mais que não deixa de existir – é o que permite compreender várias expressões. Uma delas aparece na conversa entre Deus e Moisés, quando o primeiro diz: “EU TE CONHEÇO PELO TEU NOME” (Ex.33:17). Diferentemente do uso contemporâneo, onde conhecer a alguém “pelo nome” é sinônimo de uma relação superficial, no mundo bíblico a expressão indica algo mais profundo: DEUS SABE QUEM É MOISES PORQUE CONHECE INTIMAMENTE O SEU CARATER. A segunda expressão é bem conhecida: “EM HONRA DO SEU NOME”. O salmista exclama: “...restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome...” (Sl.23:3 NVI); e existe também a expressão profética: “...Por amor do meu próprio nome eu adio a minha ira; por amor de meu louvor eu a contive, para que você não fosse eliminado...” (Is.48:9 NVI). A frase parece se referir à essência de Deus: porque Deus é como é, porque Deus é Deus, atua conforme a sua vontade pelo caminho do bem, é paciente, perdoa os pecados, etc... para nossos propósitos, o interessante é que a Bíblia se refere a essas realidades mediante o nome de Deus. Finalmente, a relação entre nome e pessoa explica porque o AT. Às vezes se refere ao nome e não ao seu portador, como acontece, por exemplo, em Isaias e nos Salmos: “...Vejam! De longe vem o Nome do Senhor, com sua ira em chamas, e densas nuvens de fumaça; seus lábios estão cheios de ira, e sua língua é fogo consumidor...” (Is.30:27 NVI); “...Que o Senhor te responda no tempo da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja!...” (Sl.20:1 NVI).
1.3       Nome e Presença: Até agora falamos da associação entre nome e realidade e entre nome e presença: por presença se entende obviamente, à de Deus, isto é, suas manifestações, as teofanias. No antigo “CÓDIGO DA ALIANÇA” transmitido no livro do Exodo, o texto original hebraico contem uma afirmação difícil de interpretar, mas que em minha opinião deve entender-se deste modo: “...Façam-me um altar de terra e nele sacrifiquem-me os seus holocaustos e as suas ofertas de comunhão, as suas ovelhas e os seus bois. Onde quer que eu faça celebrar o meu nome, virei a vocês e os abençoarei...” (Ex.20:24 NVI). Em outras palavras: Deus proclama seu nome no santuário, manifestando, desse modo, Sua presença (Dt.4:7). O AT. Contem um numero de passagens em que se descreve o que, com bastante exatidão, pode ser chamado uma teofania, uma manifestação de Deus. Tais textos apresentam duas características comuns. Primeiro, se referem habitualmente à “VINDA” da divindade, seja do Sinai, seja de Arã ou de outro lugar, e o verbo do movimento implica que Deus se aproxima. Em segundo lugar, a vinda de Deus acontece em meio de fenômenos naturais, a terra treme e as montanhas se movem, derretendo-se como a cera. Uma passagem como a de Juizes 5:4-5 pertence a este grupo de descrições de teofanias; Arthur Weiser e outros estudiosos sustentaram que a teofania formava parte da liturgia do templo de Salomão, onde um rito assim harmonizaria bem com o caráter dramático da liturgia: é muito provável que as tochas e o som das trombetas foram – podemos assim pensar – parte do ritual da teofania (Ex.19:16 e 20:18); além disso, é logico que o anuncio do nome sagrado fosse o momento crucial da cerimonia e indicaria a especial presença de Deus; essa proclamação podia ser feita, talvez, pelo sumo sacerdote ou por outro profeta que participasse no serviço divino. Entretanto, isso é uma hipótese e assim deve ser considerada.
1.4       O Valor Legal do Nome: Quando se compra ou se vende uma propriedade, costumamos registra-la por escrito para que conste futuramente. No antigo Israel, anunciar o nome do novo proprietário era o colofão de qualquer trato; assim, por exemplo, quando se vendia uma propriedade, o nome do comprador era chamado diante das testemunhas no lugar em questão enquanto se fechava a compra e venda e o dinheiro mudava de mãos; Kurt Galling enumerou uma série de passagens do AT. Que devem ser entendidas em relação a esta pratica (Sl.49:11-12) se refere aqueles que davam o próprio nome as suas propriedades; em Isaias 4:1, o texto em hebraico relata como sete mulheres dizem ao mesmo homem, em ordem: ‘QUE NOS SEJA PERMITIDO USAR O TEU NOME’. As expressões legais são também empregadas em sentido teológico como por exemplo, quando alguém ou algo se é conhecido como o nome do Senhor. Jeremias não recebeu seu nome de Deus, como frequentemente se traduz: “...Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos...” (Jr.15:16 ARCFIEL); em outras palavras é o escravo de Deus. Da mesma maneira em Jeremias 14:9 nos diz: “...Por que serias como homem surpreendido, como poderoso que não pode livrar? Mas tu estás no meio de nós, ó Senhor, e nós somos chamados pelo teu nome; não nos desampares...” (Jr.14:9 ARCFIEL). Não por causa da dedicação do Templo, Salomão afirma que: “ESTE TEMPLO QUE EDIFIQUEI TRAZ O TEU NOME” (1Rs.8:43); e finalmente, em Amós 9:12; é o “POVO” sobre quem se pronuncia o nome de Deus. É obvio, mais vale a pena repetir que o AT. É a Bíblia de Jesus, e, portanto, o NT precisa de seu contexto justo se não pudesse ser interpretado a luz dos livros anteriores.

Nossa serie de mensagens nos permitirá que falemos mais sobre isso, mais agora para terminar quero citar um texto do Novo Testamento: “...Não são eles que difamam o bom nome que sobre vocês foi invocado?...” (Tg.2:7 NVI). A forma de Thiago se expressar lembra a proclamação do direito de propriedade, tal e como aparece no AT., e testemunha que o nome de Jesus era proclamado  sobre aqueles que recebiam o batismo: qualquer pessoa batizada entrava numa nova relação com Jesus, porque passava a ser propriedade de Jesus, por isto batizamos em Nome de Jesus.

 atte.


       Pr. Dr. Wagner Teruel
Phd.Db.Dee.Mth.Mcr.Mpsi,Thb\Lic

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Hagag Rosh Hashanah

Hagag Rosh Hashanah
Rosh Hashaná (em hebraico ראש השנה , literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo judaico. Rosh Hashaná ocorre no primeiro dia do mês de Tishrei, primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico, sétimo mês no calendário bíblico e nono mês no calendário gregoriano.
A Torá refere-se a este dia como o Dia da Aclamação (Yom Teruá Levítico 23:24).
Já a literatura rabínica diz que foi neste dia que Adão e Eva foram criados e neste mesmo dia incorreram em erro ao tomar da árvore da ciência do bem e do mal. Também teria sido neste dia que Caim teria matado seu irmão Abel. Por isto considera-se este dia como Dia de Julgamento (Yom ha-Din) e Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron), o início de um período de introspecção e meditação de dez dias (Yamim Noraim) que culminará no Yom Kipur, um período no qual se crê que o Criador julga os homens.
Logo o que para nós brasileiros a passagem de um ano é simplesmente, festa e comemoração para os judeus é um dia de colocar na cabeça, ou seja no memorial, com ao menos cinco reflexões e é sobre isto que quero tratar.
Nossa festa só será perfeita se também fizermos esta reflexão.
1 – Yom Teruá (O dia da Aclamação): O calendário Bíblico/Caraíta também difere do Calendário Rabínico na observação do Novo Ano Judaico.
Yom Teruah (Dia de Aclamação), que cai no primeiro dia do Sétimo mês. Os Caraitas celebram o Ano Novo no mês da Festa dos Pães Ázimos. Sendo que a Torah afirma: "Este mês será para vós o principal entre os meses; será para vós o primeiro dos meses do ano" (Êxodo 12:2). Depois desta explícita declaração, a Torah procede a descrever a cerimônia do Sacrifício de Páscoa que tem que cair neste Primeiro mês. Da mesma forma, Levético 23 e Números 28 mencionam as festas e em ambas as passagens são descritas o Sacrifício de Páscoa no Primeiro mês e Yom Teruah no Sétimo mês.
Os Caraítas não fazem soar um Shofar em Yom Teruah. Isto é porque não há nenhum mandamento que ordene isto. Segundo a tradição Rabínica Teruah” (da Raiz Hebraica: ע)רו) se refere a um som criado por um Shofar (Corno de Carneiro).
Contudo, a mesma palavra da raiz (רוע) é usada em Números 23:21 para significar aclamação e em Números 10:5-6 onde nos é dito para fazermos soar trombetas prateadas.
É interessante que cinco versículos para frente Deus ordena fazermos soar as trombetas prateadas na Lua Nova, isto é, o primeiro dia de cada mês (veja Números 10:10). O que claramente se deduz de todos estes versículos é que a palavra Teruah, mencionada nesta ocasião após a palavra dia, é um termo geral que descreve um grande barulho feito tanto pelo corno de um Carneiro, como por uma trombeta prateada, por címbalos, ou inclusive por uma congregação orando a Deus.
Sendo que é feito soar um corno sob a forma de uma trombeta em cada primeiro dia de mês, devemos perguntar por que Yom Teruah, o primeiro dia do Sétimo Mês é deixado de lado como uma santa assembléia. Infelizmente, a própria Torah não nos diz por que este dia é deixado de lado como um Mo'ed (Tempo Indicado).  No entanto, sendo que é o inicio do mês em que Yom Kippur e Succot ocorrem, sua importância resulta evidente. Isto parece ser um dia nacional para que os Israelitas se prepararem para as próximas festas. Em uma sociedade agrícola, Succot, uma festa de agradecimento a Deus pela colheita e pedindo uma colheita saudável para o próximo ano, é de suma importância. Os Caraítas sempre tiveram Yom Teruah como um dia nacional de oração e preparação para as próximas festas do Sétimo Mês.
A historia conta que foi neste dia que Deus criou o homem, por isto a necessidade de aclamar e adorar a Deus, uma forma de agradecimento, uma forma de gratidão.Para nós o Youm Teruáh representa a necessidade de mesmo o ano estar terminando começarmos um clamor poderoso aclamando o Poderoso Nome de Jesus.
2 – Yom Há Din (Dia do Julgamento): também a cultura e a tradição nos informa que no Rosh Hashanah também foi o dia em que Caim teria matado a Abel, e dai este dia também é chamado de YOM HÁ DIM, dia do julgamento, isto quer dizer que neste dia sagrado de festas e passagens de ano, deve ser lembrado que também é o dia de julgamento, seremos julgados, por tudo aquilo que simplesmente não fizemos, ou pelo mal que fizemos. O mês de Tishrei é o sétimo no calendário judaico. Isso pode parecer estranho, pois Rosh Hashaná, o Novo Ano, é no primeiro e segundo dia de Tishrei. A razão é que a Torá fez o mês de Nissan o primeiro do ano, para enfatizar a importância histórica da libertação do Egito, que aconteceu no décimo quinto dia daquele mês, e que assinalou o nascimento de nossa nação.
Entretanto, de acordo com a tradição, o mundo foi criado em Tishrei, ou mais exatamente, Adam (Adão) e Chava (Eva) foram criados no primeiro dia de Tishrei, que foi o sexto dia da Criação, e é a partir deste mês que o ciclo anual se inicia. Por isso, Rosh Hashaná é celebrado nesta época.




Adão e Eva foram criados no primeiro dia de Tishrei, que foi o sexto dia da Criação




Há doze meses no ano, e há doze Tribos em Israel. Cada mês do ano judaico tem sua Tribo representativa. O mês de Tishrei é o mês da Tribo de Dan. Isto tem um significado simbólico, pois quando Dan nasceu, sua mãe Lea disse: "D'us julgou-me e também atendeu à minha voz." Dan e Din (Yom HaDin, Dia do Julgamento) são ambos derivados da mesma raiz, simbolizando que Tishrei é a época do Julgamento Divino e do perdão. Similarmente, cada mês do calendário judaico tem seu signo no Zodíaco (em hebraico mazal). O mazal de Tishrei é a Balança. Este é o símbolo do Dia do Julgamento, quando D'us pesa as boas e as más ações do ser humano.
Embora cada Lua Nova seja anunciada e abençoada na sinagoga no Shabat que a precede, a Lua Nova de Tishrei não é anunciada nem abençoada, pois o próprio D'us a abençoa. O aspecto místico de Rosh Hashaná é indicado nas Escrituras: "Soe o shofar na Lua Nova, em ocultamento do dia de nossa festa."
Satan, o Acusador, não deve perceber a chegada de Rosh Hashaná, o Dia do Julgamento. Esta é também uma das razões pelas quais a Lua Nova não é mencionada nas preces de Rosh Hashaná. É também um dos motivos pelos quais a primeira porção do livro Bereshit da Torá não é lida em Rosh Hashaná, embora seja apropriado lê-la, pois Rosh Hashaná é o aniversário do Homem, quando Adam foi criado.
O primeiro dia de Tishrei, que é o primeiro dia de Rosh Hashaná, jamais pode cair num domingo, quarta ou sexta-feira. Historicamente, entretanto, o primeiro Rosh Hashaná foi numa sexta-feira, o sexto dia da Criação. Neste dia, D'us criou os animais dos campos e das selvas, e todos os animais rastejantes e insetos, e finalmente - o homem. Assim, quando o homem foi criado, encontrou tudo pronto para ele.
Nossos sábios viram nisso a ordem da Criação, como a consideração do bom anfitrião que, antes de convidar um hóspede de honra, coloca a casa em ordem, prepara as lâmpadas mais brilhantes, uma refeição deliciosa, etc., para que seu convidado encontre tudo preparado. Mas também vêem nisto uma profunda lição: se o homem é merecedor, é tratado como um convidado de honra; se não o merece, dizem-lhe: "Não fique orgulhoso de si mesmo; até um inseto foi criado antes de você!"
3 – Yom Há Zikkaron (Dia da Lembrança): é o dia da lembrança dos soldados mortos de Israel e das vitimas de terrorismo. Em Yom Há Zikkaron a nação se lembra e expressa extrema gratidão a seus filhos e filhas que sacrificaram suas vidas pela independência e a existência do País. É um dia de angustia coletiva e pessoal combinada com reverencia e honra pelos caídos. Uma data em que os vivos se rededicam ao Estado de Israel, para fazer mais merecido o sacrifício daqueles que morreram por sua sobrevivência. Apesar de ser uma data festiva é uma data de luto, um feriado nacional e que foi estabelecido pelo Parlamento de Israel no ano de 5709 (1949 no calendário gregoriano\ocidental). Durante este dia, os locais de entretenimento permanecem fechado. O dia inclui cerimonias em respeito aos soldados mortos. No nosso Yom Há Zikkaron também deve ser assim, este é o ano que menos pessoas temos, muitos soldados se perderam pelo caminho, muitos irmãos perderam as esperanças, muitos desistiram de servir a Deus e outros decidiram sair, é lamentável, que em nossos corações tenha apenas um pensamento, o pensamento do JÁ VAI TARDE, não, não é assim que devemos pensar e sim tirarmos um minuto do nosso tempo e pensarmos será que fizemos de tudo para que ele ou ela permanecessem conosco? É o dia da lembrança é o dia de pensarmos mais sobre nossos irmãos estamos todos indo pra um mesmo céu.
Onde quer que esteja um judeu, ao soar a buzina em todo o País os carros param, as pessoas descem do carro e durante dois minutos, nenhuma palavra, nenhuma ação apenas a reverencia aos soldados mortos, com a chegada do final da tarde finaliza este dia triste dando passagem para mais um momento o: Yamim Noraim.
4 – Yamim Noraim (Dias temíveis): Dias temíveis”! Esse é a tradução das palavras em hebraico “Yamin Noraim” (םיארונ םימי) ‎, que representam o período entre Rosh HaShaná e Yom Kipur.
Mas por que “dias temíveis”? O que de tão terrível pode haver entre os dias que marcam o início do Ano Novo Judaico e o Dia do Perdão para dar medo?
No Judaísmo, Yom Kipur representa o dia em que Deus, após verificar todos os atos cometidos por uma pessoa durante o ano que passou, julga com retidão e dá Seu veredicto: punição ou perdão e a inscrição do nome dessa pessoa no Livro da Vida por mais um ano. Mas quando é que Deus averigua os atos realizados? Durante o período de 10 dias entre Rosh HaShaná e Yom Kipur. Por isso “dias terríveis”, pois durante esses dias tudo o que a pessoa fez no ano que passou está sendo analisada e julgada por Deus.
Mas esses dias também são conhecidos como Aseret Yemei Teshuvá (הבושת ימי תרשע) ou Dias de Arrependimento, pois também temos, durante esse período, a chance de esquadrinhar nosso coração e verificar se fizemos algo errado ou cometemos algum pecado contra alguém, podendo fazer Teshuvá (הבושת), que significa se arrepender dos pecados de maneira profunda e sincera e procurar repará-los (quando possível). São 10 dias para aprofundar-se dentro de si, afastar-se do mal, aproximar-se do bem. Isso é, na verdade, o que Deus espera de nós, pois “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó D’us, não desprezarás.” (Tehilim Sl.51:17).
Porém observa-se também que as más ações ou transgressões têm duas polaridades: 1  
          1 - Do homem em relação ao homem e a outra, é a da vida diária, exterior, social e inter-humana; é coisa de homens, e os homens têm de resolvê-la: As transgressões que vão de homem a homem, não são expiadas em Yom Kipur, se antes não forem perdoadas pelo próximo.
          2 - Do homem em relação à Deus. o âmbito da alma, é o segredo da consciência. Daí que se costuma pedir previamente o perdão de nossos semelhantes, se eles não perdoarem, Deus não poderá intervir. Se o pecado tiver sido cometido contra Deus, aí sim pedimos perdão ao Eterno.
Desta maneira o Yamim Noraim (dias temíveis) é uma comemoração bem pertinente nos dias da nossa celebração, quão interessante seria se tivéssemos uma reflexão sobre os dias temíveis, teremos que celebrar o TESHUVA, dias temíveis existiram neste ano e novos dias temíveis existirão no ano que se inicia, precisamos refletir, precisamos re-pensar nossa maneira de ser e agir, precisamos pedir urgentemente a Deus que venha o YOM KIPPUR, ultimo momento da celebração, e este dia será grandioso.

5 - Yom Kippur (dia do Perdão): O Yom Kypur é uma festa judaica que se comemora o dia do perdão, inspirado no episódio bíblico onde Moisés permaneceu 40 dias e noites no Sinai para receber de Deus os dos Dez Mandamentos e o povo, desacreditado por ele ter demorado 1 dia para retornar, fez um bezerro de ouro para adoração, 
É importante destacar aqui, que na doutrina judaica, a confecção do bezerro foi por imposição de 3 mil egípcios que acompanhavam a caravana de Moises para Canaã no propósisto de justificar a cólera divina por ciúmes e Deus, quando soube da adoração, determinou a Moises que escolhesse os filhos dos levitas para passar ao fio da espada os egípcios e depois subiu novamente ao monte para receber a Torah e negociou o perdão aos hebreus, dizendo que se o povo não fosse perdoado, não queria ter seu nome do livro de suas leis, quando então Deus se declinou de seu ódio e concedeu o perdão. 
Moisés permaneceu no Sinai 40 dias: “E ali esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; (Êxodo 34:28). Durante esse período, Deus ensinou a Moisés toda a Torá, uma vez mais. E então, indicando, finalmente, Seu perdão total para o povo judeu, Deus ordena que Moisés escreva as palavras dos Dez Mandamentos sobre as tábuas que ele lavrara e trouxera ao Monte Sinai. 
No 10.o dia do mês de Tishrei, (o sétimo mês judaico, equivalente entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro) Moisés retorna ao acampamento dos judeus levando consigo as novas Tábuas com os Dez Mandamentos. 
Aquele dia se tornou o primeiro Yom Kipur, o primeiro Dia do Perdão. Deus decidiu que, a partir de então, o 10.o dia de Tishrei seria o dia no ano em que Ele se dedicaria aos rogos, remorsos e preces pelo perdão. Assim como perdoara o pecado cometido através do bezerro de ouro, no futuro, nesse mesmo dia, Ele também perdoaria as futuras transgressões que o povo judeu cometesse contra Seu Nome. 
O Yom Kipur – o Dia do Perdão – é celebrado no 10.o dia do mês judaico de Tishrei. É o dia mais sagrado do calendário judaico, uma data mencionada na Torá como o “Sábado dos Sábados”, Shabat Shabaton. A Torá ordena guardá-lo de acordo com todas as leis que estipula, “...porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor” (Lv.16:30)
Estejamos nos preparando para o Dia do Perdão. Que possamos refletir e fazer teshuvá.

Só assim poderemos comemorar o TESHUVÁ:
6 - Retornando a Deus
Enfim a nossa celebração de aniversário deverá conter estes cinco elementos que descrevemos anteriormente:
1 – Yom Teruá (O dia da Aclamação):
2 – Yom Há Din (Dia do Julgamento):
3 – Yom Há Zikkaron (Dia da Lembrança):
4 – Yamim Noraim (Dias temíveis):
5 - Yom Kippur (dia do Perdão):
Agora podemos comemorar dizendo a cada um dos nossos irmãos e companheiros de ministério TESHUVÁ, mais o que é isto? Teshuvá, a palavra hebraica para ARREPENDIMENTO, possui três significados diferentes, embora entrelaçados.
Primeiro, denota "retorno" - uma volta a Deus e à Sua Vontade.
Segundo, significa "virar-se em direção", ou seja, tomar um rumo diferente e melhor na vida.
Terceiro, significa "resposta", uma reação a um chamado - que significa estar atento à Voz do Eterno.
Em Yom Kipur, além de fazer um balanço do ano que passou e de nos arrependermos das transgressões cometidas, devemos responder à pergunta Divina:
"Que tipo de pessoa você se tornou"?
Como cada homem contém dentro de si uma Centelha Divina, uma ínfima parte de Deus, é justo que o Criador nos desafie, perguntando:
"Por que você é apenas um ser humano?
E por que o mundo é apenas um mundo?
" Em outras palavras, Deus nos pergunta: por que você não almeja ser muito mais do que é, rompendo com suas limitações e falhas? E por que você permite que o mundo continue sendo o que é - repleto de problemas, injustiças e imperfeições - e não procura aperfeiçoá-lo, já que esta é a missão do homem na Terra?
O processo de Teshuvá deve, na verdade, ir além de simplesmente refletir em Yom Kipur e manifestar a vontade de melhorar no ano que se inicia. Devemos atingir um ponto no qual não nos satisfaz apenar ser "humanos", tão falíveis e imperfeitos. Isto se aplica a cada um de nós, pois o arrependimento de um único indivíduo é um processo que pode transformar o mundo. De fato, a tradição judaica ensina que o lamento que emana de uma única alma se junta ao lamento do mundo como um todo, para que este último alcance a auto-transformação. Como cada ato de cada um dos indivíduos influencia o mundo, como cada ação ultrapassa o seu contexto imediato, cada um de nós, independentemente de seu nível espiritual, é chamado a superar a si mesmo. Isto significa que mesmo um homem totalmente justo - inclusive alguém como Moisés - não está isento de fazer Teshuvá.
No seu nível mais simples, a Teshuvá, o arrependimento, significa retornar a Deus - isto se traduz por fortalecer nossa fé e nossa prática do cristianismo vivendo de acordo com as leis e o espírito da Bíblia. Mas, em sua essência, a Teshuvá requer muito mais do que um maior grau de observância religiosa. Requer o empenho e a força de romper com o passado, para assim atingir um nível espiritual mais elevado e poder chegar mais próximo a Deus. E, como o homem, criatura finita, jamais conseguirá alcançar o Criador Infinito, a Teshuvá é um empenho sem fim.
Essa busca infindável do Eterno é poeticamente descrita no "Cântico dos Cânticos", no versículo que diz "O Rei me introduziu na Suas câmaras" (1:14). Estar próximo a Deus não é certamente uma questão de distância física, mas de um relacionamento espiritual. O homem busca Deus chamando por Ele, aprendendo sobre Ele, Sua Sabedoria e Sua Vontade, e agindo de acordo com Seus Desejos. A Teshuvá acontece quando o homem vai de um nível espiritual a outro, procurando por Deus, pois é a busca contínua de Deus, dia após dia, e não apenas em ocasiões especiais como Rosh Hashaná e Yom Kipur.
O arrependimento é um dos pilares da fé unicista. É a mais elevada expressão da capacidade do homem de exercer seu livre-arbítrio. É, com efeito, a manifestação da Centelha Divina no homem. Através da Teshuvá um homem torna-se senhor de seu próprio destino: pode romper com o passado e começar vida nova. Isto explica por que, antes de criar o mundo, Deus criou o conceito de Teshuvá. Pois o mundo físico é um lugar onde o tempo flui e onde há uma relação constante entre causa e efeito. Mas como o conceito de se arrepender antecede o mundo, precede também o tempo. E assim, através da Teshuvá, o indivíduo pode não apenas definir seu futuro, mas também mudar seu passado. Entretanto, para voltar no tempo e romper com o ciclo de causa e efeito provocado por um pecado, a pessoa deve atingir o mais alto nível de arrependimento, chamado de Tikun. Tal patamar é atingido quando os pecados cometidos no passado são transformados em extraordinária força espiritual por fazer o bem. Isto ocorre quando o remorso por erros do passado se converte em força poderosa que impele o homem a realizar muito mais do que faria, habitualmente, caso jamais tivesse pecado.
Para que aconteça um Tikun, a retificação íntegra do passado, não é suficiente reconhecer que erramos; é preciso ir além. É por isso que a Torá, quando define um pecado, indica como expiá-lo. Meramente reconhecer o erro, sem fazer algo a respeito, gera em nós sentimentos de culpa e baixa auto-estima. Isto leva à passividade e à depressão.
Celebremos portanto, nosso Rosh Hashanah, com a certeza de que o bom Deus nos dará um ano incrível, se nossos corações estiverem dispostos a aclamar, receber o julgamento, lembrarmos dos que ficaram pra tras, os dias temíveis que passaram e que ainda virão e acima de tudo recebermos com humildade o perdão de Deus, só assim poderemos dizer TESHUVÁ.


Atte.


Pr.Dr. Wagner Teruel