terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Simples cantores ou verdadeiros adoradores?


Simples cantores ou verdadeiros adoradores?


Atualmente na Igreja do Senhor, em meio a um grande “BOOM MUSICAL”, em meio de tantos cantores, e músicos de qualidade, em meio a esta grande onda de louvor se faz necessário parar no meio do caminho e indagar diligentemente, por um breve lapso, acerca da qualidade do louvor que estamos apresentando a Deus, que tão genuíno é, que tão Bíblico é, perguntar acerca do que é louvor e o que não é louvor, o que é um adorador, e o que não é um adorador, tudo isto a luz das Escrituras. Perguntemos então, pelos caminhos antigos, não os modernos, qual seja o bom caminho e andemos por ele.
Para saber se nosso louvor é excelente, muito bom, bom, regular, ou ruim diante de Deus, é necessário que aclaremos alguns conceitos  entranhavelmente unidos a este tema, e que definamos quais são os princípios bíblicos estabelecidos por Deus, qual é a receita Bíblica da adoração e quais os ingredientes do mesmo.
Para nós, é necessário e indispensável ter bem claro cada um destes conceitos; já que, de ai dependerá que nosso louvor flua depuradamente, que seja genuíno; pois no contrario, cairemos em graves problemas e excessos com o oferecimento de “FOGO ESTRANHO”, a falta de originalidade de alguns músicos e cantores, e ainda de membros da Igreja tomando a personalidade de alguém para imita-lo e cantar ou tocar como ele, gritar como ele, até auto-erradicar por completo a personalidade própria para posicionar, em seu louvor a outro individuo, isto é uma espécie de “Plágio de Louvor”, ou usando uma outra terminologia “Um Louvor Emprestado”, que seria como presentear algo a alguém, que já lhe havia sido presenteado, isto para citar apenas alguns exemplos.
Comecemos então a definir e estudar estes conceitos que nos conduzirão, com a ajuda de Deus, a estabelecer um balanço dos comportamentos bons ou maus que cada um de nós temos adotado com respeito a este tema.
CANTICO: Canção, cantar com referencia aos estados da alma. Ex. os cânticos dos pássaros.
LOUVOR; Honra. O objeto pode ser, as estrelas, astros, sol, a lua, etc...
HONRA: Louvor, Gloria.
ADORAÇÃO: Louvor, Honra, Serviço       
GLORIA: Fama, Honra, Majestade
GLORIFICAR; Dar gloria, Magnificar.
Podemos começar o estudo destes términos dizendo que uma pessoa pode estar cantando e pode não estar adorando. A adoração em si, é uma categoria mais alta no que se refere o louvor.
Muitas pessoas, têm cantado muitas vezes excelentemente; porem, nem todas às vezes têm sentido a unção do Espírito em seus cânticos, enquanto que, em outras ocasiões, outras pessoas não muito bem dotadas, musicalmente falando, tem estremecido nossos corações com seus cânticos. A onde está a diferença? Simplesmente é que um está cantando e o outro está adorando.
A Bíblia diz, ao começar o Salmo 95 verso 2: “Cheguemos ante sua presença com Louvores”, e mais adiante no mesmo Salmo 95:6, “Vinde adoremos e prostremo-nos”. Parece ser que o Louvor, é uma espécie de precursor de adoração; e a adoração, uma “Categoria” mais alta, visto que o Salmo, inicialmente, diz-nos “Chegai com Louvores”; é como se dissesse “Tragam uma boa disposição no tocante o louvor”; mais tarde convida, “Vinde e adoremos”, que quer dizer: Já estão Louvando!! Bom agora,então, venham e adorem!!! E quase que imediatamente, relaciona a adoração com a prostração, “Vinde, adoremos e prostremo-nos”, que é outra categoria.
Para reafirmar isto, lhe convido a darmos uma visitada nas Escrituras, você não vai encontrar um texto que relacione “O louvor” com a “Prostração”, mais sim, muita textos que relacionem “A Prostração com o Louvor”. Isto nos leva a pensar que existe um pequeno passo que os divide, estando muito perto um do outro. Moisés sabia isto, já que a Bíblia diz: em Exodo34:8 “Então Moisés, apressando-se, abaixou a cabeça para o solo e adorou” Cornélio também o fez, ainda que o objeto de sua adoração estava equivocado, (At.10:25), “Quando Pedro entrou, saiu Cornélio a receber-lhe, e prostrando-se a seus pés o adorou”. Mesmo o diabo conhecia este secreto, havendo sido ele o líder dos louvores nos céus; por isso disse: “Tudo isto te darei, se prostrado me adorares”.
Esta passagem nos motiva a reflexionar e a meditar, imediatamente, em que histórica e biblicamente, a prostração significa estar diante da presença de um ser que é considerado supremo ou muito superior por aquele que se prostra.
Olhando esta diversidade de términos enfrentando seus significados precisos, podemos observar que entre estes não existem diferenças tão marcadas; pode estabelecer-se certa relação progressiva, como uma espécie de elos categorizados ou uma escada, a qual um degrau depende do outro, ainda também seu estado é distinto ao estado vizinho.
Parece ser que tendo o objetivo chegar a verdadeira adoração. A qual Deus solicita de seu povo, o primeiro degrau ou elo ou categoria parece ser que é o Canto, porque? Porque o canto é uma forma de expressão de toda a natureza, não somente do homem; e se nos referimos ao homem, não nos apeguemos somente aos homens cristãos. O canto em si é uma expressão com sentido musical, dos seres vivos, seja boa ou seja má, com referencia a um tema específico. Por ele, podemos encontrar, no mundo cristão, cantos inspirados em multíplices temas, tais como: Testemunhos, pensamentos próprios, felicitações, que nem sempre louva a Deus. São simplesmente cantos. Por eles o apostolo Paulo recorda: “...Cânticos espirituais”, o que quer dizer, que na época que escreveu este texto havia “Cânticos Carnais”, sentimentais, etc... Da mesma forma que existe nos dias de hoje. Por isso o Apostolo Paulo insiste que sejam Cânticos Espirituais Bíblicos. Estes cantos podem estar profissionalmente bem construídos, e a Bíblia manda isto de cada interprete: “Tocai bem, os pandeiros”, porém, é possível que nem sempre esteja louvando a Deus através deles, ou que a oferta que vamos oferecer ao Senhor não seja genuína.
A Bíblia descreve o Louvor como uma categoria mais acima de um simples cântico. É comparável este término a outros como Glória, Honra, etc... Assim que quando você está louvando ao Senhor, você O está Glorificando,  está honrando ao Criador do Universo, e, não necessariamente, você tem que estar cantando; pode estar orando.
A adoração é como o grau sumo do louvor. Quando você louva o Senhor com um coração disposto, seguramente não demorará em entrar em estado de adoração.
Comecemos pelo principio: O Senhor Jesus busca ADORADORES, já seja através da oração ou de cânticos espirituais. Se você, cantando pode louvar a Deus e, conseqüentemente, adorar-lhe e converter-se em um adorador, faça com toda a sua alma. Porém se você, cantando, não se comove a si mesmo, nem comove a outros, você então é um simples cantor, um cantor igual aos outros; talvez você musicalmente terá, muita técnica com acordes musicais, dissonâncias, tabelas de inversões etc... porém para Deus, esta forma de cantar ou de tocar, seria somente um címbalo que retine.
Por tudo o que foi exposto anteriormente, devemos perguntar se na realidade somos simples cantores ou se somes verdadeiros adoradores; se a oferta que oferecemos é uma simples excelente oferta como a de Caim (note, que a Bíblia diz que Caim escolheu do melhor fruto da terra e em Hebreus se confirma que a oferta de Caim foi excelente), ou se nosso sacrifício de louvor é como a oferta de Abel, “... Pela fé Abel ofereceu” MAIS “excelente sacrifício que Caim...” Esse mais na oferta de Abel foi o que marcou a diferença, foi o que fez que Deus optasse por receber somente a oferta de Abel. Assim que o comparativo Mais excelente que, nos aclara que a oferta de Caim foi excelente, porém a de Abel foi mais que excelente que a de Caim.
QUERIDOS IRMÃOS MARQUEMOS A DIFERENÇA:


SEJAMOS VERDADEIROS ADORADORES!!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Capitulo Décimo Segundo: Deitada aos pés de Boaz


Deitada aos pés de Boaz
Era a festa da páscoa, a celebração maior após a colheita, todos estavam festejando, canções alegres, brincadeiras, sorrisos, danças faziam daquela festa um momento especial, mais representava também o fim, já tudo o que se poderia ter colhido, foi colhido, não haveria amanhã, os lideres retornariam para suas terras, era hora de revolver a terra, era a hora do arado, semear e esperar.
Noemi (Mara), chama sua nora a parte e fala, olha hoje é o dia, quando todos estiverem indo se deitar, siga a Boaz, veja onde ele vai se deitar e deite-se aos pés dele, não do lado, não em cima dele, você não precisa se prostituir, não precisa se tornar uma qualquer, apenas aos pés, ele (Boaz) saberá o que fazer.
Que linda historia de amor temos aqui, ouvir uma velha amarga sobre como conquistar o amor da sua vida, não nos parece sensato nos dias de hoje não é mesmo? Como as meninas conquistam seus amores? Com lindas lingeries, com roupas sedutoras, com danças. Mais Rute recebe uma ordem, deite-se aos seus pés.
Submissão, respeito, autenticidade, não são palavras que hoje podem fazer parte do vocabulário da jovenzinha disposta a encontrar um esposo. Lembro-me ainda que os tempos antigos traziam consigo a idéia do baú, com o enxoval da noiva, coisas que ela levaria para seu lar, como panos de prato, lençóis, cobertores, roupas intimas que só seria visto no momento certo, na hora adequada, o dormir aos pés de Boaz, nos mostra tudo isto.
Amor não pode ser confundido com sexo, sexo é uma benção, mais amor é durador, sexo é momento enquanto amor é eterno.
Boaz logo pega no sono, as canções que envolveram aquela noite ainda estão na sua cabeça.
Dorme Boaz,
Dorme Boaz,
O sono do campeão,
O sono do vencedor,
Dorme Boaz, Dorme Boaz
Ai vem Rute pra se deitar
Aos pés do vencedor,
Dorme Boaz, Dorme Boaz
Aos pés do vencedor vem Rute pra se deitar
Pois ele saberá o que fazer.
Tempo passa, e numa virada de um lado pro outro, encontra que algo está nos pés, ele abre os olhos e encontra a moabita, deitada aos seus pés, que imagem maravilhosa, seu gesto dizia socorre-me Boaz, você pode me redimir.

Assim, ele manda ela novamente a sua casa, ao chegar a sogra diz: descanse minha filha. 

Capituo Decimo Primeiro: Rute nos campos de Boaz

Rute Nos Campos de Boaz


"O Senhor retribua o teu feito; e te seja concedido pleno galardão da parte do Senhor Deus de Israel em cujas asas te vieste abrigar" Rt 2:12.

Não Foi Obra do Acaso: "E caiu-lhe por sorte uma parte do campo de Boaz que era da família de Elimeleque" Rt 2:3. Para ajudar Noemi e também se manter, Rute vai apanhar espigas. Deus, já estava conduzindo a vida de ambas. Elas eram tementes, obedientes a cheias de fé. Deus, ouviu as orações das duas. Rute, orava por Noemi, que por sua vez, clamava a Deus pela nora. Quando quisermos atribuir à "sorte", ao "acaso", a "coincidência", as dádivas diárias lembremos: "Não foi obra do acaso".

"Não Vá Colher em Outro Campo" Rt 2:8- Boaz, estava pretenso a ajudar Rute, se ela fosse colher em outros campos, a beneficência, não se completaria. Ele, se agradou de Rute: "Por que achei graça em teus olhos, para que faças caso de mim sendo eu uma estrangeira?" Rt 2:10. É assim conosco. Deus, se compadece de nós, quando somos ainda pecadores" Rm 5:8. Rute, era moabita e Moabe, representava as vontades humanas, contrárias às Divinas. Uma estrangeira, abrigada em Cristo (campos de Boaz). Existem muitos "moabitas" desfrutando da graça Divina, mesmo sem se aliançar com ela, sem fazer um compromisso de fidelidade. Deus, não faz acepção de pessoas, sua vontade, porém, é de que "os estrangeiros" se tornem cidadãos do Reino, naturalizados filhos, herdeiros, isto, só se torna possível quando "abandonamos os outros campos", e nos abrigamos nos campos de Boaz. E é o próprio Cristo quem diz: "Não vá colher em outro campo".

O Remidor, figura de Cristo: Boaz, era da família de Elimeleque, uma esperança para Rute e Noemi: "este homem, é nosso parente chegado, um dentre os nossos remidores". Remir, significa: Tirar do cativeiro, do poder alheio, resgatar, compensar, expiar, salvar. Boaz, representava tudo isto para elas. Havia outro remidor com parentesco mais próximo. Tinha prioridade. Ao ser consultado disse: "Não a poderei redimir". Este, jamais poderia fazê-lo, porque Rute, agora, estava nos campos de Boaz. Boaz, representa Cristo, Único, Verdadeiro Remidor da humanidade.

O Resgate: Boaz, resgata Rute, casa-se com ela e suscita a descendência que parecia ter sido perdida. Este É O Deus Todo Poderoso!! Quando tudo parece estar perdido, sem vida, Ele torna tudo novo! Somente Ele, pode ser este Remidor.

Saindo dos Campos de Moabe, para os Campos de Boaz: Você já peregrinou em Moabe? Eu já. Se hoje, tenho vida abundante e certeza da salvação, é porque Deus me deixou "colher molhos de espigas nos campos de Boaz" : "E deixai cair alguns punhados, e deixai-os ficar para que os colha, e não a repreendas" Rt2:16. Boaz, ordenou que Rute colhesse livremente as espigas, inclusive as quecaissem propositadamente ao chão. Ela sequer havia sido remida! Já desfrutava da graça, da bondade Divina. Aquele campo, se tornou agradável para Rute. Ela se sentiu segura, amada, livre! Assim me senti, ao olhar para a cruz. Vi o meu Remidor! Ele É para mim, como os campos de Boaz!


A maravilhosa história se encerra com a genealogia de Davi. "Boaz, gerou a Obedeque gerou Jessé, que gerou Davi" Rt 4:22. Um triste começo de peregrinação nos campos de Moabe, transformado com a estadia gloriosa de Rute, nos campos deBoaz, representando a redenção, a graça salvadora. Deixe de peregrinar nos campos de Moabe e se abrigue nos campos de Boaz e verás, a maravilhosa graça que redime a todo e qualquer homem do pecado. Que Deus nos abençoe! A Ele nossa gratidão.

Capitulo Décimo: Boaz o Parente Remidor


Boaz o Parente Remidor
Boaz é um personagem do Antigo Testamento da Bíblia, citado no livro de Rute e em I Crônicas como pertencente à tribo de Judá, filho de Salmom, vindo a ser bisavô do rei Davi.
De acordo com o texto bíblico, a moabita Rute, após ter ficado viúva de seu primeiro marido, preferiu permanecer na companhia de sua sogra Noemi que retornou de Moabe para Israel, conforme já lemos nos outros capitulos. Ao chegarem à Israel, Rute e Noemi vêm a se estabelecer em Belém. Porém, sendo ambas viúvas e precisando de alimentos, Rute passa a colher cereais nos campos de Boaz que era parente do falecido marido de Noemi.
Assim, Rute e Boaz se aproximam e se casam, gerando um filho que se chamou Obed.
Boaz, juntamente com Jaquim ou Jachin também é o nome de uma das duas colunas do templo de Salomão.
Em algumas traduções bíblicas figura como Booz.
Bem, depois desta ficha técnica nos cabe lembrar que Boaz era um homem valente, Boaz era temente a Deus , tinha muitas terras , plantações e muitos empregados e certo dia vindo de Belém, foi até o campo e saudou os empregados e viu que próximo aos empregados tinha uma moça que recolhia as sobras das espigas que ficavam no chão e perguntou ao empregado quem era esta mulher e o rapaz informou que esta mulher veio de Moabe com Noemi a sua parente.

Então Boaz se aproximou da mulher e disse: Ouves, filha minha; não vás colher em outro campo, nem tampouco passes daqui; porém aqui ficarás com as minhas moças. Os teus olhos estarão atentos no campo que segarem, e irás após elas; não dei ordem aos moços, que não te molestem? Tendo tu sede, vai aos vasos, e bebe do que os moços tirarem. Então ela caiu sobre o seu rosto, e se inclinou à terra; e disse-lhe: Por que achei graça em teus olhos, para que faças caso de mim, sendo eu uma estrangeira? E respondeu Boaz, e disse-lhe: Bem se me contou quanto fizeste à tua sogra, depois da morte de teu marido; e deixaste a teu pai e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que antes não conheceste. O Senhor retribua o teu feito; e te seja concedido pleno galardão da parte do Senhor Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.

E disse ela: Ache eu graça em teus olhos, senhor meu, pois me consolaste, e falaste ao coração da tua serva, não sendo eu ainda como uma das tuas criadas. E, sendo já hora de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te aqui, e come do pão, e molha o teu bocado no vinagre. E ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu do trigo tostado, e comeu, e se fartou, e ainda lhe sobejou. E, levantando-se ela a colher, Boaz deu ordem aos seus moços, dizendo: Até entre as gavelas deixai-a colher, e não a censureis

Boaz, homem poderoso e valente, porém a Bíblia registra que a sua mãe foi Raabe e para quem não conhece Raabe foi uma prostituta que vivia em Jericó e alcançou a graça do Senhor.

Que historia recheada de amor e graça, logo ele, logo Boaz, o que tinha em suas mãos o poder de resgatar a Noemi (Mara) e tambem a Rute, agora ao trabalhar junto a sua seara recebe a oportunidade para restabelecer a dignidade perdida.
 
Assim deixo este registro de um homem que foi valente e poderoso e temente a Deus e foi mui próspero e o seu nome está na árvore genealógica de JESUS , juntamente com a sua mãe Raabe.

A biografia de Rute, contada num dos livros mais emocionantes da Bíblia, bem poderia ser a história de Boaz. (As atitudes de Boaz são comentadas, com muita propriedade, por WAKEFIELD, Norm, BROLSMA, Jody. Homens são de Israel, mulheres são de Moabe. São Paulo: Vida, 2003.) Neste livro, cuja história já vimos que ocorre no período dos juízes em Israel, Boaz ("nele há força", em hebraico), oferece uma demonstração do que significa a bondade, fruto do Espírito, segundo o Novo Testamento (Gl.5:22).
Ele era primo em primeiro grau de Rute, uma moabita convertida ao judaísmo. Viúva de Malon, ela chegara aos termos de Judá acompanhando a sogra, a israelita Noemi, que resolvera voltar para sua terra depois que seu marido e seus dois filhos morreram, em busca de melhores condições de vida que acharam possíveis em Judá.
As duas fixaram-se em Belém, no período da colheita (por volta do ano 1250 a.C.). Em busca de alimento para si e para a sogra, Rute dirigiu-se casualmente à fazenda de Boaz. Sem conhecê-la, seu primo a tratou com muita generosidade, como o demonstra a narrativa bíblica (Rt.2:4-18).

Segundo a tradição judaica, o parente mais próximo de uma viúva tinha o dever de se casar com ela e comprar a sua propriedade. Noemi, então, reconhecendo em Boaz um dos resgatadores de Rute, procurou aproximar a nora de Boaz.
Informado do compromisso, Boaz lembrou que havia um parente mais chegado que ele. Reunido o sinédrio da cidade de Belém, o anônimo tio de Rute se recusou a desposá-la, ora sendo uma mulher jovem, bonita e altruísta por que não resgata-la? Simples ela era Moabita, uma vergonha para Israel, e as terras de Elimeleque seriam dele sem este esforço uma vez que as mulheres não herdavam terras. Provavelmente ele teve medo de cair numa desgraça espiritual, já que a lei mosaica proibia que uma moabita passasse a integrar, por casamento, o povo de Israel (Nenhum amonita ou moabita, até a décima geração, fará parte do povo do Deus Eterno. Eles ficarão de fora – Dt.23:3). Boaz não teve o mesmo receio, especialmente depois do apoio que lhe foi dado pelo conselho local. Na verdade, apesar desta autorização, ele correu o risco de ser considerado impuro. Por este casamento, ele e sua esposa, bisavós de Davi, entraram na genealogia do Messias.
Por seu comportamento, Boaz pode ser colocado na galeria de homens cheios de graça. Bondade é a marca mais evidente no seu jeito de ser.

O livro de Rute traz diferentes manifestações desta firme bondade, algumas das quais aparecem no capítulo 2. São estas que agora consideraremos, pois, se bondade é o amor em ação, Boaz é a sua demonstração.
Muito antes de Jesus Cristo, Boaz mostrou-se habitado pelo Espírito de Deus. Sua bondade é fruto deste Espírito (Gl.5:22).

1. BOAZ MANIFESTA SUA BONDADE NO MODO COMO TRATAVA AS PESSOAS.
Quando chega à fazenda para supervisionar a colheita, Boaz tem uma palavra de afetuosa saudação aos empregados. Ele diz: "O Senhor seja convosco!" (verso 4), uma expressão que aparece só mais uma vez no Antigo Testamento (Gn.43:23), mas muitas vezes no Novo Testamento, proferida por Jesus (Lc.25:36, Jo.20:19-21) e pelo apóstolo Paulo (Rm.16:20, 1Co.1:3, Cl.4:18, 1Ts.5:28, 1Tm.1:21, 2Tm.4:22).
A prova de que não foi um cumprimento protocolar está em que notou que havia uma pessoa estranha ao grupo. Ele procurou saber: "De quem é esta moça?" (verso 5). Para tanto, ele observara o grupo. Boaz falou olhando para eles. A resposta que ouviu dos seus empregados demonstra a reciprocidade que seus gestos provocavam: "O Senhor te abençoe!" (verso 4). Parece que aquelas empregadas ansiavam pela chegada do seu patrão.

1.1. Se queremos que palavras de bondade nos habitem e perfumem o ambiente em que vivemos e toquem os corações dos outros, porque estão tocando os nossos, precisamos nos interessar pelos resultados que nossas palavras podem provocar. Que bem, ou que mal, fará a palavra que vou proferir  -- esta deve ser a minha pergunta, neste caminho de aprendizagem.
A recomendação bíblica é que a nossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, quando estivermos nos comunicando (Cl.4:6). O apóstolo Paulo nos pede que  temperemos com sal a nossa palavra. Comida sem sal é comida difícil de ser comida. Comida com sal de mais é nociva à saúde. Nossa palavra deve ter o tempero da emoção, mas não da emoção excessiva, para não fazer mal. Em outras palavras, importa o conteúdo, mas também a forma com que se diz. Todos sabemos o quanto é boa uma palavra dada a seu tempo (Pv.15:23). Bondade produz bondade. Ela pode começar com a nossa forma de cumprimentar as pessoas.

1.2. Se queremos que palavras de bondade nos habitem e perfumem o ambiente em que vivemos e toquem os corações dos outros, porque estão tocando os nossos, precisamos, precisamos procurar desenvolver a capacidade de prestar atenção às pessoas. O que há de ruim nas pessoas é como um outdoor: colocado em lugares estratégicos, tem nove metros de largura por três de altura: todo mundo as vê. O que há de bom nas pessoas são como anúncios classificados num jornal; só quem vê tem boa visão. Uma pessoa atrás de um balcão numa loja pode ser apenas um balconista, mas pode ser uma pessoa com nome, sobrenome e história. Com quem queremos nos relacionar?
Se prestarmos atenção às pessoas, nós nos relacionaremos com elas, como elas são. Quando Paulo pede que nossas palavras sejam temperadas com sal, o apóstolo Paulo nos lembra que cada alimento exige um tipo de sal (sal grosso no churrasco, sal refinado na farofa, por exemplo), como cada pessoa é diferente; cada uma precisa de uma palavra diferente. O conteúdo pode ser o mesmo, mas a forma deve ser personalizada. Só personalizaremos o conteúdo de nossa comunicação, prestando atenção às pessoas. Ser notado é uma necessidade humana, porque indica que elas pertencem. Um dia destes, uma reportagem televisiva mostrava a moda dos num congresso de esqueitistas. Um deles desafiou a repórter: veja se tem algum vestido igual. Cada um queria ser diferente, como uma forma de ser notado.
Uma vez uma senhora me chamou em sua casa. Depois do cumprimento, ela me perguntou:
-- Por que o senhor não gosta de mim?
Eu indaguei por que. Ela completou:
-- O senhor passa por mim e não me cumprimenta.
Eu fiquei surpreso, porque eu gosto de pessoas, eu gosto de estar com pessoas, eu gosto de cumprimentar pessoas. Eu pedi desculpas e prometi melhorar, prometi prestar mais atenção às pessoas. Espero que esteja melhorando.
Notar o outro é bondade. Bondade produz bondade.

1.3. Se queremos que palavras de bondade nos habitem e perfumem o ambiente em que vivemos e toquem os corações dos outros, porque estão tocando os nossos, precisamos proferir palavras que abençoem. 
Quando notamos as pessoas, podemos perceber suas necessidades e, logo, podemos abencoá-las com palavras de bondade, às vezes, palavras sem palavras, que são as palavras que ouvem as palavras do outro, palavras com palavras, que são palavras cordiais, pois como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial. (Provérbios 27.9). A Bíblia é ainda mais profunda quando diz que palavras bondosas são como beijo nos lábios (Provérbios 24.26).
Se é verdade que a bondade não é apenas o território da palavra, também o é que ela se manifesta por meio de palavras. Todos sabemos que uma palavra oportuna é como uma maçã de ouro em salva de prata (Provérbios 25.11). Em outros termos, palavras abençoadoras são de valor inestimável. Quem já viu viu uma maçã de ouro numa salva de prata? A comparação indica o valor de palavras de bondade, mas, infelizmente, também a sua raridade.
Que nossas palavras sejam maçãs de ouro em salvas de prata, não pela sua raridade, mas pelo seu valor. Bondade produz bondade.


2. BOAZ MANIFESTA SUA BONDADE NO MODO COMO ULTRAPASSOU AS FRONTEIRAS DO PRECONCEITO.
Rute não fazia parte do grupo de empregados de Boaz. Rute não fazia parte do seu grupo social. Assim mesmo, Boaz não a discriminou. Pouco depois, Rute se apresenta como é: uma estrangeira (verso 10) e, para piorar, uma moabita. Assim mesmo, Boaz, que não tinha qualquer interesse utilitário ou sentimental por ela, não a tratou indevidamente. Tudo conspirava contra Rute, quadruplamente miserável aos olhos dos homens do seu tempo: não era judia, mas moabita, mulher e viúva.
A história de Rute e de Boaz mudou porque Boaz não julgou pela aparência, porque todo preconceito é baseado na aparência. As tradições e preconceitos de seu tempo não tinham penetrado na sua vida. Antes, ele tinha a capacidade ver além das regras, para tratar as pessoas com respeito. Ao ser assim, Boaz refletia o coração de Deus,  de cuja bondade somos embaixadores. (WAKEFIELD, Norm, BROLSMA, Jody, op. cit., p. 37-40.) 
Sabemos que o Deus não nos vê como as pessoas nos vêem, pela aparência, mas olha para os nossos corações (O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração -- 1 Samuel 16.7). Lemos a recomendação de Jesus que não devemos julgar segundo a aparência, massegundo a resta justiça (João 7.24). 
No entanto, também sabemos o quão difícil é julgar segundo os olhos divinos, tão humanos que somos. Por isto, continuamos julgando, mesmo sabendo que devemos fazê-lo, para não ser julgados, que o seremos com a medida que usarmos para os outros (Mateus 7.1-2).
O relacionamento entre Boaz e Rute só foi possível porque Boaz não permitiu que os preconceitos de sua gente habitassem sua vida. Precisamos de mais Boazes entre nós.

Ainda há vítimas do preconceito social, que leva muitos a julgarem os outros por sua condição socioeconômica ou escolar. A herança recebida por uma família não tem nada a ver com a sua integridade. A formação escolar de uma pessoa não tem nada a ver com a sua inteligência. No entanto, este tipo de preconceito ainda faz vítimas e há vítimas porque há algozes nos quais falta a bondade.

Ainda há vítimas do preconceito étnico, por meio do qual a cor da pele influencia a visão do outro. Não importa a cor dos olhos; eles enxergam (ou não enxergam) do mesmo modo. Todo o sangue tem a mesma cor, e logo a mesma força (ou fraqueza). No entanto, há valores preconceituosos arraigados nas nossas mentes, preconceitos que machucam. Há costas feridas porque há chicotes, brandidos por quem não é bom.

Ainda há vítimas do preconceito de gênero. Em muitas igrejas, as mulheres são cidadãs de segunda classe. Um dia desses, encontrei-me com uma pastora, de uma outra confissão evangélica. Ela era a única naquela reunião de pastores. Ela contou que, quando estudante, um de seus professores disse que não era contra pastoras, desde que todos os membros da igreja fossem mulheres... 

Ainda há vítimas do preconceito religioso, que leva alguns a olharem os diferentes não como diferentes mas como inferiores. Infelizmente, as religiões (a nossa inclusive) têm sido um solo fértil para o desenvolvimento do preconceito. Chegamos ao ponto, por exemplo, de tornar a terceira pessoa da Trindade divina, o Espírito Santo que une e conforta, em promotor da divisão, em nome de quem se cometem ataques e julgamentos. as porque há algozes.

É possível, no entanto, que nenhum de nós possa ser enquadrado nestes tipos de preconceitos. Há outro tipo, contudo. É o preconceito difuso: não é social, nem sexual, nem racial, nem religioso, mas é preconceito. Eu me refiro a atitudes preconceitos que não dependem destas características individuais. Se hoje eu julgo alguém por uma experiência negativa que tive com ele no passado, não estou sendo bondoso, mas preconceituoso. Se eu desprezo uma pessoa só porque não a conheço, não estou sendo bondoso, mas preconceituoso. Uma experiência não pode determinar o comportamento daí para a frente. Um sorriso não correspondido hoje pode ser correspondido amanhã -- eis como pensa uma pessoa habitada pela bondade.
Estes preconceitos atingem a todos, pelo que os cristãos, devemos procurar olhar com o olhar de Deus, como seus embaixadores.

3. BOAZ MANIFESTA SUA BONDADE NO MODO DE OFERECER GENEROSIDADE.
O que Boaz faz por Rute vai além de muitas de nossas atitudes. Sua bondade para com ela alcançou o andar superior da generosidade.
Depois de reconhecer nela uma pessoa bondosa, pelo que fizera pela ex-sogra, o fazendeiro convida para a mesa para se alimentar livre e gostosamente. Quando voltou para ao trabalho, determinou que não houve limitação à sua área de colheita e, mais, que fossem deixas propositamente espigas para que ela recolhesse no campo (versos 12 a 16).
Boaz não deu esmola a Rute. Ela teve que colher espigas. A sua dignidade estava mantida. Ao final, ela recolheu quase uma efa de cevada (verso 17), algo como 22 litros, o máximo que poderia carregar.
Boaz agia animado pela generosidade de Rute para com Noemi e por sua fidelidade a Deus, a Quem um dia escolhera para servir. Havia gratidão no gesto de Boaz, mesmo que a decisão dela não fosse em seu beneficio.
O que Rute fez foi para proteger Noemi. O que Boaz fez foi para proteger Rute. Disse alguém (Henry David Thoreau) que "a bondade é o único investimento que jamais falha" (THOREAU, Henry David. Citação disponível em 
Se é verdade que "a bondade tem convertido mais pecadores do que o zelo a eloqüência ou a cultura" (FABER, Fredrick . Citado por WAKEFIELD, Norm, BROLSMA, Jody,  Quando a nossa bondade alcança o andar da generosidade, é porque alcançamos o nível mais elevado da bondade. A palavra generosidade tem a mesma raiz (gen) de gene, genético, geração, gênesis, todas referentes ao nascimento da vida. A generosidade produz a vida. Sem uma vida generosa a vida se torna árida e vazia. "A generosidade sopra vida nova e nos conecta com os propósitos criativos de Deus para conosco". (LEIDEL, Jr, Edwin M. Hatching Generous Hearts; Address to the Seventh Convention of the Episcopal Diocese of Eastern Michigan Grace Episcopal Church. Disponível em . Acessado em 22.4.2003.) O nosso Deus é descrito como generoso (Isaías 55.7b).
Generosidade é a bondade com alegria, sem nenhuma espera de retribuição. A generososidade está na bondade da iniciativa e raramente resposta. Generosidade é a bondade que excede.

CONCLUSÃO
Embora seja "muito mais fácil reconhecer a bondade do que defini-la" (W. H. Auden), podemos vê-la como o comportamento natural numa pessoa espiritual. Na perspectiva bíblica, é um desejo espiritual de fazer bem aos outros. Por isto, não deve ser como que por obrigação mas de livre vontade (Filemon 1.14) .
A Bíblia espera que sejamos cheios de bondade e de conhecimento, que não são antônimos (Romanos 15.14). 

Lançar o meu pão sobre as águas ignotas
para ser tomado pelo bico das gaivotas?
Lançar o meu pão sobre as águas revoltas
onde serão apenas minúsculas migalhas soltas?
Lançar o meu pão sobre as águas imundas
de onde baixarão para as trevas profundas?
Lançar o meu pão sobre as águas imensas
que o conduzirão para distâncias densas?

Nada sei sobre o destino das águas
porque não sei como as ondas se formam
como não sei onde os ventos se reformam
como não sei o que as nuvens portam
como não sei porque as trevas assim se comportam.

Sei que vou recolher o meu pão lançado
mesmo que pelas gaivotas bicado, 
mesmo que pelas pedras esmigalhado,
mesmo que pelo óleo manchado,
mesmo que da viagem cansado,

porque confio na Palavra plena de Deus
que me manda meu pão sobre as águas lançar,
eis que Seus projetos são melhores que os meus,
pelo que Sua sabedoria quero tão somente alcançar.
(O DESTINO DO PÃO, Eclesiastes 11, 2000)

Capitulo Nono: A Época da Collheita


A época da colheita


Amanheceu mais quem queria saber do dia, uma das parentes de Noemi (Mara), avisa a Rute, olha é a época da colheita da cevada, uma celebração após a colheita a páscoa para Israel, por que você não vai trabalhar lá, todos os campos aceitam estrangeiros, funciona assim, todas as espigas altas é para os estrangeiros, se um judeu estiver colhendo e cair uma espiga no chão é para o estrangeiro também, voce pode pegar, a vontade, sabe é uma boa oportunidade, vamos. Mais Rute diz: vou falar com Hamot (sogra), que sem nenhuma fala ela apenas balança a cabeça em consentimento, e Rute vai ao campo, que dia incrível sair para conseguir seu sustento com dignidade, dignidade? Serio? Ela tinha que ir atrás de homens trabalhadores, não era incomum escutar conversinhas, menear a cabeça, zombarias, humilhações, mais este era o preço por acompanhar uma israelita.
A palavra cevada em hebraico é:  seʽo·ráh; e no grego kri·thé.
Um importante cereal do gênero Hordeum, de amplo cultivo desde os tempos antigos até agora. Era um dos produtos valiosos que aguardava os israelitas na Terra da Promessa, e aquela região continua a ser “uma terra de trigo e de cevada” até o dia de hoje (Dt.8:8).
O nome hebraico da cevada (seʽo·ráh) é aparentado com a palavra para “cabelo” (se·ʽár) e é descritivo das longas e finas cerdas que formam a característica barba da espiga de cevada. É uma planta muito resistente, mais apta para resistir à seca e adaptada para uma gama mais ampla de climas do que qualquer outro cereal. Quando madura, atinge cerca de 1 m de altura, tendo folhas um pouco mais largas que as do trigo.
A colheita da cevada tem destaque nos eventos dramáticos do livro de Rute. Em Israel semeava-se a cevada no mês de bul (outubro-novembro) após terem começado as chuvas temporãs e o solo se tornar arável. (Is.28:24-25). A cevada amadurece mais rápido do que o trigo (Ex.9:31-32), e iniciava-se a colheita no começo da primavera, no mês de nisã (março-abril), começando no quente vale do Jordão e continuando depois nas partes mais elevadas, mais temperadas, até chegar à região planaltina ao L do Jordão, no mês de zive (abril-maio). A colheita da cevada marcava assim um período definido do ano (Rt.1:22; 2Sm.21:9), e seu início correspondia ao tempo da Páscoa, o molho de cereal movido pelo sacerdote no dia 16 de nisã sendo das primícias da cevada. (Lv.23:10-11).
Considerava-se a cevada de valor inferior ao do trigo, apenas um terço daquele do trigo na visão de João, em Apocalipse 6:6. Era bastante comum e abundante para poder ser usada como forragem para os cavalos de Salomão (1Rs.4:28), finalidade que ainda tem nos tempos modernos. Era moída, para farinha, e então usada na fabricação de pão, muitas vezes na forma de bolo redondo (2 Rs.4:42; Ez.4:12; Jo.6:9-13), e às vezes era misturada com outros cereais. (Ez.4:9).
Embora, sem dúvida, fosse usada mais freqüentemente entre os pobres, por causa do seu custo inferior, não há nada que indique que a cevada fosse encarada com desprezo pelos israelitas, nem mesmo pelos que podiam comprar trigo. Assim, estava incluída nas provisões próprias para serem oferecidas à companhia do Rei Davi na sua chegada a Gileade, durante o tempo da revolta de Absalão. (2 SM.17:27-29) Salomão proveu a Hirão 20.000 coros (4.400 kl) de cevada, junto com uma correspondente quantidade de trigo, e grandes quantidades de azeite e de vinho, como suprimentos para os servos do rei tírio, que preparavam materiais para o templo. (2 Cr.2:10-15) O Rei Jotão, de Judá, exigiu tributo do rei de Amom, inclusive 10.000 coros (2.200 kl) de cevada. (2 Cr.27:5) Homens que procuravam evitar ser mortos às mãos do assassino Ismael, após a queda de Jerusalém, asseguraram-lhe que possuíam “tesouros escondidos no campo, trigo, e cevada, e azeite, e mel”. (Jr.41:8).
No entanto, a cevada era um alimento comum e inferior, e alguns comentadores sugerem que estas qualidades estão representadas na figura de “um bolo redondo de pão de cevada” visto no sonho do midianita e que simbolizava o exército humilde de Gideão. (Jz.7:13-14).
Oséias pagou 15 peças de prata (se foram siclos, US$ 33), e um ômer e meio (330 l) de cevada para comprar de volta a adúltera Gômer como esposa (Os.1:3; 3:1-2), preço que alguns comentadores consideram ser equivalente ao preço de um escravo, 30 siclos de prata (US$ 66). (Ex.21:32) A ‘oferta do ciúme’ que a Lei exigia no caso de um homem suspeitar infidelidade sexual da parte da sua esposa era um décimo de um efa (2,2 l) de farinha de cevada. (Nm.5:14-15) A cevada era também usada na medição, sendo a quantidade necessária para se semear um campo o meio legal para se determinar o valor do campo. (Lv.27:16).

Ali naquele dia ensolarado estava Rute, seu rosto queimava no sol, sua pele brilhava uma mistura de suor e pele macia e morena, suas mãos cortadas, lá estava ela, não sabia sequer se poderia beber um pouco de água, não sabia se poderia parar para descansar. Era a festa do verão, algumas pessoas se achegavam a ela e contavam como aquela era uma época importante, lembravam que foi numa festa parecida que o povo saiu do Egito, foi na páscoa, o sacerdote iria mover o cereal da primicia e era este o alimento, mais na verdade Rute queria apenas ser uma benção para Noemi, queria apenas ser útil, queria apenas servir.
A colheita foi em uma época especial, a necessidade era grande, e respigar era o que se poderia fazer de melhor, mas onde estava ela? De quem era aquele campo? As perguntas foram muitas, mais agora era chegada a tarde, era hora de voltar para a casa sua Hamot (sogra) a esperava.
Ao chegar a tarde com as mãos cheias de cevada, e com um sorrisão no rosto exclama: hamot, hamot, olha o quanto consegui colher. Noemi abre um sorriso terno de agrado, mais logo fala suas mãos minha filha estão feridas, e Rute fala, não se preocupe olha deixei guardado mais cevada amanhã eu trago ta?
Noemi pergunta a Rute mais onde você foi respigar? E Rute responde prontamente, nos campos de Boaz, um homem muito gentil, me permitiu beber água junto com os trabalhadores dele, e ainda me disse para não ir a outro campo que eu continuasse ali respigando, sabe depois da nossa conversa, achei interessante, os funcionários dele, perderam a mão e muitas vezes não precisei sequer recolher eles mesmo me davam a cevada, fiquei feliz de estar ali.

Noemi (Mara) ficou satisfeita, ela sabia que Boaz era um parente remidor, teria condições se quisesse de resgatar as terras de Elimeleque, mais quem era Boaz? É o que veremos no próximo capitulo.

Capitulo Oitavo: Regresso a casa do pão 2

O Regresso a casa do Pão  2

“Ele te será Recriador da alma...”Rt.  4:15



Amigos e irmãos, estamos navegando em uma historia de amor com todos os lances e fatos de uma novela mexicana, baseado no livro de Rute, no Antigo Testamento, já vimos alguns capítulos desta doce história, onde uma família de imigrantes que sai de Belém para peregrinar nos campos de Moabe, uma faixa de terra montanhosa onde atualmente se localiza a Jordânia, ao longo da margem Oriental do Mar Morto. Ao todo, seis pessoas em busca de sobrevivência:O pai Elimeleque (Meu Deus é rei), a esposa Noemi (agradável), os filhos Malom (fraco,doentio), Quiliom (triste ou morte) com as respectivas esposas Órfa e Rute.
Após dez anos de peregrinação todos os homens da família morrem, ficando apenas as mulheres. Noemi, a matriarca, cheia de amargura no coração, abatida e sem esperança despede as noras. Rute se nega a abandoná-la: “Onde quer que tu fores, irei eu, e onde quer que pousares, pousarei eu, porque o teu povo é o meu povo, e o teu Deus o meu Deus” Rt 1:16.   O convívio entre Rute e Noemi, regara sementes e elas já brotavam, existia raízes que não poderiam ser arrancadas sob pena de ressecamento. Já não era o parentesco que as unia, mas o espírito, a fé em um só Deus, o amor as atraia a um relacionamento rico em altruísmo.
A verdade, é que a família de Elimeleque jamais deveria ter saído de Belém, os que lá ficaram “foram visitados por Deus fartando-se de alimento” Rt 1:5. Ainda assim, Deus converte o final dessa triste história, fazendo com que Rute (a semente) gere filhos e herdeiros a Noemi de cuja descendência nasceria o Rei Davi. No final do livro, lê-se: “Deus seja teu Recriador da alma...”

A palavra "recriador" vem de shub (strong 07725) que significa: “Voltar”, “ir de encontro ao ponto de partida, em sentido espiritual”; “arrepender-se”.  Deus mudou a direção da vida de Noemi, restituiu a dor, concedendo-lhe alegria. O Deus que ela servia não a desamparou em momento algum, apesar dos pesares.
Essa narrativa tem a ver comigo e com você.  Por quantas vezes não tomamos decisões erradas, seguimos em direção a lugares para fugirmos da morte e ainda assim ela nos alcança? Quantas vezes partimos sorrindo e nos encontramos em meio a lágrimas, desilusão e solidão? Quantas vezes partimos cheios de expectativas, cheios de coragem e somos alcançados pela desesperança, o medo e a vergonha? Partimos de lugares físicos e espirituais, em busca da felicidade e mais tarde percebemos que tudo que fizemos foi fugir: De nós mesmos, da dificuldade, dos outros, dos desafios. Isso já aconteceu comigo:

Em 1999 uma família partiu de Teresina para morar no litoral do Piauí. As coisas não estavam tão boas para eles. Eles tinham duas locadoras de filmes que iam “de vento em popa”, até que três funcionários resolverem mover ação trabalhista contra eles. Tiveram que fechar as portas e se desfazer de um grande terreno muito bem localizado. Na época não éram cristãos e deixaram de cumprir algumas obrigações fiscais.  Além de toda essa adversidade, foram terrivelmente traumatizados por homens armados que invadiram a casa enquanto dormiam e “limparam” tudo que encontraram pela frente. Os filhos, na época crianças, por muitos dias tiveram dificuldade para dormir.

Assim como Elimeleque, partiram cheios de esperança com novos empregos e expectativa de uma vida mais saudável e segura. No litoral, eles podiam correr e brincar na praia sem medo podiam viver de forma mais simples, sem a preocupação de contas e contas. 
E a adversidade mais uma vez os alcançou. Passaram por tragédias e dores que fizeram refletir sobre a vida. Aprenderam que  a resposta não estava nos lugares para onde partiram, mas dentro de cada um. Não adiantava dar voltas ao redor da mesma montanha esbarrariam em lugares comuns. Era preciso mudar a direção, e, sobretudo, mudar os corações. De outra forma, a infelicidade continuaria os perseguindo. E assim, “voltaram para Belém". E Belém quer dizer “casa de Pão”. Elimeleque ao deixar Belém, deixou o sustento, o pão.

Voltaram. Para Aquele que seria o sustento, O Deus que os guardou em todo o tempo, que em meio aos pesares, os consolou. Encontraram Lugar Seguro, Porto que ao desembarcar os fez andar sobre as águas. A Ele toda glória! Ao entregar os corações a Jesus, Ele mudou história desta familia. Todo o passado foi apagado: “Eu, eu mesmo sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro” Is 43:25. Também regressaram a Teresina, de onde havíamos saído. Sempre foram fortalecidos na fé, ao recordar a trajetória de "peregrinos em Moabe".
Do passado transgressor, ainda restava uma dívida de quinze mil reais na Receita Federal, essa Jesus também apagou! Orávam todos os dias por isso, até que os computadores da RF nos brindaram com a sentença: Nada consta! Glorificado seja o Senhor! A história foi recriada a partir do regresso, já não eram  imigrantes em terra de fome, mas cidadãos em terra firme com  fartura de víveres em Cristo que os salvou.
“Ele te será  Recriador da alma...” Rt 4:15
Se você encontra-se em fuga, em busca de um lugar Seguro e Abundante, posso te apontar a direção: Jesus!  Ele é Belém, Casa de Pão, de onde jamais deveríamos nos afastar. O tempo de regressar é hoje, de arrepender-se é agora. Somente Ele pode mudar o rumo de sua história, como mudou a minha e a de Noemi. Ele te recria,  gera de novo, te faz andar sobre as águas, em meio à tempestade. E ao olhar para trás, verás que valeu a pena, que o futuro já não se apresenta como trevas e incertezas.
“...Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos...” (IPe.1:3).


Jesus transforma maus começos em finais felizes e tudo começa com o regresso a Casa de Pão.

Capitulo sétimo Regresso a casa do pão


Regresso a Casa de Pão


Era perto das seis da manhã, os pássaros começaram uma canção ensurdecedora, linda canção se ali estivesse, Elimeleque, Malom e Quilion, mais não estava só e quando da uma esticada no corpo ao seu lado uma moabita, ao abrir os velhos e cansados olhos, Noemi que agora atende pela alcunha de Mara, sente que o próprio sol havia entrado em seus olhos, que a deixa momentaneamente cega com aquele calor delicioso e o cheiro que C.S.Lewis descreve com imensa graça das terras de Israel, nem bem desperta e Rute diz que o café estava pronto e que havia uma viagem de um dia pela frente logo chegariam em Belem. No café Rute fala para Noemi (Mara): Hamot (sogra) vieram um mercadores aqui e estão indo a Belem, eu mandei avisar lá na sua parentela que você vai chegar no final do dia, assim, quando você chegar eles estarão esperando. Ora, a idéia era boa, porem, ela estava vazia, amarga, e neste instante acaba o apetite, acaba a vontade de falar, apenas sussura: é hora de irmos.
Na chegada da cidade, muita gente as esperavam, mais não para dar boas vindas, suas falas entre os dentes era, eu falei, eu disse, que vergonha e ainda traz uma moabita.
Envergonhada Noemi (Mara), vai pra sua casa e recosta a cabeça, ela só quer que termine este dia, mais uma pergunta rompe o silencio. E agora Noemi?

Novamente, o silencio se faz notório. Depois de alguns segundos a nora Rute fala, se não pudermos ficar aqui na terra dela, iremos pra outro lugar, mais o certo é que eu cuidarei da minha Hamot (sogra).

Capitulo Sexto: Quando a esperança vence a dor


Quando a esperança vence a dor


"Eu sai inteira, mas o Senhor me trouxe para casa vazia "Rt 1:21

Que esperança sobrara para Noemi? De volta pra casa vazia e ainda com uma moabita, como explicar esta situação? No retorno as lembranças assaltam sua mente; era o ano próximo à 1150 a 1100 a.C. os juízes governavam Israel, quando houve grande seca em Israel e ela parte de Belém de Judá, para as terras de Moabe acompanhada do  esposo Elimeleque e dos  filhos, Malon  e Quiliom. Quando a canção vem aos nossos ouvidos: ... Quando olhei a terra ardendo qual fogueira de São João... 
Na viagem, ela lembra que o casal já vinha enfrentando dificuldades econômicas uma fase que se reflete nos nomes dos filhos: Malon = Fraco, doentio e Quiliom =  Tristeza. Apesar disso a família era feliz, especialmente porque Noemi era uma mulher de fé que não se curvava a deuses estranhos, mas adorava ao Deus de Israel. Entre Belém e Moabe muitas coisas acontecem na vida de Noemi. O primeiro fato doloroso é a morte do marido Elimeleque. Viúva, distante de sua terra natal, só lhe resta agora a companhia dos filhos e das esposas moabitas: Rute e Orfa. Mas, os filhos também morrem sem deixar herdeiros. Orfa fica em Moabe e Noemi retorna a Belém na companhia de Rute.
Um suspiro fundo faz ela se lembrar que seu mundo estava desabando, sendo desmontado em todos os seus termos. Noemi estava como que sem chão para pisar, sem ar para respirar. Para todos os lados que olhava a morte acenava, Moabe não lhe retribuiu a fé, nem a esperança, a terra sequer dava frutos e ainda lhe roubara todas as sementes. Noemi não consegue enxergar o futuro, não há sonhos. Era voltar para Belém e amargar a solidão dos dias, esperando sua própria morte: "Não me chamem de Noemi (agradável) me chamem de Mara (amarga) porque O Senhor Deus tem lidado amargamente comigo. Cheia parti e o Senhor me trouxe para casa vazia" Rt 1:20-21

 A esperança de Noemi

A palavra esperança  é traduzida como “tiqvah”: Expectativa, algo desejado e previsto ansiosamente, vem do verbo ”gavah”: “olhar esperançosamente” numa direção particular. Em seu significado original, essa esperança, citada tantas vezes na Bíblia tinha o sentido de “esticar como uma corda, cordão”. Raabe foi instruída pelos espias, a amarrar um “tiqvah” na sua janela como uma corda de resgate. A tiqvah, simbolizava Cristo Jesus, o sangue do Cordeiro espargido sobre a porta dos israelitas quando do Êxodo no Egito. 
Onde estava a tiqvah de Noemi? Em todas as direções , só via fome e luto. Ainda que voltando a Belém encontrasse fartura de alimentos e familiares, mas dentro de si, tudo era sequidão, amargura. Até mesmo Deus, que fora sempre seu Refúgio, estava sendo acusado de provocar-lhe dor. Noemi sabia que Deus era o Senhor da vida e que nada acontecia sem sua permissão. Você já esteve em situação parecida com a de Noemi? Se perguntando: por que tudo isso está acontecendo comigo? Já se chamou de Mara? A história dessa mulher poderia ter acabado de forma trágica, porém ela tinha fé no Deus de Israel e aos que vivem pela fé, a esperança não morre, mesmo quando só há morte ao seu redor.
Noemi não estava vendo a Tiqvah, a corda que a alçaria da escuridão para a luz. E quantos de nós não conseguimos ver quando os olhos estão repletos de lágrimas? Mas os planos de Deus para sua filha Noemi não estavam consumados. Foi quando Jesus disse "está consumado" que a vida venceu a morte, que a esperança ressurgiu, a Tiqvah  alcançou a humanidade. Não estava consumado para Noemi e se você tem a Tiqvah  em seu coração, o sangue do Cordeiro espargido sobre as portas da alma, não está consumado para você. Não estava consumado para Lázaro, irmão de Marta e Maria há quatro dias morto e sepultado, Jesus o ressuscita.

"Eu sou a ressurreição e a vida, aquele que crê em mim, ainda que esteja  morto viverá" João 11:25
A Tiqvah ressuscita a esperança, a fé, os relacionamentos, a família, tudo que precise ser ressuscitado para se cumprir uma Promessa e tornar uma vida feliz. Noemi acreditava em Deus, era uma mulher honrada e temente. O socorro viria, a Tiqvah traria a existência os antigos sonhos de ter uma família abençoada e realizada. Os planos de Deus para Noemi, tem começo em sua nora Ruth e se concretizam através de um homem chamado Boaz. Ruth amava Noemi e não a abandonou, seguiram juntas até Belém:"Não te deixarei, teu povo é o meu povo, teu Deus o meu Deus" Rt 1:16. Boaz era descendente de Elimeleque (ex-marido de Noemi) e segundo a lei judaica, apto para restaurar o nome dos mortos e sua herança.
Não por acaso, nem por sorte, mas por providência Divina, Rute vai colher espigas nos campos de Boaz. Os dois se aproximam, se amam e se casam. Do relacionamento nasce um neto para Noemi, um herdeiro da família real de Davi, o menino se chamava Obede (avô de Davi), ancestral de Jesus Cristo. Deus não apenas realizou o desejo do coração de Noemi, mas o fez da melhor forma, de forma excelente e agora sua felicidade era visível à todos, seu testemunho marcaria gerações. Noemi, não apenas estava completa, mas transbordante!

"Beleza em vez de cinza, oléo de gozo por tristeza, veste de louvor em vez de espírito angustiado"Is 61:3. Eis os frutos da fé, do relacionamento entre Deus e os homens. Deus quer que sejamos felizes.
 Rute, instrumento de Deus na vida da sogra Noemi.

Quando tudo parecer tomar a direção errada e o mundo desabar sob nossos pés, lembremos de Noemi. Não está consumado, não é o fim, a Tiqvah  sempre renasce para os que vivem pela fé em Cristo Jesus.